Os auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal (RF) retomaram nesta semana a Operação Padrão, quando aumenta a fiscalização nos pontos de liberação de cargas de importação e exportação, provocando filas de veículos nas regiões de fronteira do Brasil. Em Foz do Iguaçu, que tem o maior porto seco da América Latina em movimentação de cargas, a mobilização deve provocar reflexos imediatos no comércio internacional. No ano passado, a estrutura movimentou mais de R$ 33 bilhões em produtos e mercadorias.
Recorda o GDia que a última manifestação da categoria ocorreu no início do ano passado. De acordo com o sindicato dos auditores e analistas, há sete anos eles esperam a regulamentação da lei, já aprovada, que estabelece o pagamento do índice de produtividade. “Toda vez que tem um reajuste no salário dos demais servidores do serviço público federal, os auditores e analistas não estão recebendo o bônus, conforme as metas estabelecidas. Por isso a categoria decidiu por uma mobilização mais dura”, disse Alfonso Burg ao Jornal da Cultura nesta terça-feira (23).
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As metas, segundo o dirigente sindical, fazem parte do trabalho no dia a dia dos funcionários, entre elas, a arrecadação de tributos, tempo de atendimento e desembaraço. Por causa da Operação Padrão, logo cedo era grande o movimento na Ponte Internacional da Amizade, que une Brasil e Paraguai na região de Foz do Iguaçu. Mas o impacto maior deve ser no despacho de cargas no Porto Seco, que fica às margens da BR-277.
“O trabalho vai ser mais detalhado e isso vai atrasar a liberação de muitas cargas”, ressaltou Burg. O pátio, com capacidade para 950 caminhões, ainda tinha vagas disponíveis até o fechamento desta edição, no início da tarde de ontem. O líder da categoria disse ainda que não houve qualquer manifestação por parte do governo, sobre os pleitos encaminhados, por isso decidiram fazer essa mobilização até a próxima quinta-feira (25).
Contexto
A última Operação Padrão, convocada pelo sindicato dos servidores da RF, ocorreu nos primeiros meses de 2022. A demora na liberação das cargas, que é online, provocou filas quilométricas em todos os lados da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A mobilização, especialmente no porto seco de Foz do Iguaçu, gerou um impacto negativo, economicamente, que afetou toda a região.
Para se ter uma ideia, somente em 2022, mais de R$ 33,4 bilhões em cargas passaram pela região. O fluxo representou um aumento de 12,9% sobre o registrado no mesmo período do ano anterior (de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2021). O volume confirma a estrutura como a maior da América Latina em movimentação de cargas. Nos 12 meses de 2022, foram liberados 201.262 veículos para circula na Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, o segundo maior fluxo na história do local.