Cuidados ambientais são essenciais para a geração de energia, defende diretor-geral de Itaipu

WhatsApp
Facebook

Defesa foi feita durante tour do general Joaquim Silva e Luna pela região para conhecer ações e projetos socioambientais da empresa

Os cuidados empreendidos pela Itaipu Binacional para a segurança hídrica do reservatório e a conservação da biodiversidade são essenciais para a geração de energia, defendeu o diretor-geral brasileiro da empresa, general Joaquim Silva e Luna. Nesta terça e quarta-feira (21 e 22), ele fez um tour por terra e ar na região da usina, e também de barco no reservatório, acompanhado do diretor de Coordenação, general Luiz Felipe Carbonell, e técnicos da binacional.

O roteiro incluiu Canal da Piracema, Refúgio Biológico Bela Vista, faixa de proteção do reservatório, projetos de aquicultura e reciclagem (ambos em Santa Terezinha de Itaipu), aldeias indígenas do Añetete e Itamarã (em Diamante D’Oeste) e balneário de Santa Helena. A programação também incluiu sobrevoo de helicóptero do reservatório, áreas protegidas, microbacias hidrográficas recuperadas e áreas agrícolas com ações de conservação de solos, além do Corredor de Biodiversidade Santa Maria.

“Para muita gente, a relação com energia é acender a luz apertando um botão. Elas desconhecem todo o caminho que a eletricidade percorreu e todo o trabalho que tem por trás disso”, disse o diretor. “A missão de Itaipu é gerar energia com qualidade. E as pessoas precisam saber o que isso significa. Todo esse cuidado com a água e o meio ambiente é reflexo dessa missão”, completou.

Durante o percurso, o diretor teve a oportunidade de se encontrar com os prefeitos de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard; de Diamante D’Oeste, Guilherme Pivatto Junior; e de Santa Helena, Evandro Miguel Grade (Zado), além de lideranças de pescadores, catadores de recicláveis e indígenas, com quem reforçou o compromisso da empresa de seguir trabalhando em parceria, em prol do desenvolvimento territorial.

Além do meio ambiente, as ações da empresa têm impactos sociais positivos. Formada em 2004, a Associação dos Catadores de Resíduos Recicláveis e Reaproveitáveis (Acaresti), com apoio da empresa e da prefeitura, processa 120 mil quilos de material reciclável por mês.

Reconhecido com diversos prêmios, o projeto é considerado referência, pois permite a reciclagem de mais de 70% do lixo do município. Para o trabalhador, o projeto garante dignidade, uma renda mensal média de R$ 1.700 e o reconhecimento profissional pela atuação como agente ambiental.

Outro grupo vulnerável, o dos pescadores artesanais, também consegue garantir uma renda familiar mínima graças ao apoio da Itaipu. O Ponto de Pesca 5, em Santa Terezinha, é um dos 45 em atividade na margem brasileira do reservatório. Para diminuir o extrativismo e a diminuição do estoque pesqueiro, os pescadores recebem equipamento e capacitação para cultivar os peixes em tanques-rede.

“A ajuda da Itaipu é muito importante para nós e vai permitir que a gente consiga ampliar o número de tanques e também a renda”, afirmou José Amâncio Rodrigues, o Zé Barba, representante das 10 famílias que vivem no Ponto de Pesca 5. Ali, 48 tanques garantem uma produção anual de 15 a 20 toneladas, o que proporciona um salário mínimo para cada família. A renda é complementada por pesca extrativa, que tende a diminuir com o aumento gradativo da aquicultura.

O roteiro se encerrou no escritório da Itaipu em Santa Helena, onde técnicos da empresa detalharam as ações como a proteção da fauna e flora, a pesquisa e o fomento de técnicas sustentáveis na agropecuária e o monitoramento da qualidade da água. A batimetria do reservatório (que regularmente mede as profundidades, acompanhando a deposição de sedimentos) permite estimar a vida útil da usina em 184 anos.

Ao promover essas iniciativas ambientais, a Itaipu tem como objetivo reduzir a deposição de sedimentos e de micropoluentes que, no longo prazo, poderiam vir a comprometer a vida útil do reservatório. E, consequentemente, manter sua importância estratégica para o Brasil e o Paraguai. Nos últimos cinco anos, a empresa teve uma geração anual média de 92 milhões de megawatts-hora, respondendo por cerca de 15% do consumo brasileiro e 90% do paraguaio.

“É por isso que, além de todo o trabalho desenvolvido pela Diretoria Técnica, na operação e manutenção das unidades geradoras e na melhoria constante dos índices de produtividade, os cuidados com a região são essenciais para a geração de energia com sustentabilidade, no longo prazo”, resumiu Carbonell.

Qualidade

Silva e Luna disse que estava positivamente surpreso com a riqueza dos dados apresentados. “Surpreende a qualidade do trabalho realizado pela Diretoria de Coordenação nos cuidados com o reservatório, a faixa de proteção e as microbacias adjacentes. É um trabalho que precisa ser cada vez mais conhecido”, afirmou. “Quando a gente fala em vida útil de 184 anos, as pessoas precisam saber que é um dado concreto, resultado de um estudo de alto nível.”

O diretor lembrou que 2019 foi um ano complexo, dada a necessidade de reestruturar as atividades da empresa em Foz do Iguaçu e renegociar a comercialização de energia com o Paraguai, permitindo maior previsibilidade no orçamento nos próximos quatro anos, entre outras medidas que visam preparar a empresa para o cenário pós-2023, quando vence o Anexo C (a parte que dispõe das questões financeiras do Tratado de Itaipu). “Em 2020, vamos tratar de processos, procurando fazer mais e melhor com as pessoas que fazem parte da empresa, agora que todas as nossas atividades estão concentradas em Foz do Iguaçu”.

Confira, abaixo, alguns dos principais dados das ações da Itaipu na região:

  • A Itaipu preserva mais de 100 mil hectares de áreas protegidas;
  • 35 espécies de animais já foram reproduzidas no Refúgio Biológico Bela Vista;
  • O viveiro da Itaipu é responsável pela produção média anual de 347 mil mudas de cerca de 110 espécies nativas da Mata Atlântica;
  • Nos últimos 10 anos, foram distribuídas quase 3 milhões de mudas para 43 municípios da região;
  • Com 10 km de extensão, o Canal da Piracema é utilizado por 186 espécies de peixes;
  • Mais de 6.800 peixes já receberam marcas eletrônicas e foram monitorados ao longo da Bacia do Rio Paraná;
  • Itaipu apoia o cultivo de peixes em tanques-rede. A produção anual no reservatório chega a 120 toneladas;
  • Mais de 900 hectares de mata nativa são preservados no Corredor de Biodiversidade Santa Maria, permitindo a conexão entre o Parque Nacional do Iguaçu e as áreas protegidas da Itaipu;
  • Cerca de 290 famílias indígenas são atendidas em três aldeias em ações de agropecuária, promoção da cultura, infraestrutura e segurança alimentar e nutricional;
  • As ações de conservação de solos totalizam quase 50 mil hectares de áreas agrícolas;
  • Quase 300 nascentes das microbacias da região estão georeferenciadas e protegidas;
  • A recuperação e cascalhamento de estradas rurais chega a quase 4 mil quilômetros.

Fotos: Romeu de Bruns/Itaipu Binacional

Mais notícias

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *