Prefeito Chico Brasileiro diz que Foz tem mais de 300 mil habitantes e vai questionar o IBGE

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(Foto: Christian Rizzi/Arquivo Diário)

Chico Brasileiro: “Vamos solicitar uma reanálise junto ao IBGE dos números do censo 2022”

O prefeito Chico Brasileiro (PSD) acredita que houve muitas dificuldades por parte dos recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para fazer a contagem real de todos os moradores de Foz do Iguaçu, especialmente diante do atraso de dois anos para iniciar os trabalhos e o período de pandemia de covid-19. Com base neste entendimento, ele acredita que o município tem mais de 300 mil habitantes, aproximadamente 15 mil a mais que os 285 mil divulgados esta semana, com base no censo 2022.

Em entrevista ao Jornal da Rádio Cultura, Chico Brasileiro disse existem muitos estudantes que moram em Foz do Iguaçu e passam o dia fora, nas faculdades no Paraguai, ou mesmo moradores que vão trabalhar nos países vizinhos (incluindo a Argentina) ou municípios da microrregião Oeste. O crescimento do município é significativo, porém não reflete os números estimados na própria região.

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“O censo foi feito durante a pandemia, com recursos escassos, e em vez de levantar os dados em três meses, demorou mais de 10 meses. No caso de Foz do Iguaçu, os estudantes e as pessoas que moram e estudam e trabalham no Paraguai, a dificuldade de recenseá-los foi grande”, disse. Alcançar 300 mil habitantes é importante, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) usa este mecanismo para definir o montante a ser repassado pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Em função disto, o prefeito adiantou que vai pedir explicações sobre esses números e fazer alguns questionamentos. “Eu não consigo enxergar Foz com menos de 300 mil habitantes, até porque, nós temos os dados do número de residências. Não sei se eles vão aceitar uma revisão, em função de um novo investimento para melhor avaliar esses dados, mas de qualquer forma, vamos trabalhar com os dados informados, para que isso nos ajude a formular melhor as políticas públicas”, destacou.

O entendimento de Chico Brasileiro pode ser respaldado, em parte, nos percentuais revelados pelo IBGE nacional, de que em 1,38% dos domicílios visitados, os moradores simplesmente se recusaram a responder aos questionamentos para participaram da estatística. Os recenseadores informaram ainda que houve uma taxa de não resposta, quando a pessoa não é encontrada em seu domicílio, superior a 4,23%.

O Coordenador Regional do IBGE, Alex Castagnaro, disse que o trabalho foi feito seguindo todos os critérios técnicos que precisam obedecer e a cobertura de domicílios está bem feita. “O número habitantes alcançado mostra que Foz do Iguaçu cresceu, mas o prefeito tem todo direito de entrar com recurso e, principalmente, solicitar essas explicações”, informou.

Aos números

De acordo com o censo 2022, Foz do Iguaçu cresceu 29.329 moradores nos últimos 12 anos, aumento superior a 11,4%, entre os censos de 2010 e 2022, e chegou a 285.415 habitantes. Os dados do IBGE demonstram que o município está tendo um crescimento populacional considerável, em vista da previsão do ano passado, feita pelo próprio órgão, afirma o prefeito. “O fato de atestar que tem mais de 285 mil habitantes, já representa um crescimento significativo”, adiantou.

Além do número de habitantes, a pesquisa também analisa as características dos moradores como idade, gênero, cor, raça, religião, escolaridade e renda, e registra informações sobre saneamento básico de domicílios. O censo informou ainda que a densidade demográfica do município é de 468,51 habitantes por quilômetro quadrado.

A estatística permite ao poder público observar onde está tendo crescimento populacional no município, para que as políticas públicas possam ser direcionadas para estas áreas de maior densidade demográfica. “Vai permitir um planejamento do que cada região precisa. Às vezes tem escola numa região que tem menos estudantes, ao contrário de outras”, disse Chico Brasileiro.

Como exemplo dessa migração interna, o prefeito cita a região do bairro Três Lagoas, que tem crescido muito nos últimos anos, aumentando sensivelmente o número de imóveis residenciais. “Precisamos saber qual o número de crianças que residem lá, qual a idade das pessoas. Estas informações vão nos ajudar a fazer um planejamento mais assertivo de Foz do Iguaçu”, afirma.

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