O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Foz do Iguaçu e Região Oeste (SITRO-FI) registrou, esta semana, a situação degradante em que se encontram caminhoneiros brasileiros no porto seco de Puerto Iguazú, enquanto aguaram a liberação para sair ou seguir para a Argentina.
Os vídeos, que serão encaminhados ao Ministério Público, Ministério dos Transportes e autoridades competentes para providências junto ao Ministério das Relações Exteriores, revelam a situação caótica apontada pelos próprios trabalhadores.

O sindicato da categoria informou que a intenção é mobilizar o máximo possível de forças para negociar, com as autoridades argentinas, a segurança e a higiene básica dos trabalhadores do volante que precisam permanecer no local a espera da liberação das cargas.
Abandono
Os casos que mais chamam a atenção na sequência de vídeos são a quantidade de furtos dos caminhões relatadas pelos trabalhadores e a falta de um local para realizar as higienes pessoais – os que existem estão sem portas, chuveiros e tomados de entulhos.
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Existem algumas casas, ou “casinhas”, abandonadas que são utilizados por pessoas em situação de rua, além de matagal propício para a proliferação de insetos e animais peçonhentos.
“Não se vê um gendarme (policial) para cuidar, só tem lá cuidando o trânsito e aqui, na aduana não tem um policiamento, não tem nada. Ocorrem roubos aqui justamente por não ter segurança”, Relatou Ronaldo, caminhoneiro e voluntário do SITRO-FI.
Segundo ele, o matagal também serve de esconderijo para os marginais que roubam os caminhões.
“Eles vem e voltam por ali”, contou Ronaldo, listando que entre os objetos furtados estão alimentos e objetos da cozinha, incluindo o gaz utilizado no preparo das refeições.

“Estamos a 50 metros da aduana da Argentina e do Duty Free, para todos verem a situação que encontram-se os nossos caminhoneiros”, destaca o presidente do SITRO-FI, Rodrigo Andrade de Souza.
No mato
“O caminho da roça do motorista em Puerto Iguazú é esse aí”, contou Isvael, caminhoneiro mais conhecido como “Véio do Rio”, apontando o caminho e o local utilizado para a filmadora.
“Não dá nem para acreditar”, completou ele lembrando que, além dos dejetos ainda tem o perigo de pisar uma cobra.
“É um descaso para nós motoristas”. Em relação as mulheres, a situação é a mesma, segundo relatou o profissional do volante. “As dificuldades para nós é tanto como para elas, mato também. Não tem o que fazer”.
Segundo ele, tem um banheiro em uma lanchonete no posto de combustível, mas é um quilômetro de distância do local, período em que o veículo fica a mercê dos marginais.
Um dos trabalhadores contou que já houve caso de um caminhoneiro ser assaltado seis vezes seguidas.
Assista abaixo o recorte dos vídeos registrados pelo SITRO-FI
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