Eleições 2020: O Porto Meira será corredor turístico e comercial, afirma Chico Brasileiro

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(Foto: Google/Arquivo Rádio Cultura Foz)

O prefeito e candidato a reeleição pela coligação O Trabalho Continua é o terceiro na série de entrevistas exclusivas do Cabeza News

O servidor público Francisco Lacerda Brasil, ou apenas Chico Brasileiro, está cumprindo o primeiro mandato como prefeito de Foz do Iguaçu. Ele já teve mandatos como vereador, deputado estadual e vice prefeito e no próximo dia 15 de novembro, busca a reeleição para um novo mandato a frente do executivo. Chico encabeça a coligação “O Trabalho Continua”, que tem como vice-prefeito o Delegado Francisco Sampaio.

Ao comentar sobre os impactos negativos que a segunda ponte entre Brasil e Paraguai poderá provocar ao Porto Meira, Chico Brasileiro disse que o bairro será transformado num grande corredor turístico e comercial de Foz do Iguaçu. “Essa é uma preocupação que tivemos já antes do início das obras e que conseguimos colocar as soluções em um estado avançado”, disse.

De acordo com o prefeito, o Plano Diretor está sendo reformulado justamente para atender essa nova realidade da região sul da cidade. “Com esse novo olhar buscamos conectar o Porto Meira ao Paraguai e a Perimetral da melhor maneira possível, evitando que o bairro fique isolado ou interrompido”. Dessa forma, segundo ele, ao invés de contabilizar prejuízos, será transformado.

Na série que marca os dois anos do Cabeza News, Chico Brasileiro fala ainda sobre como pretende reduzir os gastos da Prefeitura, reduzir o desemprego que aumentou com a pandemia do Coronavírus, a posssibilidade de um lockdown como estratégia de enfrentamento ao novo Coronavírus, aproveitamento dos jovens formandos do ensino superior, transporte coletivo e a futura vacina contra a Covid-19.

Cabeza News – Quando se fala em reduzir gastos da Prefeitura, cortar pastas e servidores sempre vem a tona. Como será seu governo com a categoria? 
Francisco Lacerda Brasileiro –
O relacionamento do nosso governo com os servidores será de muito respeito, uma relação institucional que busca a valorização do servidor público e do serviço que é prestado. Nós sabemos que a valorização não é um processo rápido, esse processo precisa ser contínuo e sempre primar pelo interesse público.

Vamos buscar investir no servidor e também buscar melhorias para que eles possam ter carreiras condizentes, claro, tudo isso dentro de uma responsabilidade fiscal. Por outro lado, quando analisamos esse discurso que fala no corte de gastos com foco no servidor, na maioria absoluta das vezes está se mascarando o desmonte do serviço público.

Nós devemos entender que o chamado corte de gastos, quando trata de serviço público, não é algo que seja simples e eficiente, na maior parte das vezes você faz um determinado corte e logo deixa de prestar um serviço ao público, e pra voltar a prestar o mesmo serviço, você paga a mesma despesa, ou mais, em setores terceirizados.

Isso não é uma redução de despesas, é uma maquiagem! Isso é a transferência de recursos e de responsabilidade para serviços terceirizados, que infelizmente, na maioria das vezes não tem a seqüência e o compromisso de um servidor público, que se qualifica vida inteira para oferecer o melhor serviço à sociedade.

É possível economizar mais sendo eficiente, com servidores melhor preparados e que saibam dinamizar e aproveitar os recursos disponíveis.

A fila por cirurgias eletivas aumentou na pandemia. Como reduzir ela, sem prejudicar as ações de enfrentamento a Covid-19? 
Chico Brasileiro –
Nós já iniciamos esse processo! Temos um planejamento para realizarmos um grande mutirão assim que os indicadores da Covid-19 estejam favoráveis. Isso só é possível porque toda a estrutura que instalamos no Hospital Municipal já está pronta, e estará à disposição. Isso permite que tenhamos uma grande capacidade de fazer mais cirurgias e também de acompanhar a evolução desses pacientes.

Caso os indicadores da Covid-19 demorem a indicar um quadro positivo, nós iremos contratar, por meio de chamamento público, hospitais privados para fazer essas cirurgias eletivas. Infelizmente, nesse momento, ainda existe o risco de desabastecimento de insumos cirúrgicos no Brasil e em todo mundo, mas sabemos que os casos que hoje são considerados eletivos tendem a se transformar em urgências.

Um exemplo dessa parceria com entes da área de saúde é o convênio que o município firmou, através do Hospital Municipal, com o Poliambulatório. Lá serão realizadas as cirurgias-dia, que são aquelas que o paciente recebe alta no mesmo dia do procedimento, temos um número grande de procedimentos que serão iniciados agora, no mês de novembro.

Diante de um virtual aumento de casos e internamentos, o senhor descarta um lockdown em Foz, caso eleito? 
Chico Brasileiro –
Foz do Iguaçu parou para se preparar para a pandemia, nunca estivemos realmente em um “Lock Down”, onde as pessoas são impedidas de sair de casa, mesmo no período de maior restrição nossos serviços essenciais nunca pararam, e mesmo assim, conseguimos nos manter sempre um passo à frente da doença.

