A Comissão de Educação, Cultura, Esporte, Saúde, Assistência Social e Defesa do Cidadão realizou uma reunião virtual na manhã desta segunda-feira, 20 de julho.
O assunto em questão foi atendimento do setor da saúde no enfrentamento à Covid-19, sendo foco principal o tratamento precoce da doença. Vários médicos expuseram o ponto de vista em relação à idéia de uso de medicação para prevenção ou nos primeiros sintomas da doença. Não há consenso entre os profissionais da Medicina e o tema segue em discussão sem decisão do comitê local de enfrentamento quanto à implantação desse modelo de procedimento como padrão.
Participaram do debate: a Presidente da Comissão de Saúde da Câmara- Vereadora Inês Weizemann (PL); Anice Gazzaoui (PL) – membro da Comissão; Prefeito Chico Brasileiro (PSD); Luis Marcelo Mafra (Promotor); Dr. Fábio Marques (médico Coordenador Clínico do Hospital Municipal); Giuliano Inzis (Secretário Municipal de Saúde); André Buriasco (COMUS); Ricardo Lacerda (Diretor de Atenção Básica); e os médicos João Ricardo Yamasita, Odilon Sehn, Adriane Silva, Derlis Benegas, Jonathan Pliacekos e Flavia Trench.
O médico, Dr. João Ricardo Yamasita, fez uma exposição sobre a questão do tratamento precoce para Covid e apresentou vários estudos. “Estamos pleiteando o direito de os médicos prescreverem o tratamento e o direito dos pacientes que quiserem que possam optar. A população está pedindo, estão desesperados por esse tratamento. Peço que o comitê, que a secretaria de saúde, o Comus, essas entidades levem isso em consideração”, afirmou.
Medicação está disponível para prescrição
Dr. Ricardo Lacerda (Diretor de Atenção Básica) afirmou que a Secretaria de Saúde “defende a autonomia do médico. Todos os médicos podem prescrever, a medicação está disponível na rede. A gente deixou as unidades preparadas para que as pessoas tenham um atendimento em fluxo separado. Mas, nossa orientação oficial é sempre telefonar para o plantão do coronavírus primeiro”.
O promotor Luis Marcelo Mafra destacou: “A única certeza que há hoje no mundo no enfrentamento da doença é a inexistência de certeza, salvo as questões de lavar as mãos, usar máscaras”. Além disso, Mafra afirmou estar mais tranquilo com a fala do Diretor de Atenção a respeito da disponibilidade da medicação na rede de saúde do município.
O prefeito Chico Brasileiro acompanhou alguns momentos da reunião, mas não se pronunciou.
Posicionamento contrário
Dr. Flávia Trench, infectologista, não pôde acompanhar toda a reunião devido ao plantão, mas usou alguns minutos para deixar o posicionamento dela contrário ao uso de medicação de forma precoce no enfrentamento da doença. Repetiu várias vezes que não há comprovação científica sobre a eficiência e que ainda pode expor o paciente a riscos, sendo que 90% dos infectados conseguem melhorar sem esse tipo de intervenção.
“A pandemia tem abordagem múltipla, tudo faz parte do grande pacote de enfrentamento. Começamos com ações de isolamento social, uso de máscara. Quando a gente reduz interação social tem diminuição do espalhamento viral. Ninguém mais do que infectologista, pneumologista e intensivista quer mais que funcione alguma medicação”, opinou.
De acordo com a infectologista, “a nossa equipe de Foz tem um resultado robusto, significativo, o que o que estamos fazendo dentro da ciência é absolutamente correto”. Flavia afirmou terem mais de dois mil pacientes que tiveram a Covid município que voltaram bem para suas casas. Ao final da reunião, a vereadora Ines Weizemann definiu os encaminhamentos deixando aberto para continuidade da discussão do assunto devendo a Comissão adotar um posicionamento com base nos resultados da discussão.