Uma pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira (11), pela Rádio Universo revela que o Paraguai já contabiliza 100.000 novos trabalhadores formais desempregados. E o problema está aumentando na medida em que surgem novos casos da Covid-19.
A emissora ouviu o economista Daniel Correa, autor da pesquisa, elaborada por uma equipe de profissionais. “A situação pode piorar, porque as empresas estão sentindo a queda no movimento e irão prosseguir com as demissões”, comentou Correa.
De acordo com o economista, o aumento desenfreado da desigualdade social é ainda mais preocupante. Ele estima que 120.000 pessoas “se encontram atualmente em situação de extrema vulnerabilidade e são os que sente com maior intensidade o vai-e-vem dos ciclos econômicos”.
Correa afirma que tentar combater esse flagelo com subsídios e programas de assistência social não são suficientes para compensar as perdas. “Não é apenas gastar e gerar investimentos. É preciso saber que projetos irão gerar maior impacto sobre a população”.
Autopeças e maquila
A crise afeta todos os setores da economia paraguaia, mas o setor de exportação de autopeças sofreu uma queda absurda de 51%, segundo informações do diário Hoy.
O diário citou um boletim informativo do Banco Central do Paraguai revelando uma queda geral das exportações de 21,8% de janeiro a maio deste ano. O setor de maquilas também sofreu uma queda brusca.
O setor de autopeças do Paraguai tem o Brasil como principal cliente, com 79% de participação, seguido da Argentina, com 7,3% e os Estados Unidos, com 5,5%.
O setor de maquilas do Paraguai conta atualmente com 216 empresas, muitas delas pertencentes a empresários brasileiros. Juntas, elas empregam 19 mil pessoas, sendo o setor de autopeças responsável por 7 mil empregos.
Ciudad del Este
O maior problema da crise paraguaia encontra-se em Ciudad del Este. Mesmo com a reabertura do comércio, a maioria das lojas está sem clientes porque os compradores são brasileiros e a fronteira está fechada por decisão do presidente Mario Abdo Benítez.
As lideranças da cidade dizem que o desemprego é um dos maiores da história. De acordo com a Câmara de Comércio, a cidade possui cerca de 40 mil trabalhadores formais e 80 mil informais.
Por: GDia