Dados divulgados pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape), da Secretaria de Estado da Segurança Pública, revelam que a violência em Foz do Iguaçu continua preocupante, apesar de uma redução geral nos índices mais graves.
Entre janeiro e abril deste ano, a cidade registrou 47 mortes violentas intencionais, incluindo homicídios dolosos (simples e qualificados), feminicídios, latrocínios, mortes provocadas por lesão corporal grave e homicídios no trânsito. No mesmo período de 2024, foram contabilizados 82 casos — uma queda de 42,7%. Embora expressiva, a redução não ameniza a dor dos familiares das vítimas, e especialistas alertam que os números continuam elevados.
O relatório também aponta um aumento em homicídios causados por lesão corporal grave: foram 12 registros em 2025, contra apenas um no ano anterior. Houve ainda um caso de latrocínio (roubo seguido de morte), quando em 2024 não houve ocorrências desse tipo.
No recorte específico da violência contra a mulher, os números mantêm-se praticamente estáveis, com 8.675 casos registrados em 2025, contra 8.719 no mesmo período do ano anterior. No entanto, os registros de violência doméstica cresceram ligeiramente: de 2.528 para 2.531 casos. Já os feminicídios apresentaram queda, com quatro mulheres assassinadas neste início de ano, frente a dez mortes no mesmo intervalo de 2024.
A violência sexual também mostrou redução. Foram 275 casos entre janeiro e abril deste ano, contra 313 no mesmo período do ano passado. Do total de ocorrências, 233 tiveram como vítimas crianças e adolescentes (eram 252 em 2024) e 37 envolveram vítimas adultas (57 no ano anterior).
Outros indicadores revelam uma leve melhora. Os crimes contra o patrimônio caíram de 10.812 para 9.819 registros. Houve também recuo nos crimes contra a dignidade sexual (de 471 para 438) e contra a pessoa (de 10.101 para 9.109). Já os crimes contra a administração pública permaneceram praticamente estáveis: 1.076 no ano passado e 1.077 neste ano.
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Queda histórica no Paraná
Em âmbito estadual, o Paraná alcançou uma queda histórica nos homicídios dolosos. De janeiro a maio de 2025, foram registrados 540 casos, uma redução de 30,6% em relação ao mesmo período de 2024, que contabilizou 778 mortes. Trata-se do menor número absoluto desde o início da série histórica da Secretaria de Segurança Pública, iniciada em 2009.
Com isso, a taxa estadual caiu para 4,54 homicídios dolosos por 100 mil habitantes — o menor índice já registrado para os primeiros cinco meses do ano. No mesmo período de 2024, a taxa era de 6,58. Em 2009, o índice era de 11,52 e, em 2010, chegou ao pior patamar: 14,48 homicídios por 100 mil habitantes.
A Secretaria de Segurança Pública atribui a redução ao reforço no policiamento, ao uso de tecnologias e ao trabalho integrado entre as forças de segurança. Apesar disso, especialistas afirmam que os dados exigem análise cuidadosa, sobretudo nos municípios da fronteira, onde os desafios da segurança seguem sendo mais complexos.
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