Uma comitiva do Ministério da Saúde esteve na cidade para traçar novas ações de enfrentamento à epidemia; dengue já fez cinco vítimas fatais
Com mais de 34 mil casos notificados de dengue e chikungunya, Foz do Iguaçu vive uma situação cada vez mais preocupante. Frente ao cenário, e após diversas ações de enfrentamento às doenças, a cidade recebeu na segunda-feira (17) uma comitiva do Ministério da Saúde para auxiliar na elaboração de novas ações de combate à epidemia.
Adianta o GDia que a equipe, composta por agentes da Vigilância em Saúde, Atenção Primária, Atenção Especializada e Organização Pan-Americana de Saúde, veio à fronteira a convite do prefeito Chico Brasileiro. Em reunião com representantes da Saúde e Zoonoses do município, a comitiva foi informada sobre o panorama das infecções e sobre o trabalho para conter o avanço das doenças.
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Além da troca de informações, as equipes fizeram visitas nas UBSs, UPAs e Hospital Municipal para elaborar um diagnóstico da situação atual do município. A comitiva também realizou uma capacitação com profissionais da Saúde de Foz, abordando o manejo correto de pacientes com sintomas de dengue e chikungunya visando impedir o agravamento dos quadros e óbitos.
Para se ter uma ideia da situação atual, Foz já tem mais de 33.344 casos notificações de dengue no ano epidemiológico, iniciado em agosto de 2022. Destes, 2.602 já foram confirmados, com registro de cinco mortes. Boa parte das infecções corresponde a quadros graves da doença, que necessitam de internação. O número de infecções hemorrágicas atual é o maior já registrado na cidade.
Em relação à chikungunya, o município já tem 755 casos notificados, dos quais 337 foram confirmados. Dos quadros positivos, 218 correspondem a pessoas não residentes (que moram em outras cidades) e 119 referem-se a residentes.
Na tentativa de frear a proliferação das infecções, ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, já foram realizadas uma série de ações por parte da Prefeitura Municipal e Secretaria Municipal de Saúde. As estratégias incluem limpeza de terrenos com entulhos e mato alto, vistoria em residências, aplicação de inseticidas, uso de drones para mapear áreas de risco e distribuição de raquetes elétricas.
Para atender os doentes graves o município também firmou parceria, através do Governo do Estado, com um hospital particular para ampliar a oferta de leitos, além de reorganizar todo o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Mais recentemente foi realizada a distribuição de 4.500 unidades de repelentes destinados a gestantes e idosos acamados, dois grupos com maior vulnerabilidade às doenças.
Para os próximos dias estão previstas mais mobilizações de limpeza e distribuição de materiais com orientações sobre o descarte correto de resíduos, além de ações educativas nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil.
Proteção
A epidemia de dengue em Foz do Iguaçu fez aumentar a procura por repelentes e inseticidas nas farmácias e supermercados da cidade. Em alguns estabelecimentos a venda de produtos contra mosquitos, com foco no Aedes aegypti, cresceu cerca de 40% no último mês, chegando inclusive a faltar nas prateleiras. Novos pedidos já foram feitos e o estoque está sendo reforçado para suprir a demanda do momento.
Estes produtos ajudam na proteção e são recomendados para o momento atual, entretanto, a população também deve seguir com a limpeza dos quintais, evitando sempre o acúmulo de água em recipientes que possam gerar focos de mosquito.
Atenção
Os principais sintomas de dengue são: dor de cabeça, dores nas articulações, febre e manchas vermelhas no corpo. Os sintomas de chikungunya são bastante semelhantes, por isso é importante procurar atendimento para identificar a doença.
Ao notar algum dos sintomas listados a recomendação é buscas uma UBS para realizar o exame e receber orientações. Os quadros que necessitarem de acompanhamento diário ou internação serão direcionados para as UPAs ou hospitais.