Sob o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), a Campanha da Fraternidade (CF) 2025 apresenta-se como uma oportunidade ímpar para a reflexão acerca do momento crítico e da urgência climática com o cuidado da nossa Casa Comum, expressão usada pelo Papa Francisco para se referir ao planeta terra quando trata da crise ambiental e convoca-nos para repensar o modo como nos relacionamos com a natureza. A Ecologia Integral conecta a fé cristã com a responsabilidade socioambiental.
Todos os anos, a Igreja no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), escolhe um tema e um lema para a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de despertar a consciência do povo de Deus para alguma determinada situação que toca toda a sociedade, levando em consideração o bem comum.
Ao longo dos 61 anos de Campanha da Fraternidade, a Ecologia já foi escolhida como tema por 8 vezes. Não à toa, pois este é um tema pertinente a ser refletido pela sociedade e principalmente pelos cristãos, já que a Terra e a vida nos foram dadas pelo Criador.
Neste ano, dentre tantos acontecimentos que nos dispersam e dividem nos âmbitos político, social e religioso, a Igreja interpela a todos os homens “de boa vontade” (Lc 2, 14) à contemplação de toda a criação divina, e assim meditarem os 800 anos da composição do cântico das criaturas, de São Francisco de Assis, e os 10 anos da publicação da Laudato Si, do Papa Francisco.
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A Campanha busca promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.
A CF 2025 propõe uma reflexão profunda sobre a relação entre a fé cristã e a responsabilidade socioambiental. O objetivo é promover uma ecologia integral, integrando a espiritualidade, a justiça social e o cuidado com o meio ambiente. A campanha busca sensibilizar os católicos para a urgência de atitudes concretas que preservem a criação e promovam a dignidade humana, com especial atenção aos mais vulneráveis.
O conceito de Ecologia Integral, que vai além da ecologia tradicional; e a escolha do tema “Fraternidade e Ecologia Integral” foi inspirada pela celebração de marcos importantes da Igreja e da sociedade global em 2025. Ele destacou os 10 anos da Carta Encíclica Laudato Si‘, a publicação recente da exortação apostólica Laudate Deum e a COP 30, que ocorrerá em Belém/PA, sendo a primeira realizada na Amazônia.
Além disso, a celebração dos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis e o Jubileu de 2025 anos da Encarnação do Verbo reforçam o olhar contemplativo e agradecido para a criação divina.
Além da conscientização, a Campanha da Fraternidade de 2025 propõe uma série de ações concretas que podem ser implementadas por comunidades, escolas e sociedade em geral. Entre as sugestões estão o plantio de árvores nativas, o reaproveitamento da água da chuva, a redução de descartáveis e o voluntariado social.
Com uma proposta profunda e transformadora, a Campanha da Fraternidade 2025 se prepara para mobilizar a Igreja e a sociedade brasileira a agir em prol da preservação da Casa Comum, oferecendo um caminho de fé, ação e esperança.
Inspirados pela Palavra de Deus e motivados pela Campanha da Fraternidade deste ano de 2025 queremos, portanto, nos colocarmos como peregrinos da esperança, sempre conscientes de nosso compromisso batismal em sermos “sal da terra e luz do mundo” (Cf. Mt 5, 13-16).
Como afirmou o Patriarca Bartolomeu: “um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus”. Que este tempo quaresmal seja uma oportunidade para que todos nós cresçamos em conversão: reestabelecendo nossa comunhão com Deus, com o próximo, e com a criação, fruto do amor de Deus!
Concluo com trechos da oportuna Oração da Campanha da Fraternidade 2025: “Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação, no cuidado e no respeito à vida. Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça. Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum, na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste para nós no Céu. Amém!”
Que a CF interligue as dimensões da vida humana com o cuidado da criação, buscando justiça social, preservação ambiental e um futuro sustentável para as próximas gerações.
