UNILA tem três cursos com nota máxima no Guia da Faculdade do Estadão

Universidade também tem boa colocação no ranking de internacionalização da Folha de S. Paulo, liderando no índice de proporção de docentes estrangeiros

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Foto: Moisés Bonfim/SECOM-UNILA

Três cursos de graduação da UNILA obtiveram nota máxima no Guia da Faculdade do Estadão, uma das principais publicações brasileiras voltadas a estudantes que estão em fase de vestibular. Os cursos de Geografia Licenciatura, Letras – Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras (LEPLE) e Mediação Cultural – Artes e Letras receberam cinco estrelas, o equivalente a “excelente”. Além destes, outros 21 cursos receberam quatro estrelas – considerado “muito bom”.

Este ano, o Guia da Faculdade avaliou 22.198 graduações em todo o Brasil, tanto de instituições de Ensino Superior públicas quanto privadas. Na avaliação, são considerados três aspectos: projeto pedagógico (características da proposta de ensino do curso); corpo docente (perfil dos professores vinculados ao curso); e infraestrutura (condições de materiais e equipamentos oferecidos).

As respostas, enviadas pelos coordenadores dos cursos, são analisadas por avaliadores voluntários, pertencentes aos quadros docentes do Ensino Superior brasileiro. São quase 12 mil coordenadores e professores atuando como avaliadores, e cada um atua na sua área de formação. Cada curso é distribuído para a avaliação de seis professores. Caso um curso não receba pelo menos quatro notas de avaliadores, ele é considerado como “sem nota” na avaliação daquele ano.

Para a reitora Diana Araujo Pereira, “é muito relevante que dois dos cursos da UNILA mais bem avaliados pela matéria do Estadão sejam licenciaturas, ou seja, cursos voltados à formação de professores. A UNILA, por suas características, oferece formação para atuação em ambientes escolares plurilingues e interculturais. No momento atual, no qual o fazer docente está sendo revisto e problematizado, uma universidade com a especificidade da UNILA pode se tornar, de fato, uma importante vanguarda para a atualização do trabalho docente, cada vez mais inserido em contextos educacionais diversos devido à alta mobilidade migratória, presente em qualquer cidade do país”.

Em relação à nota máxima para o curso de Mediação Cultural, a reitora também considera o resultado muito relevante, uma vez que a especificidade do curso é “justamente a atuação profissional no acolhimento, planejamento e gestão da cultura. Para um mundo cada vez mais diverso, marcado pelos trânsitos culturais vinculados aos processos migratórios, pelos deslocamentos forçados ou voluntários de pessoas, a mediação cultural cresce como ferramenta social capaz de promover convivência e sociabilidade, fomentando a cooperação solidária entre instituições ou entre pessoas e coletivos sociais”.

Para a coordenadora do curso de LEPLE, Miriam Garcia, “receber a nota máxima no Guia da Faculdade é um reconhecimento fantástico do trabalho de uma década. É uma sensação de recompensa por todo o esforço investido ao longo desses dez anos por docentes, discentes e técnicos”. Na visão dela, “ser um curso cinco estrelas no Guia da Faculdade do Estadão não só coroa essa trajetória, como nos energiza para continuar avançando. Nossa meta agora é aprimorar ainda mais a estrutura do curso com novos laboratórios e fortalecer cada vez mais a integração acadêmica com a América Latina e o Caribe na formação dos nossos estudantes”.

O coordenador do curso de Geografia Licenciatura, Jonathan da Silva Marcelino, considera este resultado “um reconhecimento significativo da excelência acadêmica e da dedicação de todos os envolvidos. Esse resultado reflete o compromisso de docentes, discentes e colaboradores que contribuem para um ambiente formativo dialógico, plural e conectado às transformações sociais e políticas do mundo contemporâneo”.

