Durante a sabatina conduzida pelo Diário de Foz em parceria com o Blog do Esmael, Sérgio Caimi, candidato à prefeitura pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), destacou questões urgentes no município e apresentou medidas que considera essenciais para essas áreas, com ênfase em projetos de mobilidade urbana e moradia.
Em relação à mobilidade urbana, Sérgio Caimi destacou a importância de modernizar o transporte público, tornando-o mais eficiente e sustentável. O candidato apresentou a proposta de implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), um sistema de trem urbano elétrico que pode ser inserido na estrutura viária já existente. Caimi citou como exemplo os estudos sobre a implantação do VLT em Curitiba e sugeriu que o projeto pode ser estudado e adaptado para Foz do Iguaçu.
Outro ponto de destaque trazido pelo candidato foram as políticas de acesso à moradia, que englobam propostas de regularização fundiária e construção de moradias populares para famílias em vulnerabilidade econômica, destacando a possibilidade de diálogo com o governo federal através do programa Minha Casa Minha Vida.
As sabatinas com os candidatos à prefeitura de Foz do Iguaçu são uma iniciativa conjunta do Diário de Foz e do Blog do Esmael. As entrevistas serão divulgadas nos próximos dias com a seguinte ordem:
- General Silva e Luna (PL) – 19 de agosto
- Sergio Caimi (PMB) – 23 de agosto
- Paulo Mac Donald (PP) – 26 de agosto
- Jurandir de Moura (PSOL) – 29 de agosto
- Airton José (PSB) – 2 de setembro
- Zé Elias (União Brasil) – 5 de setembro
- Sâmis da Silva (PSDB) – 9 de setembro
Nascido em Nova Laranjeiras, no Paraná, Sérgio Caimi trabalhou como Apropriador de Custo na empresa DM Construtora durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Atuou por 38 anos na Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), onde ocupou diversos cargos, incluindo o de gerente regional, e foi Secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos de Foz do Iguaçu.
Sobre a relação com o governo federal e estadual, o candidato do PMB enfatizou a importância do diálogo com os governos Lula e Ratinho Junior para construir em conjunto projetos que visem promover os direitos sociais, combater a extrema pobreza e atender os interesses da população.
Sérgio Caimi também destacou seu trabalho na Sanepar, falou sobre os planos de governo para ampliar o acesso ao saneamento básico no município e ressaltou a importância da preservação ambiental para o bem-estar da população.
“Ampliamos, quando eu fui gerente regional da Sanepar, 358 quilômetros de rede de esgoto, elevamos o percentual de atendimento de coleta de 45% para 77% das ruas aqui em Foz do Iguaçu”, disse o candidato.
Confira abaixo a íntegra da entrevista em vídeo e texto.
Entrevista com o Sérgio Caimi, candidato a prefeito de Foz do Iguaçu
[Diário de Foz] Quais são os principais temas que o senhor pretende abordar em sua campanha e qual é o seu projeto de cidade para Foz do Iguaçu?
Eu entendo que a nossa cidade de Foz do Iguaçu, nesses longos anos, depois da construção da Itaipu, cresceu muito, se desenvolveu, mas nós ainda temos vários problemas para serem resolvidos. Por exemplo, nós temos uma cidade hoje feia, uma cidade suja, uma cidade que precisa de muitas melhorias na questão viária, de ruas, de asfaltos, na mobilidade urbana.Isso precisa ser resolvido.
Deixar de atender os principais serviços públicos, no caso, por exemplo, da saúde, nós temos sérios problemas, do transporte público, da gestão de recursos hídricos. Isso realmente está perecendo nessa atual gestão. E nós levamos, evidentemente, para o nosso contribuinte que paga os seus impostos, levantamos todos esses problemas e vamos agora debater e mostrar para a população que o Sérgio Caimi, candidato a prefeito, se eleito junto com a comunicadora Jussara Andrade, nós podemos sim montar uma boa equipe e resolver todos esses problemas enfrenta a população hoje.
