“Queremos saber se houve uso político desta ferramenta no Paraná”, cravou o deputado Requião Filho

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A Oposição na Assembleia Legislativa reagiu na terça-feira (24) à informação de que o governo Ratinho Jr. contratou o programa FirstMile, da empresa israelense Cognyte, mesmo software que, segundo investigações da Polícia Federal, teria sido utilizado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Bolsonaro para espionar ilegalmente políticos, membros do Judiciário, jornalistas e adversários.

“Queremos saber se houve uso político desta ferramenta no Paraná”, cravou o líder da Oposição, deputado Requião Filho. Ele explicou que o programa foi contratado pelo governo Ratinho Jr. em dezembro de 2019, a princípio para uso da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Porém, segundo Requião Filho, em 2021, há indícios de que teria sido criada uma Diretoria de Inteligência, dentro da Controladoria Geral do Estado, órgão que assessora diretamente o governador, e que teria passado a ter acesso à ferramenta.

“Não questionamos aqui o uso de tecnologia para grampear, rastrear, acessar dados, com autorização judicial pela Polícia, que faz seu trabalho e se utiliza da tecnologia para fazer um trabalho inteligente e eficaz. Coloco em questionamento a criação de uma central de inteligência dentro da Controladoria do Estado, com capacidade de grampear pessoas sem autorização judicial”, alertou.

Ele afirmou que deverá apresentar nos próximos dias questionamentos oficiais ao governo sobre o caso, via Lei de Acesso à Informação ou Pedido de Informações na Assembleia Legislativa.

“Considerando os indícios, queremos saber: quem, quando, como, e por que foi monitorado ou grampeado aqui no Paraná? Teriam sido grampeados deputados de oposição? Juízes, promotores, atores políticos que discordaram em algum momento do governo? Quando, na mão da Polícia, uma ferramenta desta é utilizada para grampear investigados. Quando, na mão do gabinete do governador, na Controladoria Geral do Estado, ela pode ter sido usada para fins políticos, como há indícios que foi usada para fins políticos no governo Bolsonaro. Queremos uma investigação séria sobre isso”.

Vice-líder da Oposição e presidente do PT Paraná, o deputado Arilson Chiorato reforçou os questionamentos. “Temos fatos nacionais que indicam uso de um sistema espião com finalidade política. Uma ferramenta da segurança pública foi usada para a política bolsonarista de espionagem. Queremos informações de quem contratou, quem operou, como foi pago, e quem teve acesso. Se tiver envolvido atores políticos, autoridades do judiciário, jornalistas, temos que tomar providências. Não podemos permitir que as fórmulas negativas do bolsonarismo sejam praticadas no Paraná”.

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