Primeiro templo católico de Foz do Iguaçu, a igreja São João Batista completa na segunda-feira (24), 100 anos de fundação. Erguida em 1924, a matriz central passou por muitas fases, ocupando hoje um importante espaço no circuito turístico, religioso e cultural do município.
Para celebrar o marco histórico, uma extensa programação foi montada, englobando também as homenagens ao santo que batiza a igreja e é padroeiro da Terra das Cataratas. A comemoração teve início na noite de sexta-feira (21), com a abertura da tradicional festa junina da paróquia, um evento sempre muito aguardado pela população.
O arraiá segue neste sábado (22), com abertura dos portões às 16h. Haverá shows com bandas locais, muitas guloseimas e bebidas. Para as crianças, foi montado um parque de diversões com brinquedos infláveis e barracas especiais.
Quem passar pelo festerê ainda poderá apreciar a decoração especial e uma exposição de fotos antigas da igreja, dos paroquianos, das pastorais e dos movimentos religiosos ao longo das décadas. Ainda, no interior da matriz, os visitantes podem se deslumbrar com as artes sacras, pintadas nas paredes e teto do templo, além dos coloridos vitrais.
No domingo (23), haverá celebração de missa às 10h, seguida pela benção e venda do bolo de São João Batista, com medalhas do santo. Segundo a tradição de fé, a pessoa agraciada com uma das imagens no pedaço do doce recebe uma graça especial. Ao meio-dia será servida uma feijoada com acompanhamentos, no valor de R$ 50 por pessoa.
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Na segunda-feira (24), feriado do padroeiro, haverá carreata pelas ruas da cidade a partir das 8h30, com benção dos veículos. Às 10h será celebrada missa solene com o bispo Dom Sérgio e padres da diocese.
Homenagens
Em homenagem pelo centenário, a paróquia São João Batista recebeu na manhã de sexta-feira (21), uma moção de aplauso da Câmara Municipal de Foz. A honra foi proposta pelo vereador Ney Patrício.
Diversas personalidades e membros pioneiros da igreja estiveram presentes. Dentre os convidados, destacam-se Henriqueta Sibila Pepin Ferreira, carinhosamente conhecida como Dona Loty, que tem uma vida dedicada à igreja e mantém um grande acervo histórico; e Domingos Roque Pacagnan, ministro da Sagrada Comunhão há 44 anos na igreja São João Batista.
“Durante estes 100 anos, nossa paróquia tem sido um farol de esperança e um refúgio de paz para inúmeras pessoas. Nossa igreja não é apenas um edifício de tijolo e argamassa, é um lar espiritual onde as pessoas encontram paz, orientação e apoio”, destacou o pároco na igreja, padre Willian Alves.
Memórias
A igreja São João Batista é administrada pela Congregação do Verbo Divino. Os primeiros padres da instituição chegaram em Foz em 1923 e fizeram história. Dos religiosos, destaca-se Monsenhor Guilherme, padre João Progzeba, padre Germano Lauck e Irmão Bianchi.
Um ano depois, em 1924, foi erguida a primeira sede da paróquia, construída em madeira. São João Batista foi escolhido para batizar a matriz em respeito à devoção de Dona Alzira Lima, esposa do diretor da até então Colônia Militar, João Soares Neiva de Lima. A primeira dama da época doou uma pequena imagem do santo para ser usada na primeira missa realizada na igreja, que teve então o nome oficializado.
Em 1925 a comunidade católica passou por um momento de tristeza. A pequena capela de madeira foi destruída por um incêndio, provocado por fogos de artifício, disparados durante uma celebração.
Alguns objetos litúrgicos e imagens foram salvos, mas a estrutura da igreja ruiu. Este fato, porém, não desanimou os fiéis, que se uniram para levantar novamente o templo. No dia 24 de junho daquele mesmo ano, a pedra fundamental da construção foi instalada e abençoada pelos padres.
A igreja ficou adequada para uso somente em dezembro de 1942, mas ainda faltavam muitos detalhes. Com a finalização da torre, os sinos da paróquia puderam ser ouvidos pela primeira vez no Natal de 1952.
Em outubro de 1978 o templo passou pela primeira grande reforma. A segunda intervenção teve início em 2013 e foi finalizada em 2015, após muitas etapas e transtornos. Em 2023, as paredes e teto ganharam ainda mais beleza, com artes sacras pintadas pelo artista plástico e sacro Marcílio Soares, de São Miguel do Iguaçu.
Com informações do GDia