Recomposição florestal com palmeira juçara em Quedas do Iguaçu (PR) tem resultados positivos

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Fotos: Jarbas Teixeira / Itaipu Binacional

Em novembro, profissionais da Itaipu participaram do monitoramento da semeadura da espécie feita por helicóptero em junho

Na última quinta-feira (30), profissionais da Itaipu Binacional e de outras instituições avaliaram a efetividade na semeadura da palmeira Juçara, em uma área de 67 hectares de reserva legal e preservação em Quedas do Iguaçu (PR). O objetivo foi analisar o desenvolvimento das 4 toneladas de sementes lançadas por helicóptero no dia 7 de junho e definir um protocolo para recomposição de florestas com esta metodologia.

Também participaram da ação profissionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), da Pontífice Universidade Católica (PUC) Curitiba, da aldeia indígena de Nova Laranjeiras, da cooperativa CREHNOR, do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (Ceagro) e lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) da região.

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A equipe avaliou a germinação das sementes e o crescimento de várias mudas, algumas com mais de 15 centímetros de altura, começando ocupar espaço no sub-bosque da floresta onde não existem exemplares adultos da juçara. Agora, após a avaliação em campo, definiu-se a metodologia para iniciar um trabalho de mestrado da UFFS que vai avaliar a efetividade da semeadura realizada por meio de helicóptero e iniciar o monitoramento a longo prazo destas áreas, verificando a germinação das sementes por metro quadrado, se a dispersão está homogênea, entre outros parâmetros.

Segundo Jarbas Aguinaldo Teixeira, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu (MARP.CD), a semeadura aérea é uma iniciativa interessante, visto que a palmeira juçara tem dificuldade para se desenvolver em áreas abertas, sendo necessária a proteção da floresta para ela crescer. Esta forma de dispersão de sementes simula o que acontece na natureza com a fauna, só que com alcance muito maior devido a quantidade de sementes distribuídas de forma homogênea em toda área.

“Além de ajudar na recomposição da Mata Atlântica, a semeadura representa uma forma de economia agroflorestal utilizando o açaí juçara como fonte de renda sem degradar a floresta, além de estimular a proteção das florestas”, resume Jarbas. O objetivo é explorar apenas a semente da palmeira, o açaí, sem fazer o corte da árvore para retirada do palmito. A extração ilegal do palmito é um dos principais motivos para que a espécie esteja ameaçada de extinção, além de ser crime ambiental.

Segundo o novo atlas divulgado no relatório da SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional Pesquisa Espacial (Inpe), divulgado em maio deste ano, o Paraná é o terceiro estado do país que mais destrói o bioma. Foram 2.883 hectares de corte ilegal em 2022, deixando o Paraná atrás de Minas Gerais e Bahia. Em todo o País, mais de 20 mil hectares de floresta foram destruídos no ano passado.

Açaí juçara

Os frutos da juçara, também conhecidos por “açaí da juçara” ou “açaí da Mata Atlântica”, possuem uma casca lisa, de cor violáceo-escura, com uma polpa fina que envolve a semente, semelhante ao açaí da Amazônia. Rica em antioxidantes, a polpa representa um importante alimento para as comunidades tradicionais, mas também é utilizada na produção de sorvete, farinha, doces e sucos, sendo mais uma fonte de renda para os produtores.

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