A população está descontente, está mal assistida e nós queremos uma cidade pujante, nós queremos que o investidor venha para Foz do Iguaçu, traga suas empresas, venha investir em Foz do Iguaçu para gerar renda, para gerar emprego para a população. É isso que nós queremos, atender bem o empresário aqui de Foz do Iguaçu e aqueles que queiram vir investir em Foz, atender bem o turista que está trabalhando com toda a classe, o trade turístico de Foz do Iguaçu. E é isso que nós elaboramos. O plano de governo já está junto com a nossa candidatura na Justiça Eleitoral, para que qualquer cidadão possa olhar esse nosso plano de governo e nós vamos debater isso com a sociedade, nós vamos debater em outros eventos com candidatos que haverá debates e mostrar à população que é possível um candidato de um partido que está iniciando, partido PMB, Por Mais Brasil, aqui em Foz do Iguaçu, nós podemos sim chegar à prefeitura e resolver.
Temos uma candidata à vice, a minha amiga Jussara Andrade, experiente na comunicação, reside em Foz do Iguaçu há mais de 35 anos, que vai me ajudar a administrar a cidade de Foz do Iguaçu. Uma mulher trabalhadora, mãe, avó, que também sente os problemas da cidade de Foz do Iguaçu, principalmente na questão da saúde e da assistência social.
[Diário de Foz] Recentemente, um estudo apontou Foz do Iguaçu como uma das oito cidades mais caras para se viver no Brasil, e um dos indicadores foi a questão da moradia. Eu gostaria de saber sua visão em relação à moradia ser tão cara em Foz, e se o senhor tem algum planejamento no plano de governo para construir mais casas populares e combater a especulação imobiliária, pontos que encarecem o aluguel para a população de Foz do Iguaçu.
Sem dúvida nenhuma, nós temos no plano de governo, nós pretendemos construir em torno de 500 casas por ano, casas para moradias para famílias de baixa renda. Então, no governo, nos quatro anos, seriam em torno de 4 mil casas, 4 mil residências.
Mas acontece que temos vários problemas de áreas irregulares, como o caso do Bubas, por exemplo, da invasão do Bubas. Todo prefeito que entra quer resolver e não resolve. Nos últimos 12 anos, o problema está lá, não resolveram o problema, o problema daquelas famílias está em andamento, mas vamos resolver.
Nós vamos regularizar, implantar uma regularização fundiária para que famílias que moram em áreas do município, muitas vezes áreas técnicas ou áreas verdes, nós vamos trabalhar para regularizar, para que essas famílias possam ter a sua casa, possam ter a sua escritura, é isso que nós vamos fazer. Não tenho dúvida nenhuma, é um plano de governo factível de ser construído, porque Foz do Iguaçu tem muitos recursos. O que acontece é a má gestão do pouco dinheiro em todos os prefeitos que passaram depois da redemocratização aqui em Foz do Iguaçu.
Só corrigindo aí, eu falei aí de 4.000 casas, mas 500 casas por ano daria 2.000 casas, 2.000 residências. No geral, a gente pode aumentar muito esse número aí.
[Diário de Foz] O contrato com a Viação Santa Clara termina em 2025, no próximo mandato. Eu queria saber se o senhor também considera, como exemplo de outras cidades, a implementação da tarifa zero ou o aumento das frotas de ônibus para melhorar e otimizar as linhas de transporte público em Foz.
Nós sabemos que a atual gestão cometeu um erro muito grande em eliminar o consórcio Sorriso do transporte foz do Brasil. Nós vamos avaliar este contrato que termina aí já nos primeiros meses de 2025, da concessionária Santa Clara, para verificar que situação está esse contrato. Se esse preço, o valor do quilômetro rodado pago pela Prefeitura à empresa, ele está adequado ou não. Mas o problema do transporte público de Foz de Iguaçu é de longa data. Não há melhoria, não há evolução, por exemplo, da mobilidade urbana em Foz de Iguaçu. Nós temos aí sempre problema de ônibus, quebra, horários atrasados, falta ônibus, pós-pandemia cortaram muitas linhas. Nós vamos regularizar tudo isso.
