Vendas na região da Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu tem reação lenta após abertura da fronteira do Paraguai

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Foto: Roger Meireles

A reabertura da Ponte Internacional da Amizade garantiu a volta das filas para entrar no Paraguai e a movimentação nas ruas e galerias de Ciudad del Este. No lado brasileiro da fronteira, a euforia vista no país vizinho não se repetiu nesta primeira semana, nas ruas e avenidas da Vila Portes. Na Ceasa de Foz do Iguaçu, a meta é recuperar 15% do volume de vendas do período pré-pandemia.

A partir da segunda metade de março desse ano, com as medidas restritivas para evitar a propagação do novo Coronavírus (Covid-19), o comércio brasileiro da região da Ponte da Amizade permaneceu fechado até o dia 15 de julho. Desde então, a maioria das lojas que abriram as portas tem atuado com as equipes reduzidas como alternativa de minimizar os custos de manutenção dos estabelecimentos.

Com a reabertura da ponte, na última quinta-feira (15), os empresários acreditam em uma recuperação lenta, com possibilidade de acelerar mais para o final do ano. “Em nosso setor, (o movimento está) de leve, 10% (a mais)”, comentou o empresário Mohamad Ismail, tradicional comerciante da Vila Portes. De acordo com ele, o movimento está um pouco melhor nos locais que vendem alimentos e materiais de construção.

“Vendas muito aquém do que era”, ressaltou, numa comparação com o volume de clientes de antes da pandemia. A expectativa, disse o empresário, é de que se aproxime das vendas em relação ao ano passado, “mas sem chances de serem as mesmas”, frisou, informando que tem trabalhado com 40% dos colaboradores.

“Para ser realista, vai demorar para voltar ao normal. A expectativa é de quem conseguir sair deste ano sem muita dívida, vai estar ganhando”, comentou Ismail. De acordo com ele, outros fatores vão inibir as vendas no curto prazo. “Os auxílios do governo começaram a se encerrar, aquele pessoal que foi demitido durante a pandemia, começou a deixar de receber o seguro-desemprego”. 

Crise geral

O Paraguai também está quebrado e é um índice bem representativo das riquezas de Foz do Iguaçu, afirma. “A Argentina também meio falida. O cenário não é bom”, analisou. O empresário ressaltou que os hotéis começaram a trabalhar, mas ainda é pouco para a cidade. “Precisa a rede inteira estar bombando para dar resultado”. 

Enquanto não retomar a hotelaria, o turismo de compra, uma melhoria para os paraguaios, “vamos continuar se agarrando, fazendo o possível”, calculou Ismail. Que completou: “O importante é não ficar no marasmo, estar atento, ir mudando, fazendo algumas coisas para não afundar, mas é tipo andar sobre a areia movediça, com muito cuidado”.

“Aqui para nós, ainda não deu reflexo”, comentou Beto Barcelo, que trabalha como atendente em uma peixaria da região. De acordo com ele, a expectativa é com esta quinta-feira (22), quando chegam peixes frescos. “Vamos ver de verdade como será o movimento. Estão vindos alguns paraguaios, meio pingadão, mas temos que esperar para ver como será o movimento”, completou.

Ceasa

O movimento na Central de Abastecimento (Ceasa) de Foz do Iguaçu apresentou uma pequena melhora no movimento de comercialização desde a abertura da ponte, informou o gerente Valdinei Loise dos Santos. Ele acredita que vai melhorar ainda mais nos próximos dias com os clientes paraguaios de pequeno porte, que também estão liberados para fazer compras no Brasil.

Por: GDia

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