Para o docente, “essa conquista é fruto de um esforço coletivo que reúne tanto aqueles que hoje integram o curso quanto quem, em diferentes momentos, contribuiu para sua trajetória. É um testemunho do empenho de todas as pessoas que ajudaram a consolidar um projeto formativo que valoriza não apenas o domínio técnico e científico, mas também a formação de professores comprometidos com uma prática educativa crítica, contextualizada e socialmente engajada”. Ele disse estar “muito contente com esse resultado e confiante de que o nosso curso seguirá trilhando esse caminho, mantendo-se nessa posição e se consolidando, cada vez mais, como uma importante referência na região da Tríplice Fronteira”.

As cinco estrelas também são comemoradas pelo coordenador do curso de Mediação Cultural, Mário Ramão Villalva Filho. “Nós acreditamos que é muito importante essa conquista, porque, de alguma forma, isso ajuda no Brasil inteiro, por exemplo, para que o estudante, o jovem, possa escolher as suas carreiras. Também porque dá visibilidade a outros cursos da UNILA, principalmente para as grandes cidades, nas redes sociais também. De alguma forma, dá uma fortaleza para a gente”.

Ele comenta que o trabalho dos coordenadores, ao responder o formulário, é bastante extenso e minucioso. “Eles fizeram várias entrevistas. Eu me lembro que participei, respondi uma série de perguntas. Isso é muito importante para a gente, para o trabalho da coordenação”, complementa.

Ranking da Folha: UNILA lidera na proporção de docentes estrangeiros
Outro veículo de imprensa que tradicionalmente publica avaliações sobre os cursos de graduação é a Folha de S. Paulo. O Ranking Universitário da Folha (RUF) classifica as 204 universidades brasileiras, públicas e privadas, a partir de cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado.

Os dados que compõem os indicadores de avaliação do RUF são coletados por uma equipe da Folha em bases nacionais e internacionais de periódicos científicos, de patentes, em bases do Inep-MEC (Censo da Educação Superior e Enade), em agências estaduais e federais de fomento à ciência e em pesquisas nacionais de opinião feitas pelo Datafolha.

No RUF 2025, a UNILA obteve destaque no indicador de internacionalização, sendo a Universidade com maior presença proporcional de professores estrangeiros. Entre 415 docentes, 60 são de outros países (14,5%), aponta a Folha. Conforme destaca a publicação, o indicador diz respeito à capacidade das universidades de atrair talentos internacionais e reduzir a ênfase exclusiva na pesquisa científica.

A presença de professores estrangeiros também costuma estar associada a uma maior competitividade global. Rankings internacionais, como o Times Higher Education (THE) e o Quacquarelli Symonds (QS), incluem a presença de professores estrangeiros na avaliação da internacionalização. Do ponto de vista das políticas científicas, a presença de docentes de outros países é considerada essencial para criar ambientes de ensino e pesquisa mais diversos e de excelência, aponta a Folha.

Na visão da reitora Diana Araujo Pereira, “partindo do entendimento de que a UNILA é uma política pública para a integração regional, ou seja, é uma universidade brasileira bastante diferenciada, que tem na sua lei de criação as diretrizes e orientações para o exercício de uma inovadora diplomacia educacional voltada à integração regional, seria incoerente termos um corpo acadêmico formado apenas por uma nacionalidade. A integração que precisamos promover não deve seguir antigos padrões de assimilação cultural mas, ao contrário, fomentar o intercâmbio solidário entre as diferenças, educar para a sociabilidade e a convivência pacífica, para a busca de consensos entre pessoas que tenham formações diferentes”.

Ela ressalta, ainda, que “a diplomacia do conhecimento que a UNILA vem desenvolvendo é fundamental para fortalecer, inclusive, o exercício da democracia e, no longo prazo, a conformação de uma cidadania regional. Neste sentido, deveríamos poder ampliar ainda mais o quantitativo de docentes internacionais, para que haja diversidade entre quem aprende e quem ensina; diversidade de pontos de vista e de perspectivas, de interesses, de sonhos e de projetos de futuro”.


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