Artigo: Momento de solidariedade e união contra desperdício

João Alceu dos Santos

A chegada do coronavírus tem provocado profundas transformações no cotidiano de cidadãos de todas as esferas sociais. Este momento, acima de tudo, exige muita união e solidariedade para combater o desperdício e ajudar de fato quem sofre de um problema muito grave, a fome.

O Instituto Gastronomia Humanitária (IGH), em parceria com a Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Afins (Abrabar) e o Banco de Alimentos Metropolitano de Curitiba (Balimentos), estão promovendo uma ação que vai ao encontro das famílias mais necessitadas, ao mesmo tempo em que vai evitar o desperdício de alimentos.

Muitos agricultores de Curitiba e região metropolitana estão sem condições de colher produtos plantados com fé e muito suor no rosto. As entidades, no bom exercício de cidadania, vem mantendo contato com instituições, empresas e cooperativas.

A intenção é minimizar os prejuízos que poderão atingir em cheio à Agricultura Familiar que envolve o Cinturão Verde de Curitiba e Região Metropolitana e atender as pessoas que se encontram em vulnerabilidade social e econômica.

Neste sentido, o IGH idealizou com a Arcos Cooperativa Agroindustrial de Balsa Nova, uma parceria para transportar produtos dos agricultores familiares da região metropolitana de Curitiba. A meta é, em uma grande união, comercializar os alimentos e garantir as Sacolas Humanitárias e Sacolas Humanitárias Solidárias, para quem mais precisa.

A intenção é trabalhar com produtos de boa qualidade para comercialização e com produtos bons para doação. Os alimentos, muitas vezes descartados por excesso de produção e de armazenamento, finalização de validade ou fundo de roça, hoje também pela falta de compradores.

Gastrólogos, gastrônomos e nutricionistas juntos com voluntários do IGH e Balimentos, farão a seleção dos produtos das Sacolas Humanitárias e das Sacolas Humanitárias Solidárias. Aqueles que não passarem pela seleção, porém, com condições para o consumo humano, serão processados e embalados a vácuo para criar um estoque na falta do produto “in natura”.

As Sacolas Humanitárias terão preço justo e poderão ser retiradas em locais pré-estabelecidos. As sacolas de verduras e legumes terão produtos bons e ajudarão os agricultores familiares a não cessar sua produção.

As Sacolas Humanitárias Solidárias serão gratuitas e entregues a entidades e associações previamente credenciadas pelo Balimentos, ou entregues à Defesa Civil. Neste momento difícil é bom sempre lembrar que ninguém é tão pobre que não possa dar e ninguém é tão rico que não possa receber.

Somos todos responsáveis pelo bem da humanidade.

João Alceu dos Santos é diretor executivo do Instituto Gastronomia Humanitária (IGH)