Representantes do setor público, da sociedade civil e de instituições privadas do Brasil participaram, nesta semana, de um seminário internacional realizado em Santiago, no Chile, voltado ao enfrentamento das economias ilícitas e suas conexões com o crime organizado. O evento, promovido por organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a OCDE, reuniu especialistas de diversos países da América do Sul para discutir soluções conjuntas e fortalecer a cooperação regional.
Um dos temas centrais foi o crescimento do comércio ilegal de produtos como medicamentos e cigarros. Luciano Stremel Barros, presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), destacou que o Chile começa a sentir os impactos de atividades que já afetam profundamente países vizinhos, como o Brasil. Ele apontou que o cigarro contrabandeado, com origem no Paraguai, já representa cerca de 50% do mercado chileno — reflexo da atuação de redes criminosas transnacionais.
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O presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, também integrou a comitiva brasileira e reforçou a importância da integração entre os países da região. “Um dos resultados foi a elaboração de um documento com 12 propostas, entregue às candidatas à presidência do Chile. A cooperação internacional é fundamental para enfrentar o avanço do crime organizado”, afirmou.
Durante a programação, o diretor da OEA, Gastón Schulmeister, reforçou que as economias ilícitas afetam diretamente a segurança pública e o desenvolvimento institucional dos países, exigindo ações coordenadas entre governos, empresas, academia e organizações civis.
O seminário também teve a participação do ministro de Segurança Pública do Chile, Luis Cordero, que apresentou a nova política nacional da área. Além disso, as candidatas à presidência chilena, Evelyn Matthei e Carolina Tohá, falaram sobre seus planos para conter o avanço do crime organizado no país — com propostas que envolvem controle de fronteiras, investimentos em tecnologia e endurecimento de penas para crimes violentos.
Foz do Iguaçu, cidade estratégica na fronteira com o Paraguai e a Argentina, foi representada no seminário e segue acompanhando os debates sobre segurança regional e combate ao crime transnacional.
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