Dia dos Filhos? Existe? Esta data ainda é pouco é celebrada. Mas 23 de setembro foi instituído como Dia dos Filhos exatamente para incentivar um momento de conexão entre pais e filhos. Entretanto, o número de lares desfeitos e crianças com alguma doença mental só aumenta.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em todo o mundo, um em cada sete jovens de 10 a 19 anos enfrenta algum transtorno mental.
Mas, segundo a escritora e especialista em Neurociência e Performance Humana, Abilene Rodrigues, esses diagnósticos podem ser evitados com uma mudança de comportamento dentro dos lares.
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Abilene explica que a mudança precisa começar pelos pais. O primeiro passo é entender que que as crianças modelam o comportamento dos adultos. “Nós somos hoje resultados das memórias que vivemos na infância. Se foram boas, vamos repetir com nossos filhos. Se foram ruins, podemos evitar repetir. Se a criança vive num lar de gritaria e discussão, ela vai levar esse comportamento para a escola. O mesmo acontece se vive num ambiente de paz”.
Mais amor por favor
Estudos explicam que muitas vezes as birras, as desobediências, os gritos e até o mau comportamento produzido pelas crianças são a forma encontrada por elas para chamar a atenção dos adultos. “Estão pedindo atenção. Clamando para serem ouvidos. Querem ouvir e saber que são amados, importantes e queridos”, destacou a escritora.
Nesse caso, cabe aos pais, que são mais desenvolvidos emocionalmente, a interpretarem esses sinais e se questionarem se estão demonstrando amor aos filhos. Para isso, é preciso substituir as memórias ruins, por memórias positivas.
“Cada vez que vivemos uma experiência, ocorre uma sinapse química entre os nossos neurônios, um registro no nosso cérebro. Que pode ser bom, ruim ou trivial. Se queremos filhos saudáveis precisamos gerar mais sinapses boas que ruins”, explicou.
Lapso de memória
Pior que registrar memórias ruins é quando a criança ou o adolescente perde o contato com o ser humano. “Ela fica tanto tempo nas telas ou sozinha que deixa de ter empatia pelas pessoas”, disse. Estudos apontam que esse lapso de memória pode incentivar comportamentos de psicopatia.
Reflexão
Ela sugere aproveitar o Dia dos Filhos para fazer uma reflexão respondendo a algumas perguntas.
Qual foi a última vez que você disse olhando nos olhos dele o quanto o amava? Quando leu uma historinha para eles? Quando riram juntos? Esses comportamentos simples do dia a dia vão criando memórias positivas. Só para exemplificar, os adultos de hoje são resultados das memórias vividas na infância. Como elas foram? Como você é hoje?
Será que você está oferecendo mais memórias positivas ou negativas para os seus filhos?
Além da escola, do videogame, é fundamental abraçar os filhos e criar memórias de pertencimento e empatia. Só assim serão adultos confiantes, empáticos e gentis.
Que tal parar agora e perguntar o que ele mais gosta? Como ele se sente feliz e amado?
É o começo da formação de uma memória positiva.
Memórias poderosas
Confira cinco memórias poderosas que vão colaborar para o futuro dos nossos filhos.
1 – Pertencimento: Os filhos precisam se sentir acolhidos e parte da família. Para isso, jamais economize beijos abraços e carinhos. Ajude nas tarefinhas. Convide-o para arrumar a mesa do jantar.
2 – Importância: Todos gostam de se sentir únicos. Os filhos também. Que tal dedicar um tempinho do dia só para eles.
3 – Conexão: Os filhos precisam saber e sentir que estão ligados aos pais. Quando forem ouvi-los e até repreendê-los, se abaixe na altura deles. Pergunte como estão se sentindo. Como foi o dia? O que aprenderam?
4 – Limites, com amor: Estabelecer limites é um gesto de amor. Dar limites é contribuir para o sucesso deles. Ensinar sobre a responsabilidade de suas atitudes. Mas lembre-se, esteja calmo. Jamais demonstre imposição,
Se deseja ter filhos bem-sucedidos, precisa se posicionar com amor.
5 – Generosidade – as crianças aprendem a ser generosos vendo e praticando. É um exercício diário que ultrapassa o ambiente do lar, mas a qualquer um que estejam inseridas.
Abilene Rodrigues, é mãe do Davi e da Ana. Esposa do Samuel. Jornalista, escritora e especialista em Neurociência e Performance Humana.
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