Conhecida como a estação mais fria do ano, o inverno 2024 chegou impactado pelas mudanças climáticas, com temperaturas oscilantes, períodos de veraneio e clima seco. Estes fatores já estão afetando o comércio varejista em Foz do Iguaçu, especialmente nos departamentos de vestuário.
Muitos lojistas temem que o estoque de jaquetas, moletons, cobertores e outros itens de mesma linha fiquem empacados nas prateleiras e araras devido ao calor fora de época, que reduz a procura por estes itens.
Visando amenizar possíveis prejuízos, os comerciantes estão apostando em diversas táticas para chamar a atenção dos clientes e garantir boas vendas, apesar dos imprevistos.
Dentre as ações, muitos estabelecimentos investem na propaganda em redes sociais, serviços de entrega especial, atendimento em residência e, claro, os famosos descontos. Alguns locais já anteciparam, inclusive, as promoções para o Dia dos Pais, que será celebrado no dia 11 de agosto.
De acordo com a gestora de eventos da Associação das Micro e Pequenas Empresas do Paraná (AMIC), Viviane Bastazini, os empresários precisam estar preparados para as mais diversas possibilidades, com bons estoques de produtos e estratégias de marketing que garantam equilíbrio das contas e mercadorias em situações variadas.
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“Diferente do verão, que é muito mais extenso, no inverno o lojista acaba vendendo apenas nos dias mais frios, então já tem que estar preparado para aquele momento. É um período curto e sazonal. O ideal é ir repondo o estoque com o necessário, sem exageros”, ressalta a gestora.
Apesar das adversidades, os lojistas da fronteira seguem confiantes, investindo também em produtos com saída rápida, como toucas, luvas, meias, blusas de manga longa e cachecóis.
“Apesar do frio não estar ajudando, estamos com uma boa expectativa de vendas. Entre os produtos mais procurados estão aqueles voltados para as crianças, que precisam estar bem protegidas quando a temperatura cai. Estes estoques são repostos com mais frequência. Com relação ao público adulto, a estratégia é investir em um bom mix de produtos, com peças coringas e de bom caimento. Estas sempre vendem rápido, porque os clientes gostam de investir em itens atemporais”, contou a gerente de loja, Elaine Ferreira.
Produtos temáticos
Outro fator no qual o comércio tem apostado, com resultados positivos, é o período de festas de São João, ou como são mais conhecidas, as festas julinas. A procura por vestidos caipiras, camisas com estampa xadrez, acessórios de cabelo e enfeites em geral, tem mostrado reflexos positivos. Até os próprios vendedores entraram no clima e atendem os clientes vestidos a caráter. Vale tudo para se destacar e garantir o aumento dos lucros.
Além dos estabelecimentos tradicionais, é possível ganhar uma renda extra pessoal com a venda de guloseimas juninas, investir na criatividade garante bons retornos. “Com um ambiente decorado e oferecendo alguma degustação típica ao cliente, todo empreendedor pode fortalecer o vínculo com a comunidade e proporcionar atenção diferenciada para o seu produto ou seu estabelecimento”, destaca o presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas (AMIC Paraná), Jovane dos Santos Borges.
Retração
A longa espera pelo frio mais intenso deve causar retração de 4,1% este ano no varejo de vestuário, calçados e acessórios em relação a 2023. É o que aponta o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre o impacto das altas temperaturas durante a estação em 2024. A entidade projeta um faturamento de R$ 14,06 bilhões entre os meses de maio e junho, o menor registrado para o período desde 2021.
“O calor fora de época deve prejudicar as vendas no setor, uma vez que, geralmente, o varejo da moda começa a se preparar para o inverno desde o mês de abril. A saída tem sido chamar aqueles consumidores que querem aproveitar os baixos preços com as promoções neste momento”, comentou o presidente do CNC, José Roberto Tadros.
Da redação / Foto: divulgação