Caso o contrato seja bem feito com a Santa Clara, nós vamos cumprir. Se não, nós vamos romper o contrato com a viação Santa Clara e determinar um novo modelo de transporte. Por exemplo, sabemos que ônibus movido a óleo diesel, a combustível, ele polui muito o meio ambiente. Nós queremos e está no nosso plano implantar gradativamente no transporte público ônibus elétricos. Isso já é modelo em todo o mundo, aqui no Paraguai, em Ciudade del Este, toda a frota é elétrica. E nós vamos, então, melhorando, adicionando ônibus elétricos ao longo dos nossos quatro anos. No mínimo, 10 ônibus ou 15 ônibus elétricos por mês, por ano, aliás, para que se chegue num período que se possa ter toda a frota elétrica.
Outra coisa, ninguém pensou num novo modelo de transporte público. Hoje, nós temos poucas ciclovias por onde pode andar de bicicleta ou a pé. Vamos levar ciclovias para toda a cidade de Foz do Iguaçu, nas principais avenidas. Vamos estudar o modelo de tarifa zero que existe em alguns municípios do Brasil, que aqui no Estado do Paraná tem, e verificar se é possível implantar tarifa zero ou não.
E nós temos um plano no nosso governo que já foi falado, inclusive, lá atrás. Há 20 anos atrás a Itaipu Binacional já falava nesse modal de transporte rodoviário, que é o VLT, o Veículo Leve Sobre Trilhos. Ele é um modelo novo, um modelo que está sendo implantado em Curitiba, e nós queremos implantar aqui em Foz do Iguaçu, na nossa gestão, o primeiro trecho do VLT. É um pouco mais caro a construção dos trilhos, mas não precisa abrir ruas e nem avenidas para construir os trilhos do VLT. E aí vamos implantar pelo menos o primeiro trecho, que vai da Vila C ao Terminal de Transporte Urbano, no centro.
Nós precisamos pensar daqui a 10, 15, 20 anos, e para que as coisas aconteçam daqui a 15 anos, por exemplo, nós temos que começar já esses novos projetos. É muito fundamental ter um novo modelo de transporte, incorporando a frota de ônibus elétricos mais o VLT. Já imaginou a população de Foz do Iguaçu, o turista de Foz do Iguaçu? Você tem um VLT do centro da cidade até o aeroporto, por exemplo, olha que facilidade. Eles substituem os ônibus que contaminam. Então, esse é o nosso objetivo, melhorar significativamente o sistema de transporte e a mobilidade urbana de Foz do Iguaçu.
[Diário de Foz] Nos últimos meses, tramitou na Câmara um projeto do atual prefeito sobre o piso salarial dos professores. Em Foz, os professores da rede municipal recebem R$543 a menos do que é estipulado no piso salarial para a categoria. Nós vimos tramitar o projeto de pagar essa diferença salarial com um complemento, mas a categoria docente não aceitou, pois o complemento não incide nos direitos trabalhistas e previdenciários. Eu gostaria de saber o que o senhor planeja para garantir os direitos trabalhistas da categoria docente e o piso salarial.
Olha, a categoria de professores é muito importante, evidentemente, como todos os servidores, mas o professor é aquele que ensina os nossos filhos e faz um excelente trabalho. Nós temos, aqui em Foz do Iguaçu, um quadro de excelência de professores da rede municipal. Nós sabemos que existem essas demandas de reposição, ainda, de inflação.
Então, esse valor que você citou, de 530 e poucos reais, esse valor tem que ser incorporado. No mínimo, o professor tem que receber o piso salarial da categoria. Não é possível uma prefeitura, um prefeito, uma gestão, não pagar, no mínimo, o piso. Isso é desvalorizar o professor.
E, além disso, o professor tem uma carga horária de trabalho estressante. Então, aquilo que falei, nós vamos zerar essa reposição em quatro anos de mandato, nós vamos incorporar esse valor imediatamente, nem que seja parcelado em três, quatro anos, mas não pode deixar para trás, deixar o professor sem receber esse valor aí que está desatualizado.
Esse é o nosso compromisso com o servidor público. E o professor também terá um plano de gestão por competência, onde ele vai.. Nós vamos fazer a avaliação anual dele, ele vai se avaliar todos os quesitos, o chefe dele vai avaliar ele, o diretor, depois eles sentam juntos, se avaliam, uma nota de corte aí de oito. E dentro desse estudo que nós já elaboramos, dependendo da nota dele, ele pode receber 2% até 3% de aumento real no ano.
