Evento reuniu autoridades e representantes de projetos apoiados pela Itaipu nos municípios do Oeste do Paraná
Na tarde dessa terça-feira (25), no Auditório do Centro de Recepção de Visitantes da Itaipu, as mulheres protagonistas e representantes dos programas socioambientais promovidos pela Binacional nos municípios do Oeste e do Paraná e do Mato Grosso do Sul apresentaram seu trabalho à esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janja, e às ministras da Mulher, Cida Gonçalves, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, além de outras autoridades. Foi um momento de integração, de mostrar iniciativas bem-sucedidas e falar sobre apoio a projetos futuros.
Participaram do encontro a ex-diretora financeira executiva da Itaipu e deputada federal Gleisi Hoffmann; a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri; o diretor de Coordenação, Carlos Carboni; o diretor administrativo, Iggor Rocha; além de empregadas da Itaipu e integrantes dos programas socioambientais promovidos pela Binacional.
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Janja, que atuou com Responsabilidade Social nos 17 anos em que trabalhou na Itaipu, se disse emocionada. “Eu me considero um produto de cada uma dessas mulheres que estão aqui hoje. Se tem um lugar que me ensinou muito, foi a Itaipu Binacional, e é por isso que tenho um carinho enorme por essa empresa, porque foi aqui que pude trabalhar com pessoas, que é o que eu amo fazer”, disse ela.
Conselheira da empresa, a ministra Esther Dweck considerou o evento “o mais importante do dia”. “Já vim a muitas reuniões aqui na Itaipu, mas nenhuma foi tão emocionante quanto essa. Para a gente, que está no governo, é muito importante ter essa troca, ouvir vocês. Claro, é bom ouvir a gratidão e entender que estamos no caminho certo, mas também é importante sempre corrigir os rumos e saber o que podemos melhorar e onde podemos atuar juntos”, afirmou.
“O que vimos aqui são experiências que precisam ser mostradas em todo o país, porque essa empresa ajuda a construir um país diferente”, disse a ministra da Mulher, Cida Gonçalves. Ela falou sobre a Lei de Igualdade Salarial, sancionada em 4 de julho, sobre o enfrentamento à misoginia e a presença da mulher em todos os lugares, construindo o país. “Queremos as mulheres respeitadas. E precisamos que as empresas nos ajudem nessa tarefa.”
A deputada federal Gleisi Hoffmann reforçou a importância do papel da binacional não só nos projetos com a comunidade, mas também internamente. “É preciso ter políticas afirmativas, ainda mais numa empresa em que os homens são a maioria. As mulheres precisam estar representadas, e vemos que a nova gestão está fazendo isso, por meio de ações como a retomada do Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Inclusão e eventos como o que acontece hoje”, disse a ex-diretora financeira executiva da Itaipu.
Enio Verri, diretor-geral brasileiro da empresa, reafirmou esse compromisso com a equidade. “Ainda temos muito a fazer dentro e fora da empresa. Como empresa, queremos criar as condições, mas todos nós, juntos, temos que construir essa sociedade. A luta de gênero é das mulheres e dos homens”, destacou.
Ampliação
A assistente do diretor de Coordenação, Leila Alberton – primeira mulher a ocupar o cargo na história da empresa –, abriu o evento falando brevemente sobre os seis projetos socioambientais da Itaipu: Gestão de Resíduos Sólidos; Sustentabilidade das Comunidades Indígenas; Cultura e Patrimônio; Desenvolvimento Rural Sustentável; Pesca Profissional Artesanal e Aquicultura; e Educação Ambiental para a Sustentabilidade. “Mas não são projetos independentes; eles dialogam entre si, e trabalhamos todas as atividades com um olhar sistêmico”, explicou ela.
