Nesta terça-feira, 7 de junho, completa 33 anos da partida de uma das maiores expressões da literatura do Paraná e do Brasil. Nesta data morria o poeta, escritor, crítico literário, tradutor e professor Paulo Leminski.
Leminski tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai, além de abusar de gírias e palavrões, tudo de forma bastante instigante.
Ele nasceu no dia 24 de agosto de 1944, em Curitiba, cidade onde passou a vida e faleceu em 7 de junho de 1989 deixando viúva a poetiza Alice Ruiz e os filhos Estrela Luiz, Áurea e Miguel Leminski.
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Entre suas inúmeras obras, o Cabeza News publica abaixo algumas das mais marcantes da carreira do poeta:
“Não fosse isso
e era menos
Não fosse tanto
e era quase”
“DOR ELEGANTE
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra”
“Inverno
É tudo o que sinto
Viver
É sucinto”
“O QUE QUER DIZER
O que quer dizer
O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.”
“A noite me pinga
uma estrela no olho
e passa.”
“PERGUNTE AO PÓ
cresce a vida
cresce o tempo
cresce tudo
e vira sempre
esse momento
cresce o ponto
bem no meio
do amor seu centro
assim como
o que a gente sente
e não diz
cresce dentro”