Paraná aposta no turismo regional para retomada, mas setor pede ajuda

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Foto: Talita Zanoni/Assessoria

O Governo do Paraná e entidades de classe ligadas ao turismo apostam no turismo regional para a retomada do setor pós-pandemia da Covid-19

Os planos para a volta das atividades turísticas foram debatidos na manhã desta terça-feira (7) na audiência pública virtual “Efeitos da pandemia no setor do turismo e possíveis ações emergenciais”, proposta e conduzida pelo presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Fruet (PROS). Porém, após ouvir as ações planejadas pela Paraná Turismo, representantes de vários segmentos do turismo estadual reforçaram o pedido de ajuda financeira do Estado para garantir a sobrevivência tanto dos negócios quanto dos empresários e trabalhadores.

Segundo o presidente da Paraná Turismo, Jacob Mehl, a autarquia vem trabalhando para a retomada do setor em conjunto com entidades de classe, Sebrae e Secretaria de Estado da Saúde. “É impossível recomeçar sem turismo regional”, resumiu. Ele cobrou melhorias para alavancar o turismo rodoviário, que em Foz do Iguaçu representa 80% dos visitantes, e defendeu a criação do Fundo Estadual do Turismo, para estruturar as 14 regiões turísticas do Estado com sinalização, acessos e banheiros.

“Turismo de aventura, ecoturismo e turismo rural serão os primeiros beneficiados com o projeto de retomada, com foco no turismo regional de curta distância”, indicou o diretor de marketing da Paraná Turismo, Aldo Carvalho. Segundo ele, serão trabalhados roteiros de 200 quilômetros partindo de onze centros emissores, entre eles Curitiba, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. O plano de retomada do turismo foi dividido em três fases: definição dos mercados, protocolos sanitários e, atualmente, encontros virtuais de negócios. A ideia é lançar uma grande campanha promocional de comunicação para divulgar os destinos turísticos do Estado para os paranaenses.

“Temos que fazer o dever de casa nos municípios para que o turista tenha confiança de participar dos atrativos sem medo e sem prejudicar a saúde”, comentou Márcio Assad, dono de pousada e operadora de turismo na Lapa e representante da Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur). O vice-presidente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (Seha), Jonel Chede, relatou dificuldades para conseguir recursos das linhas de crédito federais. “Mas com o turismo regional, acredito que tenhamos uma retomada mais rápida”, disse.

O presidente do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Paraná (Sindegtur), Wilson Lessnau Junior, salientou que “o trade todo sofre com a pandemia, mas o guia sofre mais porque é autônomo e depende unicamente do trabalho diário”. Ele cobrou a votação do Projeto de Lei nº 297/2020, do Soldado Fruet, que autoriza o Estado a criar um auxílio emergencial para guias de turismo autônomos. O guia de turismo e diretor secretário da Liga Independente de Guias de Turismo de Foz do Iguaçu (Liguia), Alexandre Barbosa, agradeceu o Soldado Fruet por apresentar o PL 297/2020 e os demais deputados que assinaram o pedido de tramitação em regime de urgência.

Já o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu e Região (Sindhoteis), Neuso Rafagnin, expressou preocupação com o decreto estadual de fechamento de atividades não-essenciais. “Os empresários não aguentam mais uma prorrogação dessa quarentena rígida”, enfatizou, frisando que o setor adotou medidas de segurança e higiene. Destacou os investimentos pesados da Itaipu na infraestrutura de Foz, mas pediu apoio do Governo e dos deputados para melhorias na infraestrutura e revisão da cobrança de tributos durante a pandemia.

“Se não tivermos apoio efetivo do poder público na questão de crédito e planejamento da reabertura do turismo, teremos problemas muito sérios na frente”, considerou Paulo Angeli, presidente do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu, que também criticou o novo fechamento de atividades por decreto estadual – a cidade havia iniciado a reabertura do turismo no dia 12 de junho. Ele concorda que o turismo regional vai alavancar a retomada, mas é preciso resolver os entraves do turismo rodoviário.

Por sua vez, o presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo de Foz do Iguaçu (Amafi), Geronimo José dos Santos Centurion, reclamou da falta de medidas específicas de ajuda para a categoria. Contou que muitas vezes os próprios motoristas são obrigados a comprar equipamentos de proteção, como máscaras e álcool em gel.

Além do presidente Soldado Fruet, outros integrantes da Comissão de Turismo também participaram da audiência virtual: o vice-presidente Anibelli Neto (MDB) e os deputados Galo (Podemos), Professor Lemos (PT) e Maria Victoria (PP). O propositor da audiência disse que irá encaminhar as sugestões coletadas aos órgãos competentes. “Precisamos socorrer a categoria, que enfrenta muitas dificuldades nesse momento”, afirmou o Soldado Fruet, que na sessão remota desta terça-feira voltou a cobrar do Governo do Estado que viabilize um auxílio para os guias de turismo autônomos.

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