Experiência de Foz foi apresentada pelo Secretário Extraordinário de Transporte Coletivo, Fernando Maraninchi; evento foi realizado nos dias 18 e 19, em Cascavel
Os desafios para a manutenção do sistema do transporte coletivo pós-pandemia foram debatidos durante o 1º Fórum de Segurança Viária e Mobilidade Urbana da Região Oeste do Paraná, realizado em Cascavel. O impacto econômico ocasionado pela perda significativa de passageiros durante a pandemia e estratégias para a recuperação do sistema estiveram no centro das discussões.
A experiência de Foz do Iguaçu, que chegou a perder cerca de 60% dos passageiros nesse período de pandemia, foi apresentada pelo Secretário Extraordinário de Transporte Coletivo Urbano de Foz, Fernando Maraninchi. Ele destacou a necessidade de investir na qualidade do sistema de transportes público para atrair mais usuários.
Atualmente, Foz conta com 91 ônibus em operação, 25 a mais do que em 2021. 30% da frota foi adquirida no último semestre e 90% dos veículos possui ar-condicionado. São 39 linhas operadas e mais de 540 mil quilômetros rodados por mês.
Retorno dos usuários
Os investimentos no transporte coletivo têm contribuído para o retorno dos usuários. Para se ter uma ideia, em abril de 2019, o transporte coletivo de Foz transportou cerca de 1,5 milhão de passageiros, dos quais 75% eram pagantes. Em abril de 2020, esse número caiu para 137 mil passageiros.
Gradativamente, o número de passageiros vem subindo. No mês passado, o transporte coletivo de Foz bateu novamente a marca de 1 milhão de passageiros por mês. No entanto, cerca de 40% dos usuários são isentos ou têm desconto na tarifa. Isso faz com que o poder público tenha que subsidiar o serviço para conseguir manter a qualidade, sem que haja o aumento no valor da tarifa para o usuário.
“Precisamos investir na qualidade do transporte coletivo para atrair e reter os usuários, colocando mais linhas e veículos, diminuindo o tempo entre as viagens e fazendo com que o passageiro chegue mais rápido ao seu destino. Não apenas para a manutenção e sobrevivência do sistema, mas também para o bem-estar da população”, afirmou.
Benefícios econômicos e sociais
Maraninchi também destacou que quanto mais pessoas utilizarem o transporte coletivo, menos trânsito, menor índice de poluição, menos acidentes e menos gastos para o sistema de saúde.
O custo médio do atendimento de uma vítima de acidente de moto com politraumatismo, por exemplo, pode chegar a R$ 30 mil. Entre janeiro e abril deste ano, Foz registrou 187 acidentes de moto, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Muitos desses pacientes acabam ocupando leitos hospitalares por longos períodos, o que também compromete a realização de cirurgias eletivas.
“Investir no transporte coletivo para reduzir o número de veículos circulando e o número de acidentes é urgente. Isso sem contar que o transporte público é um direito que efetiva outros direitos. As pessoas precisam do transporte público para conseguir acessar os outros serviços essenciais, como os de saúde e de educação”, ressaltou.