O que acontece quando a força que esculpe a rocha encontra a matéria que guarda a memória da terra?
“Iguaçu: Matéria e Memória” não é uma exposição fotográfica. É um diálogo. De um lado, o olhar do fotojornalista Christian Rizzi, que imortaliza o fluxo incessante da água, a luz que pinta o céu, e a energia monumental de uma das maiores forças da natureza. Suas imagens são fragmentos de tempo, momentos decisivos onde o caos e a serenidade se encontram.
Do outro lado, a madeira. Não uma tela inerte, mas um corpo vivo, que respirou e cresceu. Madeira de reflorestamento e de demolição, que carrega em seus veios e fibras a história de outros tempos.
Aqui, a fotografia não é impressa sobre a madeira. Elas se misturam. Através de uma técnica que respeita a natureza de ambos os elementos, a imagem e a matéria se tornam uma só entidade, dialogando.
Cada peça é um ato de reverência. A escolha por uma matéria-prima consciente e reciclada não é um detalhe; é a tese central. É a prova de que a arte pode e deve ser parte do ciclo da vida, da renovação, e do respeito.
Portanto, você não é convidado a ver uma fotografia. Você é convidado a sentir uma paisagem. A tocar a memória da floresta enquanto contempla a força do rio. A testemunhar o encontro do instante efêmero com a matéria perene. Esta é a Iguaçu de Christian Rizzi.
A exposição integra o projeto Corredor Cultural, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, e segue aberta à visitação até dia 25 de novembro.
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