Enquanto as autoridades do governo central do Paraguai não encontram uma alternativa para reabrir a Ponte da Amizade, trabalhadores, empresários e lideranças sindicais preparam um novo protesto nesta terça (22).
Desta vez, as lideranças do movimento acreditam na participação de milhares de pessoas “porque ninguém mais suporta o desemprego, o fechamento de lojas e os prejuízos, enquanto o governo central continua falando em delivery e abertura lenta e gradual”.
O protesto desta semana terá a participação efetiva do prefeito Miguel Prieto, que já determinou o fechamento da Prefeitura enquanto a ponte não for reaberta. A ideia, desta feita, é paralisar toda a cidade e também a zona primária, impedindo a entrada de caminhões.
“Aqui o povo já está com fome, não podemos esperar. Vamos aguardar a reunião da próxima terça-feira, da qual os principais governantes deverão participar e, se nada for definido, vamos parar tudo na fronteira, porque não aguentamos mais as imposições da capital”, explicou Miguel Prieto.
As autoridades de saúde, que antes eram radicalmente contra a reabertura da ponte, já começaram mudar de ideia. “Quando o risco é muito semelhante entre um lado e outro da fronteira, o fechamento não faz sentido. Mas quando o risco é maior de um lado da fronteira, na comparação, faz sentido fechar as fronteiras ”, disse o diretor de Vigilância Sanitária, Guillermo Sequera.
Ele diz que neste momento é possível falar de uma “abertura escalonada”, por isso a Saúde desenvolveu um protocolo para um possível cordão sanitário e outras medidas de controlo, para evitar um transbordamento do número de infecções.
O poder executivo se reuniu sexta-feira (18) com o governador de Alto Paraná, prefeitos dos principais municípios da área de influência da fronteira com o Brasil. O objetivo foi firmar um protocolo para negociar com o Brasil a abertura gradativa e o reinício das atividades comerciais.
Nova reunião está marcada para a próxima terça, com a presença de autoridades do município, do estado e do governo central. A reunião ocorrerá no mesmo dia do protesto.
Delivery
A Chancelaria Nacional assinou na quarta-feira (16) o acordo com o Brasil para a instalação de “corredores logísticos”, ou seja, espaços físicos que permitam aos cidadãos de cada país retirarem as compras realizadas anteriormente pela internet.
Esses centros abrigarão compras de até US$ 500,00 que serão feitas por meios remotos. Também será estabelecida uma agenda para sua retirada para evitar aglomerações. A previsão é de que os centros estejam operando até o final deste mês, mas a medida não agradou os comerciantes que acreditam que apenas a reabertura da Ponte da Amizade poderá ajudar a aquecer a economia da região.
Por: GDia