O Brasil e o Paraguai estão discutindo alternativas para diversificar a matriz energética da Usina Hidrelétrica de Itaipu. A proposta, segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, é complementar a geração hidrelétrica com novas fontes renováveis, como biogás, hidrogênio verde e energia solar.
A iniciativa faz parte de um esforço conjunto para ampliar a segurança energética e acelerar a transição para fontes mais sustentáveis. Uma das propostas em análise prevê a instalação de placas solares flutuantes sobre o reservatório da usina, o que poderia ampliar em até 20% a capacidade de geração elétrica.
Além disso, Itaipu já atua como estabilizadora do sistema elétrico nacional, contribuindo para equilibrar a oferta de energia em momentos de baixa produção das fontes solar e eólica, que são intermitentes.
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Projetos-piloto e investimentos
Um dos projetos em andamento é o desenvolvimento de uma planta-piloto para produção de combustível sustentável de aviação (SAF), a partir da combinação de biogás e hidrogênio verde. A iniciativa é conduzida em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu, instituições de pesquisa e apoio do setor público. Também estão previstos novos investimentos na expansão da infraestrutura para produção de hidrogênio verde, com aportes estimados em R$ 25 milhões até 2025.
A Itaipu já vem testando modelos de geração off-grid com painéis solares e baterias, voltados especialmente para atender comunidades isoladas, como aldeias indígenas, que não têm acesso à rede elétrica tradicional.
Revisão do Tratado e autonomia comercial
As discussões entre os dois países ocorrem em meio à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata da comercialização da energia gerada pela usina. A expectativa é que, a partir de 2026, o Paraguai tenha mais autonomia para vender sua parte da energia diretamente ao mercado brasileiro, com preços mais competitivos.
Em 2023, a Itaipu forneceu cerca de 88% da eletricidade consumida no Paraguai e 10% da energia utilizada no Brasil, reafirmando seu papel estratégico para a segurança energética da região.
Segundo Enio Verri, as novas iniciativas posicionam Itaipu como uma das líderes globais em transição energética, ampliando sua atuação para além da geração hidrelétrica e contribuindo com soluções sustentáveis de longo prazo para ambos os países.
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