A temperatura subiu no plenário da Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon na manhã desta sexta-feira (13). Era para ser uma sessão extraordinária rápida e tranquila, mas o local se tornou palco de ameaça de morte.
O vereador Ronaldo Pohl não se conformou com o pedido de vistas a um projeto de sua autoria, feito por Walmor Mergener. Ao usar a palavra, Pohl pediu para gravar e fez ameaças graves contra a vida do colega.
“Primeiro vereador Walmor, quero deixar claro que não estou ameaçando o senhor, mas quero relatar para o senhor, falar do fundo da alma, do fundo do meu coração, que o senhor só caminha sobre esta terra ainda pelo amor que tenho pelos meus filhos”, disparo Ronaldo Pohl.
“Eu dormi e acordei pensando no senhor, fiquei noites em claro pensando no senhor e volto a falar, o senhor só caminha sobre esta terra pelo amor que tenho por meus filhos”, emendou. As ameaças foram gravadas pelo sistema de monitoramento eletrônico, disponível no site da Câmara.
O projeto apresentado por Pohl obriga a rede pública de saúde e também os hospitais particulares de Marechal Rondon a permitirem a presença de acompanhantes em todas as consultas e também nos internamentos de pacientes. No entendimento de Walmor Mergener, a iniciativa é conflitante com a legislação federal.
As diferenças entre Pohl e Mergener vão muito além da esfera legislativa. O segundo seria o autor de denúncia de supostas irregularidades cometidas pelo primeiro, quando este ocupava o cargo de secretário de Agricultura no período 2015/2016.
A denúncia foi acatada pela Justiça e Pohl virou réu, sendo que parte dos seus bens estariam bloqueados. Ele é vice-presidente da Associação de Câmaras e Vereadores do Oeste do Paraná (Acamop) e protagonista de outros fatos pitorescos.
Em 2017 se envolveu numa briga com um médico da cidade por supostas ofensas que proferiu na Tribuna da Câmara e, num encontro casual num bar, protagonizaram forte discussão, com ameaças mútuas, terminando com ambos na delegacia de Polícia.
O médico teria utilizado um facão para se defender do edil enraivecido. Pohl também polemizou nos debates de outro projeto seu, o Escola sem Partido, quando chamou os professores da rede municipal de “escória”, pelos protestos contra sua proposta.
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