Entre a captação de órgãos e a felicidade de quem recebe um transplante, há um processo criterioso que exige conhecimento e dedicação. Para fortalecer essa missão, profissionais de saúde estão participando de uma capacitação sobre protocolos de morte encefálica, essenciais para viabilizar a doação de órgãos.
O treinamento ocorreu nesta sexta-feira (14), no Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL), em Foz do Iguaçu. Ministrada pela enfermeira Gabriela Coelho, a capacitação foi organizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) em parceria com a Organização de Procuradoria de Órgãos (OPO) da macrorregional de Cascavel, da qual Foz do Iguaçu faz parte.
“A capacitação é fundamental para os profissionais de saúde, pois trata da identificação desses pacientes, garantam a viabilidade dos órgãos e ofereçam o devido acolhimento às famílias. Todo esse trabalho rigoroso é fundamental para que, ao final, a doação de órgãos resulte na felicidade do paciente transplantado”, explicou a enfermeira da Educação Continuada da OPO Cascavel.
O encontro também contou com a participação da equipe da CIDOHTT do Hospital Itamed.
Referência
A iniciativa marca o contínuo fortalecimento deste serviço no HMPGL, que contribui para a posição de liderança do Paraná como o estado com maior número de transplantes no país. Atualmente, o Hospital Municipal é o segundo no ranking das instituições da OPO Cascavel que mais viabilizam notificações para captações no estado.
“O Paraná lidera a doação de órgãos nos últimos anos, graças à organização do sistema, e a equipe do CIHDOTT do Hospital Municipal é a segunda com mais notificações na macrorregional, reforçando sua importância na missão de salvar vidas”, enalteceu Marcelo Furtado, coordenador da OPO Cascavel.
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Falar sobre doação é fundamental
O trabalho da CIHDOTT do HMPGL é conduzido pela enfermeira Marta Neves Pereira, que coordena os protocolos de morte encefálica. Essa tarefa envolve uma série de processos, incluindo desde notificações e exames até o serviço de acolhimento familiar. O objetivo é garantir que pacientes na fila de transplante tenham uma nova oportunidade e suas vidas sejam transformadas.
“Essas capacitações são fundamentais para aprimorar o trabalho e garantir que o objetivo final seja alcançado. Sempre gosto de destacar que as CIHDOTTs atuam incansavelmente para apoiar aqueles que aguardam um órgão, lembrando que a fila existe apenas para quem precisa, não para quem doa”, afirmou Marta.
Ela reforça: “Nosso compromisso é conscientizar os profissionais sobre a importância desse processo e sensibilizar a sociedade sobre a doação de órgãos, dando voz a quem espera por uma nova chance de vida”, destacou.
Protocolo
No Brasil, para ser doador de órgãos, não é necessário formalizar o desejo por escrito, mas sim comunicá-lo à família, já que a autorização para a doação deve ser concedida por familiares em caso de morte encefálica.
Há dois tipos de doadores: o doador vivo e o doador falecido. O doador vivo pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não comprometa sua saúde. Ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou uma parte do pulmão. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores, enquanto não parentes só podem doar com autorização judicial. Menores de 21 anos precisam da autorização dos responsáveis.
Já o doador falecido é aquele que teve morte encefálica confirmada e pode ter órgãos e tecidos captados para transplante. Geralmente, esses doadores são vítimas de traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC).
