Reformas não dependem de dinheiro, diz Oriovisto

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O senador Oriovisto GVuimarães (Pode-PR) avalia a situação econômica do país como preocupante, apesar da previsão do governo de uma economia com inflação estável e com juros relativamente baixos para os próximos anos. “Quase a totalidade do que se arrecada hoje com impostos está comprometida com o serviço público e com a previdência”, disse Oriovisto a um grupo de empresários, economistas e estudantes, durante palestra em Curitiba.

O senador, relator do Plano Plurianual 2020-2023, revelou que o plano demonstra um governo literalmente falido. “Em todo período de governo Bolsonaro haverá déficit primário, ou seja, tudo que for arrecadado não pagará as despesas e será preciso tomar empréstimos todos os anos. Isso, antes mesmo de pagarmos os juros da dívida interna. Essa dívida chegará a R$ 6,24 trilhões em 2020 e a R$7,76 trilhões em 2023. O Brasil paga de juros, por dia, algo em torno de R$ 1 bilhão”, esclareceu Oriovisto.

Na palestra, o senador destacou que existem duas maneiras clássicas de um país crescer. A primeira é quando o governo tem dinheiro e funciona como sendo a locomotiva do crescimento, criando um círculo econômico virtuoso, de compra e consumo. E a outra maneira é pela criação de um ambiente favorável para o investimento privado, seja evitando que os empresários brasileiros invistam fora, ou ainda incentivando investimentos vindos de outros países. “Essa é a saída que eu vejo para o Brasil”, observou.

Reformas – 
Uma pesquisa feita com investidores europeus aponta algumas situações que estimulam esse investimento vindo do exterior, como ter um país com mais liberdade econômica, ter regras claras e estáveis, além da simplificação das relações trabalho/capital.

Essas medidas, para serem tomadas, dependem do governo federal e da aprovação de leis pelo Congresso Nacional. O senador Oriovisto trouxe um exemplo à palestra. “Para se ter uma justiça mais rápida, o Senado poderia aprovar a PEC 5/2019, de minha autoria, que regulamenta a prisão em segunda instância, evitando tantas mudanças de interpretação pelo STF, que julga o assunto novamente nesse mês”, ressaltou o senador.

Oriovisto afirmou ainda que, para colocar o país novamente nos trilhos do crescimento, são necessárias as reformas política, administrativa e tributária, mas, prioritariamente, a reforma política. “Economicamente, não há muito o que fazer, mas politicamente, há muito a ser feito. As reformas não dependem de dinheiro e sim da vontade política. É preciso acabar com a grande quantidade de partidos que temos hoje. Para mudar a cara do país, também é urgente acabar com o foro privilegiado, que depende unicamente da votação da Câmara, uma vez que já foi aprovado por unanimidade no Senado”, disse o senador.Área de anexos

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