A UNILA está sediando, até sábado (11), o 2º Simpósio Internacional sobre Rotas de Integração Sul-Americana (SIRISA), evento que debate os caminhos da integração regional em suas dimensões econômica, social e ambiental. O Simpósio aborda o projeto “Rotas de Integração Sul-Americana”, do governo federal, que pretende reduzir custos logísticos, ampliar o comércio regional e impulsionar o desenvolvimento de cidades brasileiras localizadas em áreas de fronteira. A iniciativa organiza, em cinco grandes eixos, obras de infraestrutura rodoviária, ferroviária, hidroviária, portuária, aeroportuária e digital, com articulação entre estados brasileiros, países vizinhos e organismos multilaterais.
Entre esses eixos, a Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio passa por Foz do Iguaçu e conecta o Brasil ao Paraguai, Argentina e Chile. A proposta é criar um corredor eficiente para escoar produtos em direção ao Oceano Pacífico, aproximando os mercados brasileiros da Ásia.
A solenidade de abertura contou com a presença da reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira; do presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; da representante da Universidade Nacional de Assunção (UNA) e da Escola Diplomática do Paraguai, Inés Martínez Valinotti; do presidente do Conselho Municipal de Transporte e Logística, Celso Gallegario; da subsecretária de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, Sandra Maria de Carvalho Amaral; e do embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima.
A reitora Diana Araujo Pereira abriu o simpósio destacando que “esse evento demonstra para a nossa comunidade a relevância deste projeto, de uma universidade com o perfil da integração latino-americana”. Para a reitora, o papel da UNILA é abrir suas portas para autoridades dos mais diversos setores, “para que a universidade vá se tornando cada vez mais esse espaço de convergência dos interesses pelo desenvolvimento local”. Ela completou ressaltando que a educação superior deve estar vinculada aos projetos de Estado. “Não é possível pensar num projeto como esse, que vai ter impactos sociais e ambientais importantíssimos, sem a presença das universidades, da ciência, da cultura, da tecnologia, que nós criamos dentro das nossas universidades”.
A representante da Subsecretaria de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, Sandra Maria de Carvalho Amaral, apresentou, em detalhes, o projeto das Rotas de Integração Sul-Americana. Os cinco eixos, que contemplam toda a América do Sul e se complementam e interligam entre si, são:
- Rota 1 – Ilha das Guianas, que conecta os estados do Norte (Roraima, Amazonas, Pará e Amapá) à Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela;
- Rota 2 – Amazônica, ligando o Amazonas à Colômbia, Peru e Equador;
- Rota 3 – Quadrante Rondon, que envolve Acre, Rondônia e Mato Grosso em direção ao Peru, Bolívia e Chile;
- Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio, passando por Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, com acesso ao Paraguai, Argentina e Chile, e que inclui Foz do Iguaçu como ponto estratégico;
- Rota 5 – Bioceânica do Sul, que articula Santa Catarina e Rio Grande do Sul com o Uruguai, Argentina e Chile.
- Cada eixo reúne obras de transporte e logística para aproximar o Brasil de seus vizinhos e facilitar a saída de mercadorias para o Pacífico.
Na região de Foz (Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio), duas obras ganham destaque: a Perimetral Leste, que fará a ligação da BR-277 com a nova Ponte da Integração Brasil–Paraguai, e a duplicação da BR-469 (Rodovia das Cataratas). A Perimetral, com cerca de 15 quilômetros de extensão e seis viadutos, já atingiu 75% de execução, enquanto a duplicação da BR-469 está em andamento. Ambas devem desafogar o tráfego urbano, facilitar a passagem de cargas e melhorar a mobilidade local.
Outra estrutura estratégica é a própria Ponte da Integração, sobre o Rio Paraná, que conecta Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco. A obra deve redistribuir o fluxo hoje concentrado na Ponte da Amizade, integrando-se ao corredor logístico que segue pelo Paraguai em direção ao Chile.
A solenidade de abertura foi encerrada pela palestra do embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima, que falou sobre a tradição diplomática brasileira e a integração regional, ressaltando o papel fundamental do Mercosul.
Serviço
As atividades do 2º SIRISA prosseguem até sábado, na UNILA. Para saber mais, acesse o link.
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