Aurea Leminski sobre o pai: “Ele não reside num lugar no passado”

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Foto: Christian Rizzi

Onde moram as memórias e como se resiste ao tempo? Para Aurea Leminski, o trabalho deixado pelo pai não está no passado, mas num presente pulsante. “Ele mesmo dizia que sua poesia era de ‘ultrassegundos de hiperinformação’, exatamente como vemos hoje na internet. O trabalho dele não reside num lugar no passado, está mais presente que nunca nas novas gerações”, disse durante encontro em ação descentralizada da 19.ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu.

Aurea foi recebida por alunos do Colégio Cataratas, e sua fala atraiu a atenção de muitas professoras. “Trabalhamos o Leminski em sala de aula, e recebê-la aqui é uma honra muito grande”, realçou a professora de Português Marinês Remonte Juppa. “Essa vida é uma viagem, pena eu estar só de passagem”, recitou em seguida.

Jornalista e presidente do Instituto Leminski, Aurea tratou sobre a vida do pai e como sua obra vem sendo difundida ainda hoje, 35 anos após sua morte. “A família tem uma relação com Foz do Iguaçu. Foz foi a primeira cidade a receber a exposição Múltiplo Leminski, fora de Curitiba, e depois itineramos por várias cidades. Foi a partir daqui que compreendemos melhor o formato do Instituto Leminski, e a partir disso começamos a fazer outros eventos como Leminskações e a parte de digitalização de mais de 30 mil documentos, a parte editorial dos livros, reedições, outras exposições, e continuamos tendo muito movimento.”

Para Áurea, estar na cidade para conversar com estudantes é também apostar no despertar do interesse dos mais jovens para a obra de Leminski. “Em alguns, o interesse vem ao conhecer; em outros, o interesse em produzir, porque a obra dele comunica muito bem. Tem uma facilidade de ser compreendida por todos os públicos.”

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Com versos rápidos e certeiros, a obra do poeta também se desdobrou com a chegada das tecnologias. “A obra dele é concisa e precisa. O conceito de falar muito em pouco tem tudo a ver com os dias de hoje.” Segundo ela, a internet “descobriu” Leminski antes mesmo das reedições dos livros, justamente pela facilidade com que se comunica com os diversos públicos. “Quando alguém escuta pela primeira vez sobre meu pai, é como se uma semente da curiosidade tivesse sido plantada nessa pessoa. Seja pelo poeta, pelo escritor, pelo músico que foi.”

Aurea fez doação de um exemplar da coletânea Toda Poesia à escola e participa neste sábado da programação da Feira do Livro para a apresentação do Pocket Show Leminskanções, às 19h, na Fundação Cultural, ao lado de Estrela e Teo Ruiz.

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