O candidato do União Brasil, Zé Elias 44, aproveitou a participação no debate da Rádio Cultura para abordar temas relacionados à segurança pública, combate à corrupção, turismo, moradia popular e outras demandas da população de Foz do Iguaçu. Na chegada ao local, Zé Elias falou do orçamento da Prefeitura, o quarto maior do Paraná. “Estamos na frente de Ponta Grossa e Cascavel, em termos de orçamento. Só que a população é muito menor”, disse.
Na primeira participação, Zé Elias questionou outro candidato a respeito da corrupção que vem assolando Foz do Iguaçu. “Já tivemos vereadores presos, já tivemos prefeitos sendo levados pela PF, contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, a população já não aguenta mais”, comentou. O candidato ressaltou que mora há 30 anos na cidade e percebe “uma enorme preocupação” entre os moradores.
Segundo Zé Elias, a corrupção pode ser vista mesmo dentro das eleições, com candidatos a vereadores de outras coligações sendo presos da Operação Pecúlio. Citou algumas situações do fundo eleitoral sendo deturpado com valores exorbitantes e, mais recentemente, uma denúncia contra um servidor que ganhou espaço na campanha de um dos candidatos tendo ganhos exorbitantes.
O candidato destacou a criação de uma Agência Municipal Anticorrupção, como a proposta pelo senador Sergio Moro, para combater os crimes de desvio de recursos públicos. A intenção é “entender um pouco mais todo esse processo de austeridade e de anticorrupção, e de controle do dinheiro público, porque vamos ter uma prefeitura livre das mazelas deixadas há décadas. A população está preocupadíssima com a corrupção em Foz do Iguaçu”.
Turismo
Questionado sobre suas propostas para o turismo de Foz. Zé Elias lembrou que o potencial do setor chega ainda a 30%. “Nós vemos obras faraônicas divulgadas em campanhas eleitorais, tanto do governo do Estado como dos candidatos a prefeito aqui em Foz, obras que já deveriam estar prontas”, afirmou.
Na última campanha, o governador Ratinho Júnior prometeu obras como a Perimetral Leste e duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), financiadas com dinheiro da Itaipu, que seriam concluídas em 18 meses. “Essas obras não têm data para acabar e têm atrapalhado e muito o crescimento do turismo em Foz”. Ele lembrou ainda a extensão da pista do Aeroporto de Foz do Iguaçu, inaugurada em abril de 2021, porém nunca utilizada.
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Outro ponto abordado foi quanto aos investimentos no município. “Temos mais de 100 parques temáticos hoje sendo construídos no Brasil, no interior de São Paulo, no interior de Goiás. Foz não é uma cidade para trazer grandes negócios para cá porque falta responsabilidade de quem governa Foz e do governador do Estado, que está ausente”, apontou.
Urbanização e habitação
Para Zé Elias, a falta de gestão na urbanização tem gerado um crescimento desordenado. “Hoje a população está vivendo em áreas ocupadas, áreas irregulares, áreas técnicas e áreas verdes. Para resolver o problema dessas famílias que vivem na vulnerabilidade, não existe qualquer projeto. Não se vê a atual gestão falar em habitação.”
Para resolver a questão, é preciso considerar as invasões no passado, como a ocupação do Bubas, que já está na segunda geração. Um problema que já dura 15 anos. “Ninguém tomou providência, e ninguém vem construindo um plano para as moradias populares em Foz do Iguaçu”.
“Preciso até que fazer um desabafo, porque tenho visitado a Vila da Paz, a Vila Bancária, tenho visitado o Monsenhor, e a gente sabe a precariedade em que essa população está vivendo. Temos o Congonhas, a Vila União construída de uma forma desorganizada”, pontuou.
Para o Bubas, o candidato quer cuidar da urbanização do espaço. “É uma ocupação consolidada e que merece todo o atendimento que a prefeitura tem que fazer.” Ele justificou a falta de política, mas também de comprometimento do governo municipal com a qualidade dessas moradias. “São obras construídas com dinheiro público, financiadas para a população que recebe um carnê para 30 anos de mensalidade, e recebe obras inacabadas”.
Educação
Com 20 anos de experiência na área da educação, Zé Elias construiu sua vida sob influência da mãe educadora. Com a temática no futuro das crianças, falou sobre uma das principais demandas de Foz, o período integral nas escolas. “Tenho ouvido diversos candidatos falarem que vão implantar o período integral para 100% das 30 mil crianças que estão nas escolas em Foz. Digo que essa promessa não é verdadeira, isso precisa ser feito ao longo dos anos, e não é possível fazer imediatamente.”
“Queria falar para o Kaique José, lá da Cidade Nova, falar para a Maria Lara, lá da Ocupação Bubas, que nós vamos garantir a vaga do acesso da criança aqui em Foz do Iguaçu nos CMEIs. É incompreensível não termos vaga para essas crianças”, comentou.
O candidato lembrou que, ao final de 2023, a Prefeitura assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público, onde faltavam 4 mil vagas escolares em Foz do Iguaçu. “Com um grande arranjo, as crianças do nível 5 foram para as escolas municipais sem condições, porque não havia uma estrutura adequada para receber essas crianças e se abriram mais vagas nos CMEIs. Mesmo assim, em julho desse ano, já faltavam 1.700 vagas”.
Dia do Idoso
Zé Elias lembrou da data para homenagear seu pai, com 88 anos, e os demais idosos de Foz do Iguaçu, que estão cercados pelo carinho de seus familiares. “Nesse dia também gostaria de deixar claro que a partir de janeiro de 2025 nós vamos iniciar um processo de concurso público para médico geriatra, que hoje não estão presentes na rede municipal. Nós precisamos cuidar dos idosos, zelar por eles que tanto nos ensinam”.
O candidato agradeceu o debate, e lembrou que a cidade terá pela primeira vez o segundo turno. “Nada vai acontecer em Foz do Iguaçu se nós não combatermos a corrupção”, enfatizou. Zé Elias finalizou sua participação falando sobre seus projetos, como a tarifa zero, a implantação dos cinco restaurantes populares na cidade e pediu a confiança do eleitor consciente.