Inflação, esse tipo de desgaste que o prefeito… Parece que eles gostam de enfrentar esse tipo de desgaste. Não pode haver dúvida em salário do professor, não é essa a possibilidade, nós vamos resolver isso quando eu e a Jussara chegarmos na prefeitura em 2025 e vamos, dentre os professores atuantes hoje, vamos escolher um para ser o secretário da Educação de Foz do Iguaçu.
[Diário de Foz] Entrando agora em um assunto também muito importante sobre a saúde de Foz. Um dos pilares da saúde do município, o hospital municipal, que é referência em Foz do Iguaçu, referência no SUS, está passando por um processo de federalização e pode passar a ser um hospital universitário federal vinculado à universidade, vinculado à UNILA. Quais são os seus pontos de vista em relação à federalização do hospital e quais são os pontos que, para o senhor, é urgente serem tratados na saúde de Foz?
Eu apoio totalmente a federalização do hospital municipal de Foz do Iguaçu. Aliás, a gente já havia debatido lá no passado, nesses oito anos, praticamente, sete anos e meio da gestão do atual prefeito. Eu não sei por que ele não iniciou esse processo antes, no segundo ano de mandato, por exemplo, lá do primeiro mandato. Isso, para mim, é um grande descaso. Aliás, já teria que ter, no mínimo, estadualizado uma parceria com o governo do estado, a exemplo do Hospital Regional de Cascavel, a exemplo do Hospital Regional de Ponta Grossa, para que o município, que hoje banca, junto com o governo federal, os custos de todo o hospital municipal, que agora não é mais fundação, é um instituto, se não me falha a memória, o município possa economizar.
E nessa federalização com a UNILA, ou com o governo federal para a UNILA realmente gerenciar isso, é uma ótima oportunidade, porque aqui, na UNILA, temos excelentes profissionais, excelentes gestores, excelentes professores, e isso vai economizar para o município, dentro da estatística que eu estive estudando, em torno de 10 milhões de reais por mês. É claro que o município vai ter que colocar ainda um percentual, mas não 10 milhões de reais por mês, 10 a 12 milhões.
Isso é um absurdo, esse dinheiro pode ser reinvestido, por exemplo. A capacidade de investimento do município é muito pequena hoje, de todo o recurso do seu orçamento, em torno de 5%. Sobra dinheiro para elevar esse percentual para 12%, aliás, 10%. E o hospital sendo melhor gerenciado, o hospital melhor administrado, e atendendo toda a população, porque a população não é atendida hoje 100% com qualidade. Você veja as filas, por exemplo, para uma simples cirurgia eletiva, mais de 10 mil pessoas esperando na fila de cirurgias eletivas, consultas, difícil você conseguir consulta nos pós-saúde, nas UPAs, exames, por exemplo.
Eu tenho experiência nessa minha caminhada na pré-campanha, de pessoas que vêm falar para mim, olha, Caimi, você tem que chegar lá para resolver esses problemas, porque eu faço a minha consulta, mas o médico me diz que eu tenho que fazer uma tomografia, por exemplo, eu tenho um problema sério de saúde, a pessoa diz para mim, mas é melhor você procurar uma rede particular e fazer seu exame, porque aqui vai demorar 2 a 3 a 4 meses, isso é um absurdo, isso não pode acontecer.
Nós temos um problema de fornecimento de remédio, não tem remédio básico, ou falta, por exemplo, de remédio. Nós não temos, por exemplo, ortopedista pós-cirurgia, não tem fisioterapia pós-cirurgia. Se pós-covid precisa de fisioterapia, não tem na rede pública,. Não tem ginecologista, não tem pediatra, hoje nós não temos um centro para atender as crianças, um centro de pediatria para atender as crianças, maternidade não existe, quando uma criança vai para uma UPA, por exemplo, tem que ficar lá 10 a 12, 15 dias esperando uma vaga para ser internado no hospital municipal, isso é um absurdo, muitas vezes tem que ser mandado para fora essa criança.
