Mario Camargo
A pandemia do novo coronavírus transformou o promissor 2020 em um ano de turbulências. Foz do Iguaçu vivia um bom momento e ostentava crescimento da sua principal atividade econômica, o turismo, quando a emergência em saúde, que incidiu no mundo inteiro, refreou a economia, bloqueou fronteiras e paralisou o cotidiano das pessoas.
Nossa cidade foi um dos municípios paranaenses e brasileiros que mais sofreram com a crise. Ora, mas tudo isso já foi dito e é de conhecimento geral! Se os momentos difíceis exigem liderança e oferecem oportunidades de superação, o que as forças vivas da sociedade iguaçuense fizeram neste tempo de enormes dificuldades?
Respondemos pela atuação do Codefoz. Coube ao conselho integrar a coordenação estratégica do Programa Acelera Foz, iniciativa de governança jamais vista em Foz do Iguaçu, que reúne as principais instituições públicas e da sociedade civil organizada. A ação é tida como uma alavanca para a retomada econômica.
Com um inédito pacote de investimentos de mais de R$ 1 bilhão, as obras que integram o Acelera Foz, mediante recursos da Itaipu Binacional, como a segunda ponte internacional Brasil-Paraguai, a Perimetral Leste e a ampliação do aeroporto, deixarão para trás um largo período de carência em infraestrutura.
E não apenas isso. As obras, somadas a outros projetos estruturantes, como o Porto Seco Trimodal e a ampliação da malha da Ferroeste, deverão ativar um novo ciclo de oportunidades em um segmento extremamente importante para Foz do Iguaçu, que é o da logística. Temos tudo a nosso favor para conformar na região trinacional um hub internacional.
Os números do comércio internacional falam por si. Mesmo na pandemia, houve recorde histórico na movimentação de cargas pela Ponte Internacional da Amizade, em outubro, com a passagem de 25,7 mil caminhões entre o Brasil e o Paraguai, superando setembro de 2016, até então a melhor marca. O balanço é da Alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu.
Ainda no âmbito do Programa Acelera Foz, a criação do Escritório de Atração de Investimentos pretende tanto captar novos negócios quanto diversificar os empreendimentos, com ênfase na inovação. Essa iniciativa, em desenvolvimento, conta com o compromisso formal do prefeito reeleito, Chico Brasileiro, para a sua concretização.
Integrados que somos a Ciudad del Este (Paraguai) e a Puerto Iguazú (Argentina), atuamos, juntamente com o Codeleste e o Codespi, sob a coordenação do Conselho de Desenvolvimento Trinacional, o Codetri, para a reativação econômica e a recuperação do cotidiano comunitário das nossas cidades-irmãs. Elaboramos, em conjunto, protocolos para a reabertura das pontes da Amizade e Tancredo Neves.
É um trabalho com forte participação da Câmara Técnica de Saúde do Codefoz, entre outros parceiros. Essa articulação à reabertura das fronteiras expandiu-se pela parceria com lideranças de 12 cidades que formam o La Frontera, grupo de cidades fronteiriças brasileiras da Região Sudoeste e da Argentina que estão com as divisas fechadas.
O ano que termina foi breve devido aos projetos que precisaram ser ajustados, às metas que foram repensadas e à necessária preocupação com a saúde individual e coletiva. E 2021, então? Certamente, a humanidade será capaz de superar esse período de incertezas, descortinando um momento de esperança.
É papel de cada um de nós ajudar a construir esse tempo novo. O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social seguirá trabalhando a favor de políticas públicas capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas, gerar desenvolvimento e tornar Foz do Iguaçu uma cidade cada vez melhor para todos.
(*) Mario Camargo é presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz).