Artigo: Foz do Iguaçu, entre a grandeza histórica e o futuro sustentável

A história de Foz do Iguaçu está intrinsecamente ligada à luta pelo reconhecimento e preservação de suas riquezas naturais
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Santos Dumont e as Cataratas do Iguaçu (Foto: Arquivo/João Zisman)

Por João Zisman 

Foz do Iguaçu é mais do que um destino turístico de renome internacional. Localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, a cidade é um verdadeiro mosaico de culturas, história, estratégia geopolítica e riquezas naturais. Esse equilíbrio entre tradição e inovação posiciona Foz não apenas como uma potência regional, mas como um polo de relevância global.

A história de Foz do Iguaçu está intrinsecamente ligada à luta pelo reconhecimento e preservação de suas riquezas naturais. Nesse contexto, destaca-se a figura de Alberto Santos Dumont. Mais conhecido por suas conquistas na aviação, foi ele também um dos responsáveis por impulsionar a preservação das Cataratas do Iguaçu.

Foz celebra 86 anos de criação do Parque Iguaçu

Ao visitar a região em 1916, Dumont ficou indignado com a exploração privada das quedas d’água e usou sua influência para pressionar o governo paranaense a transformar a área em patrimônio público. Esse movimento culminou na criação do Parque Nacional do Iguaçu em 1939, garantindo a proteção desse santuário natural. Assim, Santos Dumont não só eternizou seu nome nos céus, mas também nas terras de Foz do Iguaçu, ao garantir que o mundo pudesse contemplar um dos maiores espetáculos da natureza.

Importância estratégica
Foz do Iguaçu não é apenas um símbolo natural, mas também uma peça-chave no cenário estratégico brasileiro. A presença da Itaipu Binacional, a segunda maior hidrelétrica do mundo em geração de energia, transforma a cidade em um eixo de desenvolvimento energético para o Brasil e o Paraguai. A usina representa não apenas um feito de engenharia, mas um modelo de integração internacional, desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica.

A localização geográfica privilegiada também faz de Foz um importante corredor logístico e comercial. A Ponte da Amizade, ligando o Brasil ao Paraguai, e a Ponte Tancredo Neves, que conecta o Brasil à Argentina, facilitam o fluxo de mercadorias e pessoas, consolidando a cidade como um polo de negócios e comércio exterior.

Encontro de povos
A tríplice fronteira faz de Foz do Iguaçu um caldeirão cultural único. Mais de 80 nacionalidades convivem harmonicamente na cidade, entre elas, comunidades libanesas, chinesas, paraguaias, argentinas, entre tantas outras.

Esse multiculturalismo se reflete na gastronomia, nas festas típicas, nos templos religiosos e nas tradições mantidas pelas diferentes comunidades. A Mesquita Omar Ibn Al-Khattab e o Templo Budista Chen Tien são exemplos da diversidade religiosa e cultural que enriquecem a cidade.

Força do turismo
O turismo é a espinha dorsal da economia local. As Cataratas do Iguaçu, reconhecidas como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO e uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza, atraem milhões de visitantes anualmente. O Parque Nacional do Iguaçu é um exemplo de como a preservação ambiental pode caminhar lado a lado com o desenvolvimento econômico.

Além das cataratas, a cidade oferece atrativos como a Itaipu Binacional, o Marco das Três Fronteiras, o Parque das Aves e a Roda-Gigante Yup Star, recém-inaugurada. O turismo de compras, impulsionado pela proximidade com Ciudad del Este e Puerto Iguazú, complementa a experiência dos visitantes.

Meio ambiente e sustentabilidade

A preocupação com a sustentabilidade está no DNA de Foz do Iguaçu. O Parque Nacional do Iguaçu é um exemplo de gestão ambiental responsável, com programas de preservação da fauna e flora nativas. A Itaipu Binacional também se destaca por projetos socioambientais que beneficiam a população local e protegem os recursos naturais.

Os investimentos em ecoturismo e em iniciativas sustentáveis consolidam a cidade como referência global na integração entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Foz e o mundo
Foz do Iguaçu é uma cidade que conversa com o mundo. O aeroporto internacional, recentemente modernizado, conecta a cidade a diversos destinos nacionais e internacionais. Eventos internacionais, como o Festival das Cataratas e encontros de negócios, reforçam o papel de Foz como uma cidade aberta ao diálogo global.

Se Santos Dumont foi fundamental para abrir as portas de Foz ao mundo, hoje a cidade retribui esse legado ao se apresentar como um símbolo de convivência pacífica entre povos, desenvolvimento sustentável e valorização de suas riquezas naturais.

Foz do Iguaçu não é apenas um destino turístico: é um exemplo vivo de como história, cultura, natureza e inovação podem caminhar juntos. Uma cidade que, assim como as águas de suas cataratas, segue fluindo com força e propósito, conectando o Brasil ao mundo.

João Zisman é secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Foz do Iguaçu. Artigo publicado originalmente no Notibras.

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