Foi trabalhando com uma equipe técnica gabaritada que conseguimos chegar até aqui sem colapsar o sistema de saúde, e com uma taxa de letalidade que é a metade da nacional.

Hoje sabemos que não é o momento de “Lock Down”, ou mesmo, medidas restritivas mais árduas, a tendência agora é trabalhar com medidas cada vez mais pontuais, intensificar o rastreamento para identificar onde estão ocorrendo as transmissões e agir para frear o contágio onde existe esse maior risco.

Mas insisto, o “Lok Down” não é o mais adequado para o momento em que nós estamos, sempre pautados por nossa equipe técnica em saúde que montou a retaguarda hospitalar necessária e criou estratégias de monitoramento e rastreamento que permitem que Foz do Iguaçu siga na busca pela rápida recuperação econômica e na maior normalidade em nossas vidas.

O turismo a principal matriz da economia de Foz. Tem como diversificar com outras matrizes e quais seriam estas? 
Chico Brasileiro –
O turismo não pode deixar de ser o carro chefe de nossa economia. Isso porque é uma indústria limpa, que ajuda na preservação ambiental e fomenta inúmeros setores direta e indiretamente, mas é claro que nós temos que agregar novas matrizes. Todo o setor da tecnologia, por exemplo, tem um grande espaço para crescimento, e nós estamos estimulando isso, seja com o condomínio de start ups, seja com as parcerias.

O setor comercial também está se reaquecendo, temos a instalação de lojas francas e até grandes lojas, que antes estavam em Ciudad Del Este, e que hoje estão abrindo também em Foz. Na área industrial temos um plano também em execução, estamos preparando um pólo para trabalhar alinhado com o novo Porto Seco, que será instalado na saída da cidade.

É um conceito novo, que irá permitir que os produtos que chegam da Argentina, Paraguai ou Chile, pela nossa fronteira, possam ser beneficiados em Foz. Também fizemos várias melhorias na área industrial de Foz e estamos recebendo várias novas empresas, dessa forma iremos conseguir superar a crise gerada pelo coronavirus e ter uma retomada econômica robusta.
 
O presidente Bolsonaro tem sido cobrado internacionalmente em função de sua política ambiental. Qual o seu projeto para o meio ambiente de Foz? 
Chico Brasileiro –
Foz do Iguaçu é mundialmente reconhecida pela sua natureza e nós queremos ampliar essa fama. Queremos levar uma mensagem para o mundo de que somos uma cidade em pleno desenvolvimento, mas com respeito e cuidado com a meio ambiente.

Nos últimos anos investimos muito na parceria com a Itaipu Binacional e implantamos a Coleta Seletiva em 100% de nossa cidade. Agora vamos intensificar cada vez mais os cuidados com nossas nascentes, ampliando o programa de recuperação que já demos início.

Também seguiremos com as ações de monitoramento de nossos rios, adotando as medidas preventivas contra os assoreamentos. Na verdade, o próximo passo é ampliar a interação de moradores e turistas com os rios, fazendo com que as pessoas cada vez mais entendam a importância dessa riqueza em nossa vida. Já possuímos também um plano de saneamento, que agora serão efetivado, e esse é um grande avanço nos cuidados com a água, a qualidade de vida e a saúde das pessoas.

Também seguiremos com o plano de manejo de árvores na área urbana que já implantamos, ou seja, existe um conjunto de ações já sendo executadas e nós devemos ir aprimorando essas ações, sempre visando referendar a Agenda 2030 da ONU, olhando para o meio ambiente como uma questão estratégica para o meio ambiente.

A crise econômica provocada pela pandemia fez aumentar o desemprego em todo país. Como seu governo vai agir de fato para gerar emprego e renda em Foz? 
Chico Brasileiro –
O primeiro cuidado é em manter o maior número de empresas abertas, por isso seguiremos estimulando o crédito. Estamos colocando a Prefeitura como avalista de milhares de pequenos empresários e queremos ampliar ainda mais o Programa Juro Zero.

Também já estamos trabalhando junto à Fomento Paraná para buscarmos um programa de incentivo as empresas de médio porte, para que elas possam voltar a contratar e melhorar sua capacidade de produção.

Como segundo passo iremos divulgar a Foz do Iguaçu cada vez mais, seja no exterior, seja para o turismo doméstico ou regional. Queremos estimular a ampliação de vôos em nosso aeroporto consolidando a cidade como um hub, que recebe vôos internacionais. Com a atração de mais turistas entramos em uma ascensão de geração de empregos e renda.

O terceiro passo é estruturar cada vez mais a nossa cidade para receber investimentos. Nós já matemos contatos com fundos de investimentos internacionais que buscam cidades estratégicas como Foz do Iguaçu para investir.

