Ex-agente penal, réu pela morte de tesoureiro do PT, ficará preso em Foz até júri em 2 de maio

Decisão é do juiz Hugo Michelini após a defesa de Jorge Guaranho abandonar o júri; Um advogado foi nomeado para garantir o julgamento do réu
WhatsApp
Facebook
Júri popular de ex-agente penal que matou guarda municipal de Foz será em Curitiba
Jorge Guaranho entrou atirando onde o dirigente petista comemorava aniversário (Fotos: Arquivo pessoal e câmera de monitoramento)

O ex-agente penal Jorge Guaranho, réu pelo homicídio duplamente qualificado do ex-guarda municipal Marcelo Arruda, ficará num presídio de Foz do Iguaçu até a nova data do seu júri popular, marcada para o dia 02 de maio (quinta-feira).

A decisão é do juiz Hugo Michelini, após os advogados de defesa afirmarem encontrar dificuldade no contato presencial e com antecedência com o réu.

Guaranho é militante bolsonarista e invadiu atirando o local onde Marcelo Arruda comemorava os 50 anos de idade em uma festa temática em homenagem ao PT e o presidente Lula.

Leia também

O julgamento do ex-agente penal chegou a ser iniciado na última quinta-feira (04), mas foi remarcado aproximadamente 50 minutos após, devido os advogados de defesa abandonarem a sala do júri no Fórum de Foz do Iguaçu.

Este foi o segundo adiamento do júri, o primeiro estava marcado em dezembro do ano passado. Jorge Guaranho ficará preso na Cadeia Pública Laudemir Neves, na região do bairro Três Lagoas, até o dia do julgamento do caso.

Até a última quarta-feira (03), o assassino estava preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Os advogados que defendem a família da vítima, que também atuam como assistentes de acusação, sustentam que o crime praticado por Jorge Guaranho teve motivação política.

As investigações apontam que o mesmo chegou ao local tocando no som do carro em alto volume jingles de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e gritando que iria “matar todos do PT”.

Eles reprovaram a atitude da defesa, a qual classificaram como um paliativo para pedirem a liberdade do réu.

“Na verdade, eles (advogados) não queriam julgar o processo. O objetivo era claramente a liberdade provisória do réu”, disse o advogado Daniel Godoy Junior. “Estamos convictos que a estratégia da defesa, apesar de adiar o julgamento, não vai evitar uma condenação exemplar. Os elementos trazidos pela acusação, entre eles o laudo da leitura labial, são muito fortes”, afirmou a também advogada Andrea Jamur Pacheco Godoy.

Intolerância política

Segundo Andrea Godoy, o laudo pericial produzido a partir de câmeras de segurança instaladas no local onde o ex-policial penal assassinou o guarda municipal, evidenciam a motivação política do crime. A leitura labial revela as falas do réu nos momentos que antecederam os disparos: “Aqui é Bolsonaro, Bolsonaro, porra! Petralha!”, e “Petistas vão morrer! Pra baixo, pra baixo, pra baixo”.

O laudo complementar a perícia do Instituto de Criminalística é assinado pelo perito Anderson de Jesus Anchieta Carvalho e pela fonoaudióloga Renata Christina Vieira. Na avaliação dos advogados de acusação, este elemento é fundamental para garantir que o réu seja condenado por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil devido a violência política motivada pelo desrespeito às diferenças e perigo comum.

Procedimento

Na penitenciária de Foz do Iguaçu, conforme documento juntado ao processo, Guaranho deverá receber os medicamentos que usa para dor e para dormir. O juiz também nomeou, após a remarcação da data do julgamento, um advogado para atuar na defesa do ex-agente penal no dia do júri, caso os advogados contratados pelo réu abandonem novamente o plenário.

O policial penal Jorge Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado. Ele assassinou a tiros Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, durante festa de aniversário — Foto: Reprodução

O crime praticado por Jorge Guaranho ocorreu na noite do dia 9 de julho de 2022. Ele matou a tiros o ex-tesoureiro do PT, por não aceitar o tema da festa e a preferência política da vítima – na época ele era simpatizante do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o Ministério Público (MPPR), que investigou e apresentou a denúncia, houve intolerância político-partidária no caso.

Com informações do GDia

Mais notícias

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *