Ato em Foz marca dois anos da morte da vereadora Marielle Franco

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Falas públicas, panfletagem, exposição de materiais e conversa com a população fazem parte da mobilização neste sábado, 14, às 8h, em frente à Câmara Municipal.

Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Na data em que se completam dois anos de sua execução, neste sábado, 14, entidades e coletivos sociais realizam em Foz do Iguaçu ato público por justiça e memória à vereadora carioca. A mobilização será a partir das 8h, em frente à Câmara de Vereadores.

A ação integra a agenda ao Dia Internacional da Mulher no município. Falas públicas, panfletagem, exposição de materiais e conversa com a população fazem parte da mobilização do Coletivo Mulheres Sem Fronteiras. Além de evidenciar a trajetória da parlamentar, o protesto requer a completa apuração das circunstâncias de seu assassinato.

A vereadora Marielle Franco se tornou uma referência para as mulheres – sobretudo mulheres negras das periferias – de todo o Brasil no combate à violência e ao feminicídio, assim como na pauta pela igualdade de gênero. Socialista, militante dos direitos humanos, Marielle denunciou as milícias e a violência contra a população LGBTI+ e às comunidades populares do Rio de Janeiro (RJ).

O ato pela memória de Marielle Franco acontece simultaneamente em várias cidades e capitais. A intenção é valorizar, pelo exemplo e legado deixados por ela, o protagonismo das mulheres brasileiras. A resolução do assassinato, com a punição a autores e mandantes, mais do que demonstração de justiça, é uma exigência de quem defende a democracia.

“Fazer memória à Marielle é dizer que seu legado e a sua voz seguirão presentes nas ruas, nas marchas, na construção de uma outra sociedade”, expõe Cátia Castro, integrante do Coletivo Mulheres Sem Fronteiras. “Pedir justiça é dizer que o crime cometido não foi somente contra Marielle: também foi contra a democracia em nosso país”, enfatiza.

Dois anos de um crime ainda impune

Na noite do dia 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco participava de um evento denominado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Lapa, no Rio de Janeiro. Ao deixar o encontro, foi morta a tiros por volta das 21h30, na área central da cidade, dentro do carro dirigido por Anderson Gomes, seu motorista, que também faleceu.

No dia 28 de fevereiro, duas semanas antes de ser assassinada, a parlamentar foi eleita relatora da comissão especial responsável por analisar e acompanhar a intervenção militar no Rio de Janeiro, decretada pelo governo federal. No dia 10 de março, Marielle Franco fez graves denúncias sobre a violência policial contra moradores da favela do Acari, na Região Norte do Rio. Quatro dia depois, foi assassinada.

A bárbara execução permanece impune. Suspeitos de envolvimento direto no duplo homicídio foram presos, mas o caso é cercado de impunidade e interrogações. Quem matou? Quem mandou matar? Por qual motivo queriam Marielle Franco morta? São muitas perguntas, dois anos depois, que as autoridades estaduais do Rio e federais até o momento não conseguiram responder.

(Coletivo Mulheres Sem Fronteiras)

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