Carolina Llanes já definiu sua equipe e terá prazo de 90 dias para auditar 23 denúncias de irregularidades
O governo federal do Paraguai já definiu quem vai conduzir a auditoria na gestão da Prefeitura de Ciudad del Este, cidade paraguaia na fronteira do Brasil, em Foz do Iguaçu. A interventora será Carolina Llanes, que já definiu parte da equipe que irá ajudar na análise das contas da prefeita Sandra McLeod de Zacarías. Ao todo, foram levantados 23 suspeitas que levaram os vereadores a aprovar, no início de outubro, o pedido de intervenção no município. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
A interventora escolhida pelo presidente Mario Abdo Benítez, coordenou na manhã desta segunda-feira (3), a última reunião com a equipe em Assunção, para definir a organização e logística até Ciudad del Este. A expectativa é que Carolina Llanes comece os trabalhos já nesta terça-feira (4), segundo adiantou a imprensa do país vizinho.
O atraso foi para definir os dois últimos integrantes do grupo. Carolina Llanes informou que a equipe de intervenção será formada por auditores, economistas, advogados, peritos e representantes de “todos os campos” da administração pública. “Estou pronta, com minhas malas”, disse ela, em entrevista ao diário ABC Color.
Llanes disse ainda que parte da equipe trabalhará na capital para coletar dados do Escritório do Controlador Geral da República e do Ministério Público, já que ambas as entidades possuem uma quantidade significativa de documentos em sua posse. A interventora acrescentou que seu trabalho será encerrado quando for possível reunir todos os documentos necessários para confirmar os 23 pontos denunciados no pedido de intervenção.
Por outro lado, ela ressaltou que Sandra McLeod está renunciando, mas, levando em conta que a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores ainda não aceitou sua renúncia, cabe a ela administrar o Município. “Ela ainda é uma intendente e é responsável até eu ir, fazer o corte e assumir a administração”, afirmou Llanes.
Instabilidade
De acordo com a imprensa, desde a última segunda-feira (26 de novembro) até a tarde de ontem, Sandra McLeod não tem comparecido ao seu gabinete na Prefeitura. Com isto, não estão sendo realizados mais os pagamentos dos fornecedores, já que a titular não está para assinar os cheques.
A mesma incerteza gira em torno do pagamento de salários e gratificações aos funcionários, criando um cenário de instabilidade em Ciudad del Este. Quando anunciou que iria renunciar ao cargo, Sandra McLeod disse que a atitude seria para “evitar mortes” em possíveis confrontos de apoiadores com manifestantes contrários a sua gestão.
Nas ruas, parte da população tem cobrado há mais de três meses a intervenção na Prefeitura. Em duas oportunidades eles já conseguiram o fechamento de todo o comércio na região central de Ciudad del Este e também do tráfego de veículos e pedestres na Ponte Internacional da Amizade, que liga Foz do Iguaçu ao vizinho país.
Na última semana, após a prefeita encaminhar o pedido de renúncia à Câmara, na terça-feira (27), a Câmara dos Deputados aprovou a intervenção. No momento da sessão, o Tribunal Superior da Justiça Eleitoral (TSJE) baixou uma resolução determinando novas eleições na capital do Departamento de Alto Paraná e segunda maior cidade do Paraguai.
O juiz eleitoral Victor Candia informou que o calendário estabelecido prevê as internas partidárias no dia 27 de janeiro de 2019, eleição no dia 3 de março e posse no dia 8 de março.
Diante da aprovação da intervenção e da resolução por nova eleição, Sandra McLeod anunciou numa rede social que iria renunciar a renúncia e solicitar de volta o documento com o pedido. A Câmara de Vereadores não conseguiu, até esta segunda-feira, quórum suficiente para votar se aceita ou não o pedido.
Foto: ABC Color