Rompimentos familiares e dependência química são alguns dos motivos que levam pessoas à situação de rua
Foz do Iguaçu tem atualmente 790 pessoas vivendo em situação de rua. O número é preocupante não somente pela situação de vulnerabilidade na qual estes cidadãos se encontram, mas também porque apresenta uma crescente considerável associada a diversos fatores.
Recorda o GDia que para se ter uma ideia, em 2019 a cidade tinha registro de 270 moradores de rua. Os dados, divulgados pelo sistema do Cadastro Único do Governo Federal, revelam um aumento de mais de 60% no comparativo com 2023.
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No Paraná a fronteira ocupa hoje o segundo lugar no ranking de cidades com o maior índice de pessoas que não tem um local adequado para residir. A cidade perde apenas para Curitiba, que registra mais de 3,1 mil cidadãos nestas condições. Em todo o Estado são mais de 10,9 mil pessoas na situação.
O acompanhamento destes habitantes é feito pelas equipes de Assistência Social, que percorrem o município diariamente oferecendo auxílio. Quando decidem aceitar a ajuda, os cidadãos são encaminhados para uma das três casas destinadas à população de rua, sendo que uma delas tem vagas prioritárias para migrantes e refugiados.
Muitos recebem encaminhamento para regularizar a documentação pessoal, localizar familiares, conseguir um emprego, receber tratamento médico e até retornar para o local de origem. O trabalho é constante, mas ainda há muito a ser feito para mudar a realidade atual.
“Não restam dúvidas de que os últimos anos foram difíceis, a pandemia exacerbou isso e o empobrecimento da população, principalmente. Com o aumento da desigualdade social no Brasil tivemos um aumento da população em situação de rua. Precisamos avançar em moradias e as políticas precisam estar em consonância com o Estado e União”, disse a secretária de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, Rosa Maria Jeronymo.
Na última sexta-feira (18) um fórum foi realizado com autoridades do poder público, entidades e conselhos locais para discutir políticas públicas voltadas às pessoas em situação de rua. Moradores das vias de Foz também participaram do encontro e foram ouvidos. Na oportunidade eles receberam café da manhã e almoço, além de diversos serviços jurídicos, corte de cabelo e testes rápidos.
“Não queremos moldar o sistema à nossa maneira, mas contribuir com as políticas públicas. Hoje nossa principal demanda é a moradia, mas todas as outras áreas são importantes, e principalmente o trato com as pessoas, o acolhimento”, afirmou o defensor popular Paulo Ferreira.
Rompimentos familiares e dependência química
Inúmeros motivos levam as pessoas a viver na rua, incluindo o rompimento ou conflito com o grupo familiar, abuso de álcool, drogas, desemprego e outros fatores. Eles estão por hoje por todas as regiões, dormindo em calçadas e pedindo esmolas em semáforos.
Alguns, infelizmente, chegam a cometer furtos para comprar algum alimento ou sustentar os vícios. Nem todos aceitam ajuda da Assistência Social e preferem viver à própria maneira.
O acolhimento não pode ser forçado, então às ações de conscientização e orientação são muito importantes. Muitos improvisam abrigos nas beiras de estragas e áreas de mata ou ocupam prédios abandonados.Expostos ao frio e falta de higiene não é incomum ficarem doentes ou irem a óbito.