Foz do Iguaçu tem o alqueire de terra agrícola mais valorizado do Paraná. A afirmação tem como base um levantamento feito em 2024 e publicado na segunda-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
O município se destaca em duas classificações – classe A-I, que considera terra plana, fértil, bem drenada e profunda e do grupo B, para utilização em pastagens ou reflorestamento. A projeção do Deral, que é feita desde 1998, pode ser usada como parâmetro para negociações dos imóveis.
Um dos destaques de Foz do Iguaçu é no item de maior preço de terra da classe A-I, considerada a melhor por ser plana, fértil, bem drenada e profunda.
O preço da área no município aparece junto com a mesma classe e valores altos registrados em Maringá, Arapongas, Doutor Camargo, Ivatuba, Paiçandu e Sarandi.
O menor valor no grupo, na classe IV de menor aptidão agrícola, mas ainda mecanizado, está em Adrianópolis, no Vale do Ribeira, cujo hectare vale R$ 20,5 mil.
A atual classificação de terras no Estado é de 2017. O grupo A tem as classes que vão de I a IV, começando pelas áreas planas e férteis até mais declivosas ou rasas, restringindo o uso na agricultura.
Além das terras agricultáveis, há o grupo B com as classes VI e VII, para utilização em pastagens ou reflorestamento.
Nesse caso, os valores do Deral são em média de R$ 41 mil o hectare para a classe VI e de R$ 29 mil para a classe VII.
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Na VI vai de cerca de R$ 72,3 mil em Foz do Iguaçu a R$ 19,6 mil em São Mateus do Sul. Na VII, varia de em torno de R$ 53 mil em Rancho Alegre a R$ 13,4 mil em General Carneiro.
O grupo C classe VIII congrega as terras impróprias para agricultura, pastagem ou reflorestamento. Normalmente elas servem apenas para abrigo e proteção de fauna, flora silvestre, ou como ambiente de recreação e para fins de armazenamento de água.
A média de preço está em R$ 12 mil (as máximas giram em torno de R$ 21,1 mil em Rolândia a R$ 5,5 mil em Rio Branco do Sul).
Propriedade e lucro
Segundo o coordenador da Divisão de Conjuntura do Deral, Carlos Hugo Godinho, não é tanto o preço final conseguido pelo produtor em relação ao seu produto que pesa, mas o lucro que ele extraiu da propriedade. “A terra é um ativo muito importante e o que vale é a capacidade de retorno financeiro ao produtor”, disse.
Assim, o valor de um produto precisa ser olhado levando em conta outras variáveis. Se o preço da soja cair em um determinado ano e o custo de produção também tiver redução, o produtor ainda poderá, em muitos casos, ter a mesma rentabilidade. “Em um ano ruim como esse que passou, se o produtor conseguiu manter sua produção dentro da normalidade, teve lucratividade e a garantia de bom preço para suas terras”, salientou Godinho.
Segundo ele, os preços das terras agricultáveis no Paraná, classificadas no grupo A, tiveram redução média de 5% no levantamento feito em março deste ano comparativamente a março de 2023. Esse percentual foi influenciado pela menor rentabilidade conseguida pela soja, que é o principal valor de referência na comercialização das terras no Estado.
Com informações do GDia