Na sessão plenária remota da Assembleia Legislativa desta terça-feira (15), o deputado independente Soldado Fruet (PROS) declarou apoio ao projeto de lei do Governo do Estado que autoriza e regulamenta o funcionamento de até 200 colégios cívico-militares no Paraná. “Não vamos fazer política nisso aqui, mas é um projeto muito bom, acredito que a oposição vai entender e votar a favor. Não estou defendendo o Governo, mas quando se fala em educação cívico-militar, sei que isso funciona”, afirmou, citando como exemplo a experiência bem-sucedida do Colégio da Polícia Militar de Foz do Iguaçu. O CPM de Foz foi criado na gestão da ex-governadora Cida Borghetti atendendo a um pedido da comunidade iguaçuense encaminhado pelo parlamentar.
“Eu trabalhei nas ruas e sei que muitos jovens vão para as drogas porque não têm estrutura em casa. Ontem visitei uma clínica onde conheci uma jovem de 14 anos já no crack e na cocaína”, lamentou o Soldado Fruet. Ele destacou que a facilidade para comprar drogas na região da fronteira atrai pessoas de outras cidades paranaenses. “Em qualquer esquina de Foz do Iguaçu se compra crack. Tem gente que vem de Maringá para cá porque a droga aqui é fácil, que acaba ficando na cidade e sendo internada, como eu presenciei nesta clínica que estive ontem”, exemplificou. Mas o deputado é testemunha de que o ambiente escolar propicia estrutura para crianças e jovens que não possuem na família. “No CPM, os alunos encontram confiança nos policiais militares e se sentem seguros em denunciar situações irregulares na convivência familiar”.
O Soldado Fruet também rebateu questionamentos levantados por deputados da bancada de oposição em relação ao projeto. “Tenho inúmeros depoimentos de pais de alunos do CPM de Foz que no começo eram contra [o modelo pedagógico militar], mas hoje, com pouco tempo de aula antes da pandemia, viram a diferença na educação dos seus filhos, através dos valores da hierarquia e da disciplina”, apontou. O deputado ressaltou ainda que não há obrigatoriedade de matricular os jovens nos colégios cívico-militares, que terão a gestão da Polícia Militar com professores e servidores da Secretaria de Educação: “vai ser uma seleção, quem quiser participa desse projeto, mas não podemos levantar polêmica pois acredito que a nossa saída está na educação, é a educação que vai fazer o Brasil crescer, o Paraná crescer”.