Cada projeto foi representado por uma mulher, que contou um pouco sobre o trabalho desenvolvido. “A proposta do evento era criar um ambiente de diálogo, para que elas pudessem ouvir, mas também contar suas histórias: como é ser mulher na sua atividade”, disse Leila. “A proposta é criar um grande coletivo que pense e atue de forma conjunta para propor políticas públicas de qualidade e garantir que as oportunidades que são dadas às mulheres sejam aproveitadas da melhor forma possível”.
Nesse encontro, participaram apenas representantes dos 55 municípios apoiados pela Itaipu até a ampliação da área de atuação da empresa, estabelecida pela atual gestão. “No primeiro governo do presidente Lula, foi ampliada a missão da Itaipu, que além de gerar energia, deve gerar desenvolvimento socioambiental. Agora, estamos ampliando para 434 municípios e queremos apoiar, em todos eles, por meio de parcerias, projetos que cuidem da questão ambiental, mas também do social”, disse o diretor de Coordenação, Carlos Carboni.
Bate-papo
Representantes dos seis programas ambientais da Itaipu subiram ao palco, ao lado das autoridades, para compartilhar suas histórias e falar sobre o papel das mulheres em suas comunidades. Para o bate-papo mediado por Lucilei Rossasi, da Divisão de Educação Ambiental da Itaipu, cada uma levou consigo um objeto para representar seu trabalho, compondo uma rede simbólica de elementos.
A catadora Cleusa Cordeiro levou um par de luvas de proteção, como as que utiliza em seu trabalho, falou da importância do apoio da Prefeitura e da Itaipu. “Nosso trabalho era muito árduo, mas depois do programa de UVRs, conseguimos um caminhão para cada cooperativa e muito apoio. Hoje temos mais subsídio para as famílias, graças a esse apoio”, afirmou.
As comunidades indígenas foram representadas por Paulina Cunhã Martines, que levou um artesanato com a representação da Árvore da Vida, entregue a Janja como presente ao final do evento. Ela agradeceu a atuação da Itaipu junto às comunidades e pediu apoio nas áreas de educação e saúde. “Esses projetos ajudam muito as mulheres guarani, porque geram renda e oportunidade, e fortalecem nossa cultura.”
A força da cultura foi abordada pela gestora de Cultura Rosselaine Giordani, que levou um ukulele para representar a Rede Regional de Cultura. “Cultura representa mais de 3% do PIB, mais que o setor automotivo”, disse ela. “Cultura é identidade, mas também é renda, e pertence a todos nós.”
Irene Carniatto, gestora de Educação Ambiental, levou a Carta da Terra e o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Ela lembrou que ainda há muito a fazer, especialmente na área de investimento na educação e apoio à pesquisa. “Ainda temos áreas e pessoas vulneráveis, mas agora temos esperança”, disse ela.
Noelci de Fátima da Silva Nascimento, representando as pescadoras, levou uma rede de pesca e contou sua trajetória de cabeleireira a presidente da Associação de Pescadores e Piscicultores do Lago de Itaipu. “Eu nem chegava perto de peixe, mas quando vi o trabalho dos pescadores, que cuidam das águas, das matas e da diversidade, eu me apaixonei. Hoje, o peixe não pode faltar na minha mesa”, contou. E aproveitou para lembrar a todas a importância de consumir alimentos saudáveis e produzidos por mulheres.
O discurso foi reforçado por Lucivânia Felix, que, representando as agricultoras, levou uma cesta de alimentos orgânicos. Ela, que começou a plantar por influência da mãe, garantiu que quem começa a trabalhar com a terra, se apaixona por ela. “Mulher não tem que trabalhar no tanque nem na cozinha, ela trabalha onde ela quiser, fazendo o que quiser”, disse ela, sob aplausos, resumindo o sentimento das participantes do evento.
Ao final, Michelly Laurindo, da Divisão de Educação Ambiental, e Roberta Carletto, da Divisão de Estudos, respectivamente, voz e violão, puxaram um coro da canção “Novo Tempo”, de Ivan Lins. Um momento emocionante, em que todas as convidadas cantaram juntas– até Janja deu uma palinha, ao microfone.