O sonho de Alberto no céu das Cataratas do Iguaçu

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Por Wemerson

“Inventar é imaginar”, dizia Alberto, o filho de Francisca e Henrique, que foi registrado na Fazenda Cabangu, em Minas Gerais, no ano 1873, e ganhou o mundo com o sobrenome Santos Dumont. Muita imaginação e céu estão presentes na história do mineirinho do bigode preto e chapéu amassado. O céu das Cataratas do Iguaçu, que não intimidou Santos Dumont, em sua visita em 1916, ganhou a mais bela demonstração imaginativa e voadora para celebrar os 150 anos do aviador e principal entusiasta para o local tornar-se um Parque Nacional do Iguaçu de referência mundial.

Do gramado do parque diversas pessoas do Brasil e do mundo celebraram a vida e obra de Santos Dumont, no dia 3 de agosto de 2023. Durante o dia estiveram na unidade de conservação 3643 visitantes de 42 países. No céu da fronteira entre Brasil e Argentina, não tinha como não ver e imaginar o menino franzino de 50 quilos e um metro e meio de estatura presente em cada acrobacia, nos aviões tucanos da Força Aérea Brasileira. O azul, o branco, o verde e o amarelo estampados nas aeronaves tremularam nos ares brasileiros e argentinos, das cidades de Foz do Iguaçu, Brasil, e Puerto Iguazú, Argentina.

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Lá do alto, os pilotos disseram que viram o maior espetáculo natural da vida. Eles também foram surpreendidos pela energia local. O público no gramado tinha experiências distintas. Há quem afirmou ter visto o escritor francês Julio Verne, presente nos motores voadores, batizados de tucanos, tal qual os pássaros que abrem as portas das Cataratas, no primeiro mirante, todos os dias, sempre nos galhos do pé de goiaba. Verne foi o criador da literatura de ficção científica, que embalou Dumont na adolescência com os livros “Cinco Semanas em um Balão” (1863), “Viagem ao Centro da Terra” (1864), “Da Terra à Lua” (1865), “Vinte Mil Léguas Submarinas” (1869) e “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1872).

Instigado no meio do público, João, um menino de 5 anos, perguntou ao pai quem eram as pessoas que estavam lá dentro das aeronaves. O garoto queria saber o nome delas. Perguntou se o pai sabia. João perguntou se elas moravam dentro do avião. A curiosidade de João me fez refletir sobre os sete pilotos. Quem são eles? A imaginação da criança me fez pesquisar, conversar, entrevistar e deixar este registro sobre a mais bela homenagem ao menino do bigode, apaixonado pelas Cataratas e responsável pela criação do Parque Nacional do Iguaçu.

“OS PÁSSAROS DEVEM EXPERIMENTAR A MESMA SENSAÇÃO QUANDO ESTIRAM SUAS LONGAS ASAS E SEU VOO FECHA O CÉU” – SANTOS DUMONT

Muitas pessoas escreveram a história dos 150 anos de Dumont no céu das Cataratas com o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), popular Esquadrilha da Fumaça. A pedido do João, o menino do gramado, que tentava pegar os aviões no céu, numa viagem de Julio Verne, é preciso dar nome aos pilotos, que dedicaram ao todo 18 mil horas de voo durante a vida para desenhar no céu das Cataratas e marcar para sempre a imaginação do João e de tantas pessoas que sonharam por alguns minutos ser pássaros.

Anota aí, João: no número 1 estava o Garcia, que é líder, fica na frente, com a primeira aeronave, e já voou 4.300 horas pelo mundo. Na posição 2, o ala-direita, o Fontoura, com 2.100 horas de voo. Do outro lado, aeronave 3, na ala esquerda, estava o Furlan, com 2.300 horas de voo. No meio do desenho, o piloto 4, que fica na posição ferrolho, o Kawka, com 2.400 horas de voo. O Furtado é o piloto 5, que ocupa a ala esquerda externa e já voou 2.100 horas. Na ala direita externa estava o Bezerra, com 1.800 horas. Fechando o desenho em formato triangular, o Natalício, que fica na posição isolado.

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