Muitas pessoas, mulheres, por exemplo, donas de casa, avós, é geral a reclamação na questão de saúde, e nós vamos resolver também esses problemas de investimento básico e preventivo para que as pessoas, no mínimo, tenham que ser atendidas, tem que ter o exame, um exame de sangue, um raio X, uma tomografia, o município tem que ter isso, se não conseguir ter isso, então eu não sei o que o gestor faz lá dentro da prefeitura, tem que ter serviços básicos, e eu e a Jussara vamos implantar, resolver esse problema da saúde com gestão, não tem porquê, vamos contratar.
Mas cadê o dinheiro? É só cortar cargo comissionado, hoje a prefeitura tem mais de 300 cargos comissionados, são aqueles puxa-sacos que trabalharam na campanha para um grupo de partidos, isso aí demanda 35 milhões de reais por ano, esses cargos, e não produzem. No nosso governo, apenas 50 ou 60 cargos comissionados, nós vamos economizar esses 25, 30 milhões de reais por ano e vamos investir na saúde, esse é o nosso trabalho, e isso que nós vamos fazer.
[Diário de Foz] Dado que Foz do Iguaçu carece de espaços culturais adequados para atender a demanda da população, quais são as suas propostas para a criação e ampliação de centros culturais na cidade, e como seu plano de governo pretende incentivar o acesso à cultura para todos os moradores?
Primeiro é o seguinte, na questão da cultura, nós vamos avaliar como é que se encontra hoje a nossa fundação cultural. Como é que ela está estruturada, a fundação cultural? Porque a fundação cultural hoje tem problemas de fazer um festival, não consegue fazer um festival. Olha, a Fartal, por exemplo, que é a feira do alimento e do artesanato tradicional em Foz do Iguaçu, desculpe, há mais de 30 anos tem essa feira, nos últimos três anos, dois anos, três anos, a prefeitura não conseguiu fazer a feira, que é responsabilidade da fundação cultural. Então, precisamos avaliar o que é que está acontecendo com a fundação cultural, trocar tudo o que tem lá, resolver estruturar a fundação cultural.
Nós queremos valorizar o artista, aquele artista que ganha a sua vida tocando música, fazendo teatro. E por falar em teatro, no nosso plano de governo, nós vamos construir o Teatro Municipal de Foz do Iguaçu e levar algumas unidades básicas de cultura para os bairros, principalmente os maiores, que são Porto Meira, Três Lagoas, Vila C, Morumbi, o Teatro Municipal.
Você veja que, por birra, lá em 1996 ou 1997, um prefeito que saiu deixou o projeto aprovado e o recurso para construir o Teatro Municipal na Praça da Paz. O prefeito que entrou, cortou, não quis construir o Teatro, um teatro bacana, talvez há 20 anos atrás atendia aquela demanda, hoje talvez não atenderia mais, mas poderia, sim, ser renovado dentro dessa situação. Nós vamos trabalhar muito com a cultura, vamos trabalhar com os artistas, vamos trabalhar com as crianças.
Por exemplo, aula de violão, de piano, de dança, de balé, o município tem que ter isso, a fundação cultural, no mínimo, tem que dar esse tipo de trabalho, ou seja, de cursos para meninas, jovens, leitura, por exemplo. Então, isso está no nosso plano de governo e nós vamos revolucionar a cidade de Foz do Iguaçu na questão cultural. E até porque nós somos aqui cidade tríplice-fronteira, como você mesmo falou, nós temos aqui três países e cidades importantes, são várias línguas, várias culturas diferentes. Por que o privado faz isso, a iniciativa privada faz isso? O município tem condições de fazer, sim, é só fechar a torneira, cortar gorduras, cortar desperdícios para que esses projetos possam ser realizados, e eu e a Jussara vamos fazer.
[Diário de Foz] O turismo é um dos pilares econômicos de Foz. Porém, hoje, o aeroporto de Foz não comporta a mesma capacidade que ele comportava antes da pandemia e muitas pessoas, muitos empresários do setor de turismo, reclamam que não existe um investimento no marketing do turismo em Foz. Qual é o futuro que o senhor enxerga para o turismo e quais são os planos para ampliar e fortalecer esse setor que é tão importante para Foz?
Em primeiro lugar, nós vamos trabalhar, em primeiro lugar, nós vamos nomear um secretário de turismo da área com qualidade que conheça a pasta do turismo, porque o que a gente vê aí é uma vergonha para Foz do Iguaçu. Nós vamos trabalhar com todo o trade turístico de Foz do Iguaçu, todas as entidades constituídas de turismo, discutir, dialogar, verificar qual é a melhor solução para que o investimento da prefeitura possa realmente resolver esses gargalos.
Por exemplo, nós temos que divulgar mais o turismo, a prefeitura tem que divulgar mais o turismo a nível do Paraná, a nível do Brasil e a nível internacional, tem que investir mais, o investimento é muito pouco. Ora, fizeram ampliação de pista do aeroporto de Foz do Iguaçu para que possa receber voos internacionais, aviões grandes, aviões que tragam aí 500, 600 pessoas numa viagem só para Foz do Iguaçu, mas não funciona, eu não sei o que acontece. As pessoas parecem que não tiram a bunda da cadeira para resolver esse tipo de problema.
Até quando vamos esperar isso acontecer? O aeroporto foi remodelado, mas nós temos que pensar daqui a 10, 15, 20 anos, e começar a trabalhar já. Então, a questão do turismo, nós temos o cooperativismo, por exemplo, os guias de turismo, hoje tem problema do taxista com o motorista do aplicativo, vamos resolver tudo isso, vamos unir essa categoria, assim como unir os empresários do turismo, porque o investidor, o empresário que investe aqui no turismo, ele constrói o seu hotel, constrói os seus parques temáticos, ele realmente faz o trabalho dele, ele precisa trabalhar tranquilamente, sem que a prefeitura fique enchendo o saco dele por causa de uma placa mal instalada, entende?
Então, a prefeitura tem que dar a mão para esse grupo, para essa área, para esse segmento, e nós realmente vamos trabalhar nisso, incansavelmente, junto com o trade de turismo de Foz do Iguaçu, com a Associação Comercial Industrial de Foz do Iguaçu. Não há união hoje, não há união, e a prefeitura, a gestão que está aí, me desculpe, a gestão que está aí, não tem interesse em resolver esse problema, nós vamos chegar lá e vamos resolver.
[Diário de Foz] Durante o período de pré campanha, um dos assuntos que o senhor trouxe bastante foi a questão da preservação ambiental, da preservação e revitalização das margens e das nascentes em Foz. Como o senhor pretende fazer uma cooperação internacional com os países fronteiriços para que essa preservação aconteça efetivamente, não só em Foz, mas também nas cidades vizinhas?
Bom, essa é uma área muito interessante, uma área que eu tenho experiência, sou expert nessa área, fui secretário municipal do Meio Ambiente Serviços Urbanos, na gestão 2001 e 2004, e o que se passou nesses 20 anos é que os prefeitos que foram passando de 4 em 4 anos não deram bola para a questão ambiental. Nós implantamos um programa de gestão de limpeza urbana eficiente na nossa época. A cidade era bonita, a cidade estava ajardinada, a cidade estava bem cuidada, e não é só o centro turístico aqui de Foz do Iguaçu, as vias turísticas, era toda a cidade.
E nós vamos fazer novamente um plano de governo que já está descrito para que possamos entrar e fazer a diferença lá nos bairros também, limpar as ruas, cortar o mato é essencial para que, fazendo uma boa gestão de limpeza urbana, nós estamos contribuindo com o meio ambiente, nós estamos reduzindo a proliferação de vetores que transmitem doença ao homem, como, por exemplo, o mosquito Aedes aegypti. Eu sempre digo, e tenho experiência nisso, que 70% dos mosquitos e das doenças que as pessoas são picadas pelo mosquito, já morreram 10 pessoas aqui em Foz do Iguaçu, milhares sendo notificadas com a doença, 70% para reduzir o mosquito e limpeza urbana, tem que entrar fazendo, não é mutirão de final de semana, não, é mutirão todos os dias, equipes trabalhando, roçando, limpando, recolhendo entulho.
