Lei transforma o Colégio Agrícola de Foz do Iguaçu em cooperativa-escola

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Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena completou 70 anos de fundação no mês de junho

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) sancionou a lei que transforma o Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena de Foz do Iguaçu em uma cooperativa-escola. A instituição, que acaba de completar 70 anos de fundação, já vinha trabalhando neste sistema, segundo a direção do estabelecimento. A rede estadual de ensino conta com 23 colégios agrícolas e florestais em diferentes municípios, com o ensino profissional voltado para a prática agropecuária.

Ressalta o GDia que além de incentivar o cooperativismo como atividade de ensino, a nova lei também vai permitir que os colégios comercializem parte da produção das fazendas-escola. Nessas instituições de ensino profissional os alunos participam de uma série de atividades de agricultura e pecuária, como a produção de grãos, hortaliças, leites e outros produtos. Eles são consumidos pelos próprios estudantes, mas o excedente não poderia ser comercializado até então.

Para o Colégio Agrícola de Foz, a mudança representa uma conquista para a instituição que já vinha trabalhando nesse sistema agora regulamentado por lei, informou o diretor pedagógico Reginaldo Vicente. “Em junho o colégio comemorou 70 anos e a gente queria ter esse momento, de construção de uma cooperativa amparada por uma lei. Isso vai nos dar uma capacidade jurídica muito melhor de fazer as atividades pedagógicas e fortalecer a instituição”, disse em entrevista a Rádio Cultura.

Ter um recurso interno virando uma viabilidade mais rápida, sem depender de todo processo burocrático, com certeza facilita e deixa a escola mais viva e sem prejuízo, “que é o mais importante”, ressaltou Vicente. “Vai unir a prática ao conteúdo teórico. Atualmente o foco é a agroindústria, com a produção de doce de leite, queijo colonial, tudo de acordo com as normas da Vigilância Sanitária, e hortaliças”, destacou o diretor.

Procedimento

De acordo com o governo do Estado, cada colégio terá sua própria cooperativa-escola, pessoa jurídica sem fins lucrativos constituída pelos alunos, servidores e professores. A intenção, segundo a lei, é a cooperação recíproca de seus associados para promover e estimular o desenvolvimento do cooperativismo com finalidade educativa, por meio de atividades econômicas, sociais e culturais em benefício dos associados e da instituição de ensino.

Com isso, os estudantes-cooperados terão mais autonomia nas licitações para a compra de remédios e defensivos, entre outros itens necessários à produção, por exemplo. O dinheiro arrecadado com as vendas dos produtos também poderá ser reinvestido em melhorias na própria escola. O recurso não pode ser utilizado para o pagamento da folha de funcionários, mas vai permitir a contratação de jovens aprendizes.

A proposta não acarreta aumento de despesa ou mesmo renúncia de receita, e a cooperativa deverá fazer um plano de trabalho com a obrigatoriedade de prestação de contas à Secretaria da Educação, que irá acompanhar, orientar e supervisionar seu funcionamento. “O Paraná concentra as maiores cooperativas agrícolas do Brasil, um modelo econômico que deu muito certo por aqui e fez com que o Estado se tornasse um dos principais produtores de alimentos do País”, afirmou o governador.

70 anos de história

Criado em 12 de julho de 1953, o Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena (Colégio Agrícola), de Foz do Iguaçu, completou em junho 70 anos de história. A primeira denominação foi Escola dos Trabalhadores Rurais Dr. Ernesto Luiz de Oliveira. De 1956 até 1963 oferecia o curso primário, depois o pré-ginasial. A partir de 1962, passou a denominar-se Escola Dos Trabalhadores Rurais Manoel Moreira Pena.

Em 1964, foi batizado de Ginásio Agrícola Manoel Moreira Pena e em 1967, passou a denominar-se Ginásio Estadual Manoel Moreira Pena. No decorrer dos anos o “Colégio Agrícola” já ofertou cursos de Economia Doméstica (1969), Magistério (1973 a 1985), Técnico em Produção Agrícola com ênfase em Horticultura (1998), Técnico em Produção Agrícola com ênfase em Plantas Medicinais (1999), Técnico em Pecuária com ênfase em Zoonoses (2000).

Em 2001 forram extintos cursos Pós-Médios com especializações. A partir de 2002, passou a ofertar cursos Técnicos em Agricultura, Pecuária e Zoonoses. A partir de 2005, tiveram início os cursos Técnicos em Turismo – Guia Regional, Meio Ambiente, Serviços de Restaurante e Bar (2010), Química e Hospedagem (2011). A denominação atual é Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena.

A área da instituição, localizada na Avenida General Meira, foi indicada inicialmente para instalação da Colônia Militar, cuja expedição era chefiada pelo Tenente José Joaquim Firmino e contava entre outros com o Sargento José Maria de Brito, que participou da fundação do município.

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