Precisamos nos preparar e buscar esses investidores, para que eles nos proporcionem a ampliação das nossas ações, principalmente na área de turismo. Assim ganhamos tanto na quantidade de turistas quanto na ampliação permanência deles na cidade.

Colocaremos o Poder Público, claro que sempre juntos com o Governo Estadual, Federal, Itaipu Binacional, como o indutor de um processo sustentável, que começa em garantir que quem já está na cadeia econômica esteja protegido, estimular o fomento das atividades já enraizadas e na busca pelos investidores para ampliar nosso leque de atrativos e meios de hospedagem.

Em breve a segunda ponte com o Paraguai fica pronta. Qual o seu plano municipal para reduzir os impactos negativos na região do Porto Meira? 
Chico Brasileiro –
Essa é uma preocupação que tivemos já antes do início das obras e que conseguimos colocar as soluções em um estado avançado. O Plano Diretor do Município está sendo reformulado justamente para atender essa nova realidade da região sul, em especial a grande Porto Meira.

Com esse novo olhar nós buscamos conectar o Porto Meira ao Paraguai e a Perimetral da melhor maneira possível, evitando que o bairro fique isolado ou interrompido. Estamos tratando dessa nova realidade diretamente com o DER, que é responsável pelas obras da Perimetral e que está conduzindo as ligações com a Ponte.

Dessa forma, ao invés de contabilizar prejuízos, o Porto Meira irá ser transformado em um grande corredor turístico e comercial, com uma grande expectativa de desenvolvimento para a região.
 
Foz tem avançado como polo educacional do ensino superior. Como seu governo vai aproveitar o potencial dos jovens que se formam todos os anos? 
Chico Brasileiro –
Foz do Iguaçu estará concentrada em dar mais oportunidades, e realmente, captar empresas com o perfil que permita o aproveitamento do currículo de quem se forma aqui. Nos formamos muita gente na área de tecnologia, por exemplo, então nós temos que mostrar para empresas desse segmento que existe um potencial de crescimento muito mais próspero aqui, perto de onde existe mão de obra qualificada.

Nos últimos anos nós recuperamos nosso Pólo Industrial, investimos em infraestrutura, recentemente uma empresa na área de fertilizantes se instalou aqui e está empregando biólogos, engenheiros químicos e vários outros profissionais formados aqui, em nossas universidades, esse é o modelo que iremos incentivar cada vez mais.

Muitas áreas de atuação, por sua vez, são fruto do próprio desenvolvimento sócio-econômico do município, e aí nós voltamos a enxergar a importância do fomento do turismo que é a industria já instalada e que tem uma rápida perspectiva de recuperação, a medida que este dinheiro passa a circular na cidade são geradas oportunidades imediatas nas áreas de tecnologia, serviços de profissionais liberais e empreendedores. Para as carreiras da área de saúde, Foz do Iguaçu tem potencial para receber vários tratamentos especializados que até o momento só estão disponíveis nos grandes centros.

Ainda exportamos pacientes, seja pela rede pública ou particular, para tratamentos em outras cidades e no momento estamos nos tornando uma referência de qualidade em cursos das áreas de saúde, ou seja, com o desenvolvimento da cidade e a participação eficiente do Poder Público, logo estaremos atraindo empresas desse setor também.
 
O transporte coletivo tem sido alvo de constantes críticas da população de Foz. Objetivamente, como seu governo vai desatar este nó? 
Chico Brasileiro –
Nosso principal foco é um novo processo licitatório. Nós estamos conduzindo as questões legais e administrativas para que realmente possamos ter um marco legal que nos permita encerrar o atual contrato e realizar. É praticamente impossível promover melhorias no transporte coletivo com o contrato vigente.

Sabemos então que é necessário encerrar o atual contrato, é necessário um novo processo licitatório, mas antes disso também será necessário que haja uma discussão com a sociedade, para que a população decida qual o modelo de transporte coletivo nós precisamos. Mas volto a frisar, a melhoria no transporte está condicionada a romper com esse atual modelo, que foi implantado por 15 anos, mas que nós estamos trabalhando com toda a nossa equipe técnica para que possamos encerrar o atual contrato.
 
Existem várias vacinas em desenvolvimento contra o Coronavírus. A mais adiantada é pesquisada pelo Butantan com laboratório chinês. Qual seu entendimento sobre a doença e o futuro medicamento?
Chico Brasileiro –
O papel do poder público é disponibilizar para os profissionais de saúde o que ele indicar para o tratamento da população. O governo não deve determinar qual medicamento o paciente irá tomar, quem determina é a equipe técnica, essa foi nossa posição desde o início da pandemia, com a vacina não será diferente.

Nós temos que ter segurança sobre qualquer medicamento ou vacina que seja colocado no mercado e quem nos dará essa segurança é a ANVISA, um órgão federal que tem essa responsabilidade.

Nós iremos adotar o padrão ANVISA, ou seja, o que for atestado por esse órgão como seguro e eficiente, nós iremos disponibilizar em Foz. Assim é com a vacina e com toda a medicação, a medicação atestada como segura e eficiente sempre estará disponível.

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