Projeto conquistou terceiro lugar no 28° Festival de Danças do Mercosul, em Puerto Iguazu (AR)
Todos os sábados pela manhã Simone da Silva percorre mais de dez quilômetros em direção à Estação Cultural da Vila C, para fazer uma das coisas de que mais gosta: dançar. Ela, assim como outras mulheres, jamais imaginariam que a paixão pela dança árabe se transformaria em troféu. Na última semana, elas conquistaram o terceiro lugar no 28° Festival de Danças do Mercosul, em Puerto Iguazu (AR).
“É a primeira vez que as levei para um festival de dança, para elas conhecerem, e acabamos conquistando um troféu. Essa conquista é um reflexo da felicidade produzida com a dança e com o objetivo do Foz Fazendo Arte, que é possibilitar a atividade física e o convívio para mulheres maduras e reais; donas de casa, empreendedoras, profissionais liberais e aposentadas”, contou a arte-educadora, Nina Nassif.
Há um ano, a Estação Cultural da Vila C, se tornou ponto de encontro de mulheres maduras, acima de 30 anos, que encontraram na dança árabe uma nova forma de vida, com o resgate da autoestima e do bem-estar.
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“Não tenho como expressar os benefícios da dança do ventre, árabe, melhorou minha autoestima, me sinto mais animada, e reservo o sábado para esse encontro. Foi maravilhoso poder conseguir isso através do projeto Foz Fazendo Arte, mesmo longe da minha casa eu faço questão de vir. Mesmo quando fiquei sem carro, devido a um acidente, mantive meu compromisso com a dança”, comentou Simone.
Se para a Simone, a dança trouxe mais autoestima, para Silvia Gomes Brum, de 57 anos, a atividade a salvou de uma doença. “Esse troféu nos trouxe muita alegria. Eu, uma mulher de 57 anos, retornando a viver, graças a esse projeto Foz Fazendo Arte, que me tirou da depressão. Tive uma perda muito grande na minha vida e estava muito isolada em casa, até que conheci a Nina, no bairro, e comecei a me apaixonar pela dança. A depressão começou a melhorar, minha autoestima foi lá em cima. As pessoas não têm noção do quanto isso mudou minha vida”, expressou.
Para a coordenadora da Estação Cultural da Vila C, Ivana Batista, a dança possibilita um novo fôlego na rotina de sobrecarga das mulheres. “A dança ajuda fisicamente e psicologicamente, e o Foz Fazendo Arte vem para contribuir nessa parte mental, porque a dança propicia um momento único para a mulher, e nós precisamos, porque temos uma grande sobrecarga”, comentou.
Com alegria e troféu nas mãos, as dançarinas Fabiane Fabrício, Sirlei Fernandes Lisboa, Diana Rodrigues Linares, Denise Lopes Ferreira, Silvia Gomes Brum, Simone Cristina Bueno da Silva e Neide Meri Kieling comemoraram a premiação com o desejo de continuarem se encontrando todos os sábados no mesmo destino. “Não consigo mais me imaginar sem a dança”, simbolizou Simone.
Foz Fazendo Arte
A premiação do grupo de dança reflete o compromisso com um dos propósitos do projeto Foz Fazendo Arte, que é a formação de corporações artísticas em diversas linguagens. “Esse prêmio que elas ganharam é muito importante, porque um dos objetivos específicos é a formação de corporação artística”, complementou Ivana.
Em pouco mais de um ano em funcionamento, o Foz Fazendo Arte ultrapassou os seis mil atendimentos mensais em mais de 80 polos. As parcerias para a realização foram firmadas com Secretarias Municipais, Clubes de Mães e Organizações da Sociedade Civil.
São mais de 20 modalidades artísticas disponíveis para pessoas de todas as idades e gêneros, ministradas por 74 arte-educadores contratados pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu.
“Reforçamos que o papel do Foz Fazendo Arte é descentralizar o acesso à cultura, levando aos bairros e envolvendo os moradores em iniciativas marcantes. A arte possui esse poder agregador e forma por meios únicos”, disse a coordenadora do programa, Fabiana Zelinski.