#NaEstrada: A (quase) centenária Casa Bemberg

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Por Izabelle Ferrari

Nunca tinha ouvido falar da Casa Bemberg.

Muito menos imaginei que houvesse uma mansão centenária à beira do rio Paraná, a poucos quilômetros de Foz do Iguaçu.

A primeira vez que soube da existência da casa foi numa publicação da Revista 100fronteiras.

Iniciei pesquisas e, quando vi algumas imagens feitas com drone, me apressei em marcar uma ida pra lá.

Convenci a família toda e partimos.

Viajamos cerca de uma hora, de carro, de Foz do Iguaçu até a cidade Argentina de Puerto Libertad, onde fica a casa.

O caminho é encantador e leva à beira do rio Paraná. E ver esse rio através dos vãos das portas e das janelas, com certeza, faz da Casa Bemberg um lugar único.

O casarão foi construído em 1930 pelos irmãos Otto y Federico Bemberg, que eram produtores de erva mate (aliás, fundadores de uma das empresas mais conhecidas do país dos Hermanos, a Safac).

Ocorre que as vidas deles tomaram outros rumos e a casa ficou fechada por anos, conservando a arquitetura original, móveis, objetos, livros, fotos…

Agora, um dos descendentes dos Bemberg decidiu reabrir a casa para hospedar pessoas que gostam de viver experiências pouco convencionais.

É possível reservar um dos quartos ou a casa toda.

Ainda não me hospedei, mas conheci os cômodos da casa com minha família. Fomos recebidos com muito carinho e atenção.

É realmente surpreendente ver como as coisas estão bem conservadas.

Paredes, acabamentos, fechaduras, madeira… tudo parece contar um pouco da história que ronda a casa localizada numa área onde funcionou uma espécie de vila habitada por pessoas que trabalhavam no cultivo e na colheita de erva mate.

No térreo, há uma sala ampla com objetos interessantes, banheiro, cozinha, um pergolado super charmoso que conduz para fora da casa.

A originalidade segue pela escada de madeira que leva ao andar de cima. Nos mostraram cômodos secretos e pudemos entrar nos quartos que estão praticamente intactos…

A suíte principal tem uma vista privilegiada do rio Paraná. E o cômodo que antecede a sacada é, por incrível que pareça, o banheiro (aparece num dos vídeos que anexei aqui).

Caminhar pela casa é voltar uns bons anos no tempo e passear pelos arredores é ainda mais encantador.

Descobrimos a capela do Puerto Bemberg – porto, porque dali partiam cargas de erva mate.

A capela também é centenária e encanta pela simplicidade e pelo cuidado que tiveram com alguns detalhes.

As paredes laterais são, na verdade, grandes portas de madeira que podem ser totalmente abertas, permitindo que a igrejinha se integre à mata ao redor.

Há vitrais importados da Europa e, do altar, o que se vê ao fundo é a belíssima cena do rio Paraná encostando na margem do país vizinho, o Paraguai (neste ponto do território, a Argentina faz fronteira com o Paraguai).

O homem que cuida da igrejinha informou que foi a primeira da região e ainda é muito usada pra celebrações.

Ele mostrou um espaço para eventos construído ao lado, porque muitos casais escolhem casar ali.

Estivemos no Puerto Bemberg em julho do ano passado e eu saí de lá com a impressão de que deveria compartilhar a existência desse lugar com mais pessoas.

Demorou, em função da rotina conturbada, mas o isolamento social imposto pela pandemia do Coronavírus também nos permite boas coisas.

Espero que tenham gostado de conhecer esse lugar, até então, inimaginável pra mim.

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* Izabelle Ferrari é jornalista em Foz do Iguaçu-PR.

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