Queda no primeiro quadrimestre foi de 3,5%, com índices maiores em março e abril; Estudo da USP diz que cidade poderia mais infectados
O número de mortes por causas naturais ou de formas violentas caiu aproximadamente 3,5% no primeiro quadrimestre de 2020, no comparativo com o mesmo período do ano passado. De 1º de janeiro a 30 de abril, a cidade contabilizou 692 óbitos, contra 668 nos primeiros meses de 2019.
Projeção da Universidade de São Paulo (USP) mostra que o município poderia ter perto de mil infectados, caso tivesse adotado estratégia diferente no enfrentamento da Covid-19.
Em números exatos, Foz do Iguaçu registrou neste início de ano, 24 óbitos a menos que o total de 2019. Os dados foram compilados pela Diretoria de Fiscalização de Serviços Funerários da Secretaria Municipal da Fazenda. O distanciamento social tem sido recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como única alternativa para conter o avanço da infecção provocada pelo novo Coronavírus.
O número de mortes caiu justamente nos meses de março (quando foi decretada a pandemia) e abril, quando todas as medidas passaram a ser aplicadas, especialmente em relação as aglomerações, lembra o chefe da Diretoria, Antonio Edgard Rocha. Em março deste ano, foram registrados 172 óbitos na cidade, contra 180 no mesmo mês do ano passado (diferença de 4,5%).
No mês de abril, Foz do Iguaçu registrou uma redução de 11 óbitos, no comparativo do período do ano passado – 180 e 191 mortes, respectivamente (diferença de 5,8%). As duas mortes provocadas pela Covid-19, destaca Antonio Rocha, tiveram as causas informadas na Declaração de Óbitos, fornecidas pelo local de falecimento.
A redução no número de mortes no período da quarentena em Foz do Iguaçu, quando as pessoas ficaram em casa para evitar o contágio pelo novo Coronavírus, confirma que as pessoas se cuidaram. Os dados, da Divisão de Fiscalização, incluem todas as mortes ocorridas nos períodos, por causas naturais ou em acidentes de trânsito, atropelamentos, homicídios, latrocínios e outros fatores.
Projeção
O distanciamento social tem refletido nos casos confirmados de Coronavírus na cidade – há 67 casos, de acordo com o boletim da Vigilância Epidemiológica. No entanto, este cenário poderia bem ser diferente, se a tendência de contaminações de Covid-19 seguisse a projeção de um estudo da Universidade de São Paulo (USP), revelado pelo portal do GDia.
A projeção coloca o Brasil no epicentro mundial da doença, informação que já repercutiu na imprensa internacional. Em Foz do Iguaçu, o prefeito Chico Brasileiro avalia, junto com as autoridades sanitárias, as condições regionais e os atuais patamares no combate ao covid-19. Mesmo com índices menores, flexibilizar os cuidados por ser um risco.
Para Luis Fernando Zarpelon, coordenador médico do enfrentamento da Covid-19, com a ponte fechada, sem voos e as medidas de isolamento mais fortes tomadas já a partir do primeiro caso, foi possível manter baixa circulação do vírus. A reabertura de setores comerciais deve aumentar a circulação de pessoas e isso aparecerá nos inquéritos a cada 15 dias.
Ronildo Pimentel
Por GDia