Cúpula Conservadora em Foz reafirma cruzada conta esquerda e ao comunismo

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Bolsonaro fez participação surpresa e disse que direita precisa dar certo para o PT não voltar com mais força

A primeira Cúpula Conservadoras das Américas, sábado (8) em Foz do Iguaçu, reafirmou a cruzada da extrema-direita pela “extinção da esquerda” e para conter a disseminação do comunismo a partir de Cuba, Venezuale e Nicarágua. O evento, no hotel Recanto Cataratas, contou com participação por vídeo conferência do jornalista, escrior e filósofo Olavo Carvalho e do presidente eleito Jair Bolsonaro, que se comprometeu a “consolidar” na América Latina a “nova linha política que nasceu” nas eleições de outubro. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.

A Cúpula Conservadora foi criada pelo filho do presidente eleito, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, como contraponto ao Foro de São Paulo, organização esquerdista que teve o auge na década de 1990. A primeira edição contou com uma plateia de aproximadamente 800 participantes (perto da metade dos 1,5 mil inscritos) e reuniu representantes da extrema-direita do Brasil, Paraguai, Chile e outros sete países da região.

Eduardo Bolsonaro chegou ao local do evento cercado por seguranças. Mal desembarcou do carro foi abordado por uma cadeirante pedindo para ele transmitir um recado ao seu pai. Antes de abrir os debates, cumprimentou uma fila de pessoas que o esperavam ao lado do palco. Durante o pronunciamento, o filho do futuro presidente reforçou a defesa de que é necessário “exterminar” a esquerda do país, algo dito de forma insistente por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral.

Exterminar a esquerda
Por vídeo conferência direto de sua casa nos Estados Unidos, o ideólogo do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, afirmou que o país precisava fazer com os esquerdistas “o mesmo que os espanhóis fizeram com os astecas que viviam na América espanhola”. E reforçou: “A esquerda deslegitimou a direita. Temos de fazer exatamente a mesma coisa com eles”.

Entre uma tragada no cachimbo e um gole de bebida, Olavo Carvalho prosseguiu seu discurso. “Temos de perseguir um por um. Sobretudo as empresas de mídia que apoiaram o Foro de São Paulo”, disse ele, em referência ao encontro de lideranças de esquerda que este ano ocorreu em Cuba. “Temos uma mania de entorpecer, principalmente através de universidades e escolas, as mentes das pessoas. Para combater isso, temos de estar nessa batalha cultural”.

O deputado eleito Luiz Phillipe de Orleans e Bragança, na linha de sucessão da extinta monarquia brasileira, afirmou que a cúpula de Foz do Iguaçu é uma manifestação da cidadania, não para demonstrar qualquer tentativa de controle cultural, econômico ou midiático na América Latina. “Não queremos criar um fórum para controlar e dominar a região. Não é isso. É para se ter um fórum de resgate da cidadania e da libertação. E para que todos os países tenham orgulho de sua nação.”

Luta anticomunista
O presidente eleito fez uma aparição surpresa, por videoconferência, no encerramento do encontro, retomando a retórica dos ataques ao PT e a esquerda durante a campanha eleitoral. “Ou mudamos o Brasil agora ou o PT volta, mais forte ainda (…) O que está em jogo não é o sucesso ou o fracasso do Brasil. O que está em jogo é a nossa liberdade”, disse.

O futuro presidente se comprometeu a consolidar a luta anticomunista na América Latina, com a “nova linha política que nasceu”, segundo ele, nas eleições de outubro. No discurso, também prometeu somar esforços para combater o comunismo na região. Na avaliação dele, “todos na América Latina sabem quais são as consequências da esquerda”.

E acrescentou: “o exemplo mais claro é Cuba, e o país que mais se aproxima dessa realidade é a Venezuela”. Bolsonaro, que aparentemente estava na cama em sua casa no Rio de Janeiro, onde se recupera de uma facada que sofreu durante a campanha eleitoral, encorajou os conservadores da América Latina a “não desistir, a não perder a esperança e a manter viva a chama da liberdade”.

O encerramento da primeira Cúpula Conservadora das Américas em Foz do Iguaçu deixou claro um aviso aos militantes do conservadorismo mundial. A esquerda, segundo eles, pode estar cambaleante em tempos que consagraram o estadunidense Donald Trump, Jair Bolsonaro no Brasil, o movimento britânico Brexit e os franceses “coletes amarelos”.

“Mas quem é vivo sempre aparece, e, da mesma forma que não foi sepultado com a queda do Muro de Berlim, o marxismo pode voltar à cena se a direita não ficar esperta”, reforçaram. A segunda Cúpula Conservadora das Américas ainda não tem data nem local definido para acontecer.

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