A manhã de terça-feira (10) começou tumultuada na região da Ponte Internacional da Amizade, via em Foz do Iguaçu que une o Brasil e o Paraguai.
Um grupo de ‘paseros’, que transporta pequenas quantidades de mercadorias adquiridas no Brasil para revender em Ciudad del Este, está concentrado próximo a aduana paraguaia.
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De acordo com o Bom Dia Paraná, da RPC TV, eles interditam o trânsito em alguns momentos para liberar em seguida. À Rádio Cultura, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda não tem notícias dos motivos do novo protesto do lado paraguaio.
Nesta segunda-feira (9) os ‘paseros’ e comerciantes do mercado fizeram um protesto, que foi encerrado após um acordo aumentando de US$ 150 para US$ 300 a cota de compras e uma área livre para comercialização dos produtos brasileiros no vizinho país.
Os ‘paseros’ e comerciantes do mercado de abastecimento de Ciudad del Este se mobilizaram contra as medidas que restringem a importação de produtos adquiridos em Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú (Argentina).
A mobilização, a partir das primeiras horas do dia, ficou marcada pela tensão. Os manifestantes protestam, desde o ano passado, contra a fiscalização promovida pela autoridade aduaneira.
Eles aproveitaram a mobilização para pedir a saída do presidente Mário Abdo Benítez e acabaram invadindo o depósito para levar mercadorias que haviam sido apreendidas, informou Ronildo Pimentel, no GDia.
A área de livre comércio para produtos brasileiros no Paraguai, começa a partir de 20 quilômetros da fronteira. O acordo, para por fim as mobilização, foi costurado pelo presidente da Câmara de Vereadores de Ciudad del Este, Celso Kelembu, juntamente com o governador de Alto Paraná, Roberto Gonzalez e o diretor nacional de Aduanas, Julio Fernández.
Reclamações
Na reunião com as autoridades, os ‘paseros’ denunciaram casos de corrupção nas Aduanas e apreensão de artigos permitidos no trânsito fronteiriço. Ao site do Última Hora, o presidente da Associação de Paseros de Ciudad del Este, Eugenio Paredes, reclamou que a Direção Nacional de Aduanas e a Polícia Nacional só tomam produtos dos pobres.
“Consideramos que é um roubo contra as classes mais humildes, mais desprotegidas”, afirmou Paredes. Logo após anunciado o acordo, os manifestantes dispersaram, levando mercadorias que estavam no depósito. Os ‘paseros’ assumiram o compromisso de não entrar no país com produtos restritos, principalmente os hortifrutigranjeiros, como uma medida para aumentar o consumo de produtos nacionais.
Mais de cem pessoas participaram da mobilização, que ficou concentrada há poucos metros da aduana paraguaia, na cabeceira da Ponte da Amizade. O trânsito na via não chegou a ser interrompido.
Expectativa
O aumento da cota gerou boa expectativa para o comércio local brasileiro, com a possibilidade de maior circulação de produtos nacionais no país vizinho. A Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi) acredita que o aumento da taxa para passar mercadorias na ponte para o Paraguai, pode haver uma melhora discreta destas vendas que ocorrem.
“Por exemplo, na Ceasa (Central de Abastecimentos) e outros lugares que este cliente possa adquirir”, afirmou o presidente Faisal Mahmoud Ismail. A mudança, como lembrou o presidente, é permitida para pessoa física, não para pessoa jurídica (empresas).
“Então, entendemos que isto é algo benéfico para a população do Paraguai e para a população da região fronteiriça, que pode ter um leve aquecimento nas suas vendas”, concluiu Faisal.