Em tempos de pandemia, a solidariedade ganha destaque no do dia a dia. Instituições mantêm atividades enfrentando dificuldades, mas sem perder a esperança
A solidariedade nunca esteve tão em evidência no dia a dia como nesta época de crise provocada pela pandemia da covid-19. Muita gente só tem como único recurso a ajuda do próximo. E são as entidades beneficentes que muitas vezes fazem esse papel.
Em Foz do Iguaçu, o fundo de auxílio eventual da usina de Itaipu tem contribuído para dar continuidade às atividades de uma parte delas. É o que acontece com o Sopão da Madrugada e Banho Nova Esperança – uma das instituições contempladas.
A entidade apresentou um plano de trabalho para auxiliar diretamente 200 pessoas, em especial moradores de rua, famílias de extrema pobreza e pessoas em dificuldade, como, por exemplo, os paraguaios que aguardam liberação para entrar no país vizinho, na Ponte da Amizade.
Nas últimas três semanas, esses “anjos” têm ido religiosamente, todos os dias, levar comida e banho para eles. As fronteiras permanecem fechadas por causa da pandemia.
O presidente da entidade, Johnson Mateus dos Santos, diz que o recurso de Itaipu tem sido essencial para a manutenção da ação humanitária. Só nesta quarta-feira (22), o projeto levou 386 refeições e 250 banhos para as pessoas que estão dormindo no local. “Agradeço aos voluntários do grupo e à diretoria de Itaipu por permitem esse trabalho voluntário num momento tão crítico como esse.”
Na manhã desta quinta-feira (23), às 6h, o presidente do Sopão estava se preparando para reiniciar a rotina. Ele iria à Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) para pegar os alimentos para preparar as refeições que seriam servidas mais tarde.
Mobilização pelo bem
Por decisão da diretoria da Itaipu, na semana passada, o valor do fundo de auxílio eventual passou de US$ 250 mil para US$ 550 mil, o equivalente a R$ 2,7 milhões. Esse dinheiro é destinado a entidades sem fins lucrativos. O aumento do valor foi justamente para enfrentar o período de crise provocada pelo novo coronavírus.
Esse fundo, que só pode ser usado em atendimentos de caráter excepcional, é voltado para ações de caráter ambiental, socioassistencial, educativo e cultural. Cada entidade pode ser atendida com recursos da ordem de até R$ 175 mil. Todas devem estar devidamente cadastradas na Itaipu e não apresentar nenhum tipo de pendência.
“É uma grande mobilização pelo bem”, diz Jorge Aureo, assessor especial do diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna. Durante a pandemia, a Itaipu mapeou uma lista de ações para contribuir na retomada da economia da cidade e região, com investimentos em saúde, ajuda humanitária e obras estruturantes.
Fotos: Paulo Lisboa