Equipamento de última geração adquirido por Itaipu é usado em atividade de resgate dos Bombeiros

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Mesmo sem a capacidade total de resolução, a sonda permite ver detalhes como as pernas do mergulhador, mesmo com a água turva. Fotos: Divulgação.

Sonda permite excelente visualização de ambientes subaquáticos e foi adquirida para uso no reservatório da usina, incluindo monitoramento ambiental e das estruturas da barragem

Bombeiros utilizaram uma sonda de última geração, adquirida pela Itaipu Binacional, para localizar uma embarcação que estava desaparecida desde segunda-feira (10), nas águas do Rio Iguaçu, entre as cidades de Chopinzinho e Candói. Utilizando a sonda acústica Aris 3000, adquirida para utilização no reservatório da usina, foi possível identificar a embarcação nessa quinta-feira (13), apesar da água turva do local.

Após um pouco mais de uma hora de operação, o sonar determinou exatamente o ponto de naufrágio, mostrando a imagem da embarcação. Imediatamente, um dos Bombeiros mergulhou para amarrar a embarcação e resgatar o equipamento.

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Produzida para o monitoramento de ambientes subaquáticos, a sonda americana é capaz de produzir imagens de alta resolução mesmo em locais pouco acessíveis, profundos e com baixa visibilidade. O equipamento foi recebido pela Itaipu em dezembro de 2022 e pode ser utilizado em diferentes funções, como o monitoramento ambiental do reservatório e do Canal da Piracema, a manutenção da segurança da barragem e, também, em resgates aquaviários.

“Estávamos usando 3 frames por segundo, mas poderíamos ter gravado a 15 por segundo, com melhor definição”, afirmou o 2º Tenente Alexandre Donaiski Moraes. “Mas foi mais que suficiente para obter a imagem, que com certeza é um marco diferencial na busca aquática realizada.”

O equipamento forma imagens estruturadas por meio da emissão de 128 feixes acústicos, gerando vídeos ou fotos. É um equipamento compacto, portátil e possui cabo de 150 metros, permitindo seu manuseio em áreas profundas e pouco acessíveis, como o reservatório de Itaipu.

O modelo está no mercado há cerca de dez anos. Originalmente, foi concebido para fins militares, para localização de minas não detonadas. Depois suas aplicações foram ampliadas. Hoje, a maior parte dos clientes é formada por hidrelétricas. No Brasil, a Itaipu é a única que possui o equipamento.

Múltiplos usos

A bióloga Caroline Henn, da Divisão de Reservatório da Itaipu, comentou que em ambientes profundos, como em algumas partes do reservatório de Itaipu, a água é turva e não há penetração de luz – o que dificulta a obtenção de imagens por outros tipos de equipamentos. O Aris 3000 preenche essa lacuna.

“É possível localizar objetos submersos, inspecionar estruturas construídas e realizar estudos ambientais, voltados para plantas submersas e peixes. E os softwares da sonda permitem vários tipos de análise das imagens, inclusive realizar a contagem de peixes em cardumes, identificar espécies e estimar a biomassa (quilos) que passa pelo Canal [da Piracema] em determinado período”, exemplificou.

Profissionais da Itaipu passaram por treinamento específico para utilizar a sonda. Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional

Lucas Dalsotto, da Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos da usina, avalia que a sonda aquática poderá ser muito útil para a Diretoria Técnica, especialmente na inspeção da barragem e de estruturas hidromecânicas. “Por exemplo, para detecção de rompimento ou deterioração da grade da tomada de água”, apontou.

A sonda também tem potencial de substituir, com maior eficiência e segurança, trabalhos hoje feito por mergulhadores. “A partir de dois ou três metros de profundidade, você não tem mais visibilidade. Esse equipamento pode fazer uma varredura proporcionando maior amplitude e um maior detalhamento dessas estruturas”, concluiu.

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