Nós temos no nosso programa 35 locais em toda a cidade de Foz do Iguaçu, vamos escolher esses locais, aonde que nós vamos cercar essa área, área do município, vamos alugar uma área ou comprar, cerca esses locais, colocar um funcionário, dois, para receber daquela região os entulhos, por exemplo, simples poda de uma árvore, galhos de árvores que ele tira do seu terreno, móveis velhos, garrafas, sofá velho, geladeira, outros equipamentos eletrodomésticos, elétricos e eletrônicos, eles levam tudo nesse espaço, porque hoje tudo tem que se contratar uma caçamba e levar para o aterro sanitário, o custo para as famílias de baixa renda é muito caro isso. Então o que é que eles fazem? Ah, então nós vamos descartar na beira do rio, nós vamos jogar num terreno baldio ou nós vamos jogar dentro do mato, de uma mata preservada, como aqui na Vila Yolanda, que eu entrei outro dia ali, está cheio de lixo.
Então, enchendo esse espaço, entra a concessionária, vem, retira todo esse material, leva para um local específico, não na área do aterro sanitário, mas uma área de inerte, onde ele pode ser tratado. Isso realmente é fundamental, os recursos hídricos hoje, os rios urbanos, estão totalmente mal cuidados, estão poluídos por esgoto doméstico, por outros tipos de poluição, poluição visual, como resíduos sólidos, entulhos, muito mal cuidados estão os resíduos sólidos, os rios, aliás, assim como os parques, as áreas remanescentes da mata atlântica que nós temos aqui em Foz do Iguaçu, muitas áreas bonitas.
E nós queremos, então, abrir um diálogo que nunca foi feito com os outros países aqui, as cidades dos outros países, com os intendentes da Ciudad del Este, do Estado de Alto Paraná, do Estado aqui do Iguaçu, da cidade de Missiones, da cidade do Iguaçu, para que possamos trabalhar a questão do meio ambiente em conjunto, porque nós podemos fazer um trabalho aqui, mas lá do outro lado não faz, e o mosquito voa. Esse é o nosso plano de governo. Trataremos todas as questões ambientais com carinho.
Isso nós vamos fazer, e temos experiência, temos experiência de fazer isso aí. Dinheiro existe, dinheiro tem. Quando eu fui secretário municipal de meio ambiente, nós ganhamos três prêmios a nível de Brasil e a nível de Paraná.
A educação ambiental precisa funcionar. Não tem programa de educação ambiental. Hoje, na prefeitura, você não vê divulgação nenhuma. O pessoal está tudo fechado dentro de uma sala, tomando um cafezinho, esperando o tempo passar para entregar a essa administração, que é uma lástima. Nós queremos trabalhar muito nessa questão ambiental. Todas as escolas do município, e não só a municipal, mas a escola estadual também, pessoal do segundo grau, desenvolver concursos na área de meio ambiente, para que os alunos de primeiro grau possam participar, para que os alunos do segundo grau possam participar de concursos bem estruturados.
Já fizemos isso no passado, com o projeto “Professor Destaque Ambiental”, que foi premiado, com o projeto “Que Rio É Esse?” e “Quero Beber Dessa Água”, ficamos em terceiro lugar a nível nacional. Recebi eu e a secretária e a professora, trabalhamos nesse projeto, o diretor, recebemos os prêmios das mãos da então ministra Marina Silva, lá em 2003, 2004. Precisa trabalhar, precisa ir lá para trabalhar.
Eu me defino como um servidor. Eu nasci para servir. Estou aqui, trabalhei na Sanepar 38 anos. Exerci todos os cargos possíveis na Sanepar de gestão. Nunca dei problema para o prefeito e nem para um superior meu. Nunca fui processado por nada. Não tem uma acusação do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual, nem de ninguém. Nós trabalhamos sempre no serviço público, visando a saúde em prol da população, do bem-estar da população. As pessoas, os candidatos, eles não entendem isso. Eles não conseguem entender. Mas nós vamos fazer o maior programa de gestão de limpeza urbana de rios, de mata, que Foz do Iguaçu já teve e talvez do Paraná. Eu e a Jussara vamos fazer isso.
Especialistas nós temos muito e queremos trabalhar muito em conjunto com as organizações, com as organizações governamentais, e tem várias aí que trabalham e se dedicam à questão do meio ambiente. Isso realmente, nós precisamos mudar. A cidade está suja, está feia. Ruas totalmente cheias de buracos. Onde é que já se viu um município que nem Foz do Iguaçu? O município é conhecido no mundo todo.
Você tem ruas, avenidas cheias de buracos como a rodovia das cataratas. Ou seja, a avenida das cataratas que é da responsabilidade do município. Você não vê flores plantadas. Você não vê harmonização. Esteticamente está feia. O turista está falando mal, sim. Hoje os turistas falam assim, mas a cidade de Foz do Iguaçu não é a cidade das águas? Não é a cidade das cataratas do Iguaçu? Sim, mas agora está sendo a cidade dos buracos. A cidade suja. Uma cidade muito mal cuidada. E isso nós vamos fazer.
[Diário de Foz] Se o senhor quiser acrescentar mais alguma coisa ou deixar um recado para os nossos leitores, fique à vontade.
Muito obrigado por conceder esse espaço para nós, estarmos aqui falando e discutindo sobre o que podemos fazer, qual o nosso plano, que eu detalhei um pouquinho para a população. Evidentemente, nós temos muitos e muitos outros projetos dentro do plano de governo. Mas nós vamos agora, então, já qualificar o nosso CNPJ dia 16 de agosto, que é sexta-feira, vamos para a rua com campanha já liberada. Nós vamos visitar empresas, comércio, casa por casa, com o nosso material. Não temos muitos recursos, não. Não temos muitos recursos, mas nós temos amigos, temos conhecidos, porque eu moro aqui em Foz do Iguaçu há mais de 45 anos. Nunca tive um problema na cidade de Foz do Iguaçu com nenhuma pessoa.
Ampliamos, quando eu fui gerente regional da Sanepar, 358 quilômetros de rede de esgoto, elevamos o percentual de atendimento de coleta de 45% para 77% das ruas aqui em Foz do Iguaçu e 100% do esgoto tratado. Deixei em 2011 a gerência da Sanepar em 77%. O grande absurdo que passou o governo do Beto Richa, com oito anos, aí está mais quatro do Ratinho, mais dois, praticamente dois, e o percentual de atendimento dos logradouros com rede pública está em 83%. Onde é que já se viu um negócio desse? 65 mil pessoas não têm coleta de esgoto, que é um serviço básico, que o cidadão tem que ter.
Isso nós vamos resolver também. Vamos chamar a diretoria da Sanepar aqui e vamos. Porque a concessão é da Sanepar, mas o dono do negócio da água e do esgoto é da população e é do município de Foz do Iguaçu. Esta meta de chegar à universalização, que é 100% de água tratada para a população, que já tem, e 100% de coleta do esgoto e 100% tratado, a Sanepar trata 100% do esgoto de coleta, que é 83%.
Está no plano, um absurdo, um prefeito aceitar isso para chegar a 100% em 2042? Mas onde é que já se viu um negócio desse? Eu quero exigir, vou exigir como prefeito, em quatro anos se faça cobertura de 100% da rede de esgoto aqui no município de Foz do Iguaçu. Por que Cascavel tem 100%? Cara eleitor, cara eleitora, Cascavel tem 100%, porque lá tem prefeito. Cascavel tem 100% de esgoto coletado e 100% de esgoto tratado, porque lá tem deputado estadual que trabalha, tem deputado federal que trabalha, que tem interesse em atender a população.
Então são esses tipos de problemas e esses tipos de projetos que nós vamos levar para nossa população. Mostrar que é factível, é possível fazer um orçamento, que foi este ano, de 2 bilhões e 400, se não me falha a memória, 2 bilhões e 400 milhões de reais, e não tem dinheiro para fazer investimento? Tem apenas 5%, isso tem que acabar. Tem que cortar as gorduras e nós vamos fazer.
Muito obrigado. Tem outras metas nossas, outros projetos, a gente pode discutir em